ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: Avaliação das alt. dentárias na maxila em pacientes com expansão rap da maxila assistida cirurgicamente sem o envolvimento da sutura pterigomaxilar

segunda-feira, 1 de março de 2010

Avaliação das alt. dentárias na maxila em pacientes com expansão rap da maxila assistida cirurgicamente sem o envolvimento da sutura pterigomaxilar




Neste artigo de 2009, publicado pela Revista Dental Press, pelos autores Paulo Roberto Pelucio Camara, Fernanda C. Goldenberg, Dov C. Goldenberg, Nivaldo Alonso, Marco A. Scanavini; do programa de pós-graduação em Odontologia (mestrado), área de concentração Ortodontia, da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp) e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – FMUSP; Avalia as alterações nos arcos dentários superiores no sentido transversal e a quantidade de inclinações nos dentes de apoio do aparelho de expansão tipo Hyrax em pacientes submetidos à expansão rápida da maxila assistida cirurgicamente (ERMAC) e a efetividade dessa técnica cirúrgica utilizada.

As alterações transversais maxilares que levam à mordida cruzada posterior maxilar unilateral ou bilateral são responsáveis por uma série de problemas oclusais. Obter uma dimensão transversal maxilar adequada é requisito para uma oclusão funcional e estável. Na maxila, a aproximação da maturidade esquelética faz com que a interdigitação óssea aumente, como resultado da fusão das suturas craniofaciais, dificultando a separação da maxila na sutura palatina mediana, se realizada somente com forças ortopédicas por meio da expansão rápida da maxila (ERM). Nesses casos, a liberação das suturas maxilares, com auxílio de osteotomias, é a forma de diminuirse a resistência óssea e tornar efetiva a expansão transversal maxilar.

Na ERMAC, é realizada uma osteotomia das estruturas que resistem às forças expansivas, trazendo vantagens, como uma expansão esquelética, ausência de dor, diminuição do risco à saúde periodontal, aumento do fluxo de ar nasal, melhora cosmética do corredor bucal, além de evitar-se extrações dentárias para correção de apinhamentos dentários.

Os resultados obtidos com a expansão cirúrgica mostram um aumento significativo da largura transversal maxilar, com correção da mordida cruzada posterior e redução da profundidade do palato, minimizando a inclinação vestibular dos dentes posteriores que poderia ocorrer com a ERM.

Clinicamente, podemos observar, nos pacientes que necessitam de expansão maxilar, a presença de atresia do arco superior ou mordida cruzada posterior, cujo tratamento objetiva a sua correção.

Timms e Vero sugerem que, em pacientes com idade inferior a 25 anos, deve-se tentar a expansão ortopédica da maxila (ERM). Porém, existe risco de falhas nesse tipo de tratamento, bem como também deve-se considerar o alto índice de recidiva em adultos.

A fusão das articulações maxilares é o fator responsável por essa dificuldade. Desse modo, a escolha da técnica cirúrgica com liberação de todas as articulações maxilares é relatada na literatura como sendo a mais adequada, pois, como afirmam Betts et al., a liberação do processo pterigoide deve ser realizada para que não ocorra uma limitação na expansão maxilar no segmento posterior. Kennedy et al. realizaram estudos em macacos e concluíram que o pilar zigomático é a área que oferece maior resistência à expansão maxilar, porém, para que ocorra o movimento basal da maxila, todos os pilares e articulações maxilares devem ser seccionados. Assim, a escolha da área da osteotomia é assunto de muita discussão e controvérsia. Baseado em achados da literatura que mostram a efetividade dos resultados da expansão em pacientes submetidos a osteotomias maxilares, a técnica cirúrgica selecionada para o presente trabalho não envolveu a separação do processo pterigoide durante a osteotomia. A quantidade de expansão obtida deve ser correlacionada com a quantidade de inclinação vestibular, para se determinar a efetividade da técnica cirúrgica. Poucos trabalhos correlacionam expansão e inclinação dentoalveolar.

Pode-se concluir, diante dos resultados obtidos com a técnica cirúrgica utilizada na ERMAC, que:

• Quanto às alterações transversais, houve um aumento estatisticamente significativo nas distâncias transversais na região dos caninos, primeiros e segundos pré-molares, primeiros e segundos molares.

• Houve um aumento estatisticamente significativo nas inclinações dos primeiros molares dos lados direito e esquerdo, e dos primeiros pré-molares de um dos lados, sugerindo um comportamento assimétrico dos dentes avaliados a partir da ERMAC.

• A técnica cirúrgica utilizada mostrou-se efetiva, pois permitiu que ocorressem alterações transversais na maxila, porém com inclinação para vestibular das coroas dos dentes de apoio do aparelho expansor.



Link do artigo na integra via Scielo:

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