ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: outubro 2015

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Aparelho removível simples para corrigir uma mordida cruzada anterior e posterior na dentição mista: Relato de caso

Neste artigo de 2013, publicado pelo The Saudi Dental Journal, pelo autor Naif A. Bindayel, do Department of Pediatric Dentistry and Orthodontics, College of Dentistry, King Saud University,  Riyadh, Saudi Arabia. Mostra a utilização de um aparelho removível na correção de uma mordida cruzada.

Diferentes técnicas têm sido utilizadas para corrigir as mordidas cruzadas anterior e posterior na dentição mista. Este relato de caso ilustra o tratamento de uma mordida cruzada posterior unilateral e anterior na dentição mista. O paciente era um menino de 9 anos de idade, com mordida cruzada superior direita e do incisivo central permanente, também de uma mordida cruzada posterior unilateral direita, ambos expressos por uma mudança funcional nas dimensões sagital e transversal. 

Dois aparelhos removíveis acrílicos superiores, cada um com um  parafuso de expansão, foram usados para corrigir os cruzamentos. O tempo total de tratamento ativo foi de 4 meses, os resultados do tratamento foram mantidos com sucesso para as seguintes 4 meses. Dentistas em geral e pediatras  bem como ortodontistas, pode achar esta técnica útil na gestão de casos de mordida cruzada na dentição mista e utilizar a discussão e ilustrações para orientação clínica.






O artigo apresentou um aparelho removível simples para a correção da mordida cruzada anterior e posterior unilateral com desvio funcional. Uma avaliação clínica completa e um diagnóstico preciso deve ser realizado a fim de planejar estratégias de tratamento adequados e o design do aparelho. Os profissionais podem utilizar esta técnica para gerir casos com maloclusões semelhantes.

Link do artigo na integra via elsevierhealth :

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3723276/pdf/main.pdf

domingo, 25 de outubro de 2015

Dia do Dentista


Parabéns a todos os colegas que abraçaram esta Nobre Profissão !

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Molas feitas de TMA também "cansam"?


 A técnica do arco segmentado (TAS) se utiliza de alças pré-calibradas para realizar os movimentos dentários desejados, o que dimunui imprevistos entre as consultas e uma maior previsibilidade no tratamento. Para o fechamento de espaços, a TAS prioriza o uso de molas T, que foram desenvolvidas a partir da evolução da alça vertical, e desde então diversos estudos tentam aprimorar o uso dessas molas. Apesar de suas vantagens, as molas T não são a primeira escolha para realizar o fechamento de espaços entre os ortodontistas brasileiros. Mesmo assim, entender os conceitos envolvidos é importante independente da mecânica utilizada.

Nesse aspecto o recente artigo brasileiro publicado na Angle Orthodontist “Effects of stress relaxation in beta-titanium orthodontic loops: Part II” avaliou o efeito do relaxamento de tensão nessas molas, que pode alterar a mecânica pré-estabelecida, e identificou onde tal efeito ocorre.

Autores: Roberto S.S. Júnior; Sergei G.F.R. Caldas; Lídia P. Martins; Renato P. Martins


O relaxamento de tensão é a deformação sofrida por um determinado material quando submetido a uma carga ou estresse constante dentro do seu limite elástico. Por exemplo, imagine uma mola que possui um limite elástico de 100g (só sofrerá deformação quando for submetida a uma tensão maior ou igual a 100g), sendo submetida a uma tensão constante de 50g (abaixo de seu limite elástico) por um certo período de tempo. Essa tensão constante ao longo do tempo irá causar a deformação plástica (permanente). Esse processo acomete as molas T quando aplicadas clinicamente, uma vez que são submetidas a uma tensão constante até que ocorra o fechamento de espaços. A deformação provocada pelo relaxamento de tensão pode alterar toda a mecânica planejada, fazendo com que o fechamento planejado não ocorra ou ocorra de forma ineficiente.
A literatura já relatou o efeito do relaxamento de tensão em arcos ortodônticos de diferentes ligas metálicas e em molas T, mas ainda não havia sido identificado em qual região da mola o relaxamento de tensão era mais intenso.
O estudo em questão dividiu cada mola em 9 ângulos (figura 1) e mensurou cada ângulo de cada mola antes e após a simulação de uso clínico ao longo de 12 semanas para identificar qual região sofreu maior deformação. Ao realizar a simulação de ativação da mola no Loop software, identifica-se as regiões de alta tensão da mola (figura 2).




Figura 1 – Mola T pré-ativada por dobra com seus ângulos a serem mensurados, enumerado de 1 a 9.


Figura 2 – Simulação da ativação de uma mola T pré-ativada por dobra mostrando uma maior concentração de tensão, indicada pelas setas, nas dobras presentes nas hastes horizontais.

Após a simulação de uso clínico foi observado que o efeito do relaxamento de tensão ocorreu com maior intensidade nas primeiras 24 horas e continuou aumentando, em menor proporção, até o período de 12 semanas. A deformação se concentrou nas regiões de maior tensão da mola (os pares de ângulos 5 e 6, 7 e 8), como observado pela simulação de ativação (figura 2), que representam as regiões onde são realizadas dobras agudas (durante a confecção da mola e para a pré-ativação) (figura 3).


Figura 3 – Gráfico mostrando a variação de cada ângulos nos 5 períodos avaliados.

Os autores concluíram que para diminuir o efeito do relaxamento de tensão em molas T é realizar a pré-ativação por curvatura ao invés da pré-ativação por dobra, de forma que a tensão seja distribuída por toda a extensão da haste horizontal da mola.




quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Feliz Dia do Professor


Nossas reverências a todos aqueles que de forma direta ou indireta buscam inspirar todos os apaixonados pela Ciência Ortodontia !

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

10º Congresso Internacional da Associação Brasileira de Ortodontia (ABOR)



A Ortodontia Contemporânea estará presente no 10º Congresso Internacional da Associação Brasileira de Ortodontia que será realizado em Florianópolis - Santa Catarina. Todos os nossos canais de comunicação estarão funcionando, inclusive com transmissões ao vivo via Periscope (@ORTODONTIA). Teremos também um canal via WathsApp +71 8872 2226. O qual teremos vários sorteios e novidades compartilhadas. Contamos com a sua participação !



terça-feira, 6 de outubro de 2015

Prof. Dr. Luiz Gonzaga Gandini Jr. - Curso Avançado para Especialistas 2016



    Em entrevista dada à Revista DentalPress, em 2007, o Prof. Luiz Gandini fala sobre sua trajetória e sobre seus pensamentos a cerca da ortodontia Brasileira.

    Em 2016, teremos a enorme satisfação em termos esse ícone da excelência em nossa grade curricular do curso avançado para Especialistas da Academia da Ortodontia Contemporânea (link de pré-Lançamento). 

    Veja alguns trechos da entrevista ou a leia completamente pelo link no final do post.

Como chegar à excelência na ortodontia?

Como sugestão para atingir a excelência em Ortodontia poderia enumerar:

1) sempre acredite que você ainda precisa aprender mais e mantenha a atualização profissional em evidência;

2) tente acabar seus casos de forma perfeita e impecável, mas jamais acredite que ainda não poderia fazer melhor;

3) seja ético com seus pacientes e colegas;

4) nunca perca o romantismo ortodôntico que te guiou para a especialidade;

5) tenha consciência de suas limitações e jamais coloque o resultado financeiro como a primeira meta a ser atingida.

Qual a sua opinião a respeito da aplicação dos recursos mecânicos da Técnica do Arco Segmentado (TAS)?

 ...O segredo é mesclar as duas formas de tratamento e utilizar, em cada situação, a que melhor se adeque ao fim desejado. Como uma colocação clínica, poderia dizer que tenho utilizado aproximadamente 15% de mecânica segmentada em certas fases do tratamento e que os outros 85% tenho tratado baseado na forma do arco, com algum tipo de filosofia Straight wire...




 Qual elemento de diagnóstico você considera primordial no planejamento de tratamento de adultos, aquele que define a sua conduta em casos limítrofes? 

O diagnóstico de um caso é feito por um conjunto de informações, que normalmente são pesadas em conjunto para definir a tomada de decisão, e é exatamente esse conjunto que contribui para o poder na identificação do problema. Porém, no caso de separar-se em elementos individualizados, e especificamente para pacientes adultos e casos limítrofes, eu diria que dois fatores são determinantes: 

1) a queixa principal do paciente e 
2) a condição periodontal do mesmo, no caso de pensar-se em expansão para futura contenção permanente ou camuflagens ortodônticas. 

No adulto, a queixa principal é melhor definida e a maioria das vezes o paciente sabe bem o que espera do tratamento ortodôntico. Por outro lado, a saúde periodontal é o fator que limita tratamentos mais ou menos audaciosos. 





segunda-feira, 5 de outubro de 2015

OrtoPodCast Episódio 36 - Folga do fio e slot, Congresso da ABOR, Contenção


Novo episódio do Ortopodcast!

Não sabe o que é um podcast? Leia esse poste que explicamos: (O que é um pode cast)

Neste PodCast falamos sobre o congresso da ABOR nacional, Folga do fio e slot e como instalar a contenção fixa 3-3 inferior!

Grande prazer estar novamente com vocês neste canal de comunicação!

Não deixem de comentar !




Para assinar gratuitamente pela iTunes Store (usuários de iPhone, iPod, iPad ou Mac) clique:


Mas se não quiser assinar, mas apenas escutar este episódio, basta fazer o download abaixo.

Para download, clique aqui

domingo, 4 de outubro de 2015

Pensamento da Semana


É uma grande irresponsabilidade esperar que façam algo por nós. É a sua vez de jogar! 
Faça mais!

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Já estou no fio retangular e longe de finalizar. Sabe por quê?

       
       O aparelho ortodôntico deveria nos fornecer todos os movimentos que desejamos para os dentes até a finalização do tratamento. No entanto, na etapa de finalização percebe-se algumas inconsistências entre aquilo que esperávamos e aquilo que realmente conseguimos, principalmente em relação aos torques. 

É bastante comum também visualizarmos erros de finalização mesmo utilizando os aparelhos "totalmente pré-ajustados”. Isso acontece porque as dimensões dos slots dos braquetes e também dos fios ortodônticos não correspondem, exatamente, a prescrição indicada pelo fabricante. A limitação da fabricação faz com que os slots fiquem levemente maiores e os fios levemente menores além dos seus ângulos com algum grau arredondamento. Toda essa imprecisão é evidenciada na posição final dos dentes. 

Então, se você finaliza sua sequência de fios e percebe que ainda tem muita coisa pra fazer, mesmo tendo colado com muito critério, saiba que pode não ser um erro seu. Embora não o exima da responsabilidade de conhecer essa folga.

Um grupo de pesquisadores da Itália pesquisaram sobre a folga entre os fios ortodônticos e o slot dos bráquetes. 

Comparative analysis of real and ideal wire-slot play in square and rectangular archwires 
Luca Lombardoa; Angela Arreghinib; Elena Brattic; Francesco Mollicad; Giorgio Spedicatoe; Mattia Merlind; Annalisa Fortinif; Giuseppe Siciliani

Eles testaram a hipótese de que as dimensões dos fios (retangulares e quadrados) não diferem significativamente das dimensões ideais (indicadas pelos fabricantes) e que o arredondamento dos cantos dos fios não afetam a interação destes com o braquete.
O que você acha?

Os autores testaram arcos de fabricantes que vendem no mundo inteiro, como Ormco, Ortho Technology, GAC, 3M entre outros. Escolheram várias dimensões diferentes e ligas diversas também.
A folga entre o fio e o braquete chega a quase 35º quando utilizado o fio 16x22 de aço da Ormco em um braquete de slot 22!
O que isso significa!?
A menos que o dente esteja absurdamente mal posicionado (vestibularizado ou lingualizado excessivamente) o fio 16x22 e o redondo fazem o mesmo efeito de torque: 0. 

Os autores concluem:
  • Os arcos ortodônticos no mercado têm dimensões diferentes das declaradas pelos fabricantes; alguns são grandes e alguns são subdimensionados, num intervalo entre - 26,47% e + 5,10%.
  • Estas discrepâncias são de tamanho estatisticamente significativas em relação ao ideal em alguns casos e em outros não significativas.
  • Há fraca correlação entre a precisão dimensional dos arcos e a liga ou fabricante.
  • Em secção transversal, fios quadrados e retangulares apresentam arredondamento dos cantos  variável em cada canto, e isso tem uma influência significativa sobre a interação dos fios com o braquete.
  • A folga real é invariavelmente maior do que o ideal, caindo dentro do intervalo + 0.98º e + 17.38º; em alguns casos, a folga real é de até três vezes maior do que o ideal.
  • O grau de arredondamento dos cantos do fio está correlacionado com o material usado para fazer o fio ortodôntico; fios revestidos e TMA apresentam menor arredondamento, enquanto esta medição é maior em arcos de aço inoxidável convencionais e super temperado.
  • Para estimar com mais precisão a capacidade de expressão de terceira ordem (torque) dos aparelhos ortodônticos, os clínicos se beneficiariam se mais informações sobre a tolerância dimensional dos fios fossem divulgadas, especialmente o raio de arredondamento dos cantos.


Vale à pena ler este artigo publicado pala Angle (link)