ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: fevereiro 2011

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

OrtoPodCast - Episódio 5





Saudações amigos leitores e ouvintes do nosso Blog! Está no ar o quinto episódio do OrtoPodCast.



Neste episódio falamos sobre os Possíveis fatores etiológicos para desordens temporomandibulares de origem articular com implicações para diagnóstico e tratamento.






Vale à pena ler o artigo na íntegra, que está disponível no formato PDF. Ou vale à pena escutar no seu Iphone, Ipod ou qualquer outro dispositivo leitor de mp3.






ou acesse a Itunes e assine gratuitamente o OrtoPodCast







Wendel Shibasaki

sábado, 26 de fevereiro de 2011

A Articulação Temporomandibular de um paciente com Artrite Reumatóide após Tratamento ortodôntico












Neste artigo de 2009, publicado pela Angle Orthodontics, pelos autores Kenichi Sasaguri; Rika Ishizaki-Takeuchi; Sakurako Kuramae; Eliana Midori Tanaka; Takashi Sakurai; Sadao Sato; do Department of Craniofacial Growth & Development Dentistry, Kanagawa Dental College, Yokosuka City - Japão. Mostra um caso interessante de um paciente com artrite reumatóide e um surpreendente efeito após conclusão do tratamento Ortodontico e controle pós contenção, uma remodelação dos condilos com a estabilização da oclusão, impressionante.

Uma paciente com 32 anos de idade japonesa consultou os autores, em uma clínica dentária com o historico de 4,5 anos de artrite reumatóide (AR). Ela queixou-se de dor durante a abertura bucal e dificuldade em comer devido à disfunção mastigatória causada por uma mordida aberta anterior.

Imagens mostraram grave erosão e achatamento de ambos condilos. A Artrite reumatóide estabilizada após terapia farmacológica e tornou-se inativa durante o tratamento ortodôntico que visava reconstruir uma ótima oclusão capaz de promover reposicionamento funcional da mandíbula.

Atualmente, 4 anos e 2 meses pos-contenção, a oclusão reconstituída permanece estável, e ambos condilos continuam a ser remodelados. A distância da posição de referência para a posição de intercuspidação tem diminuído gradualmente ao longo dos 4 anos e no periodo pós contenção.

A terapia Ortodôntica abrangente que reconstrói oclusão e melhora o funcionamento da mandíbula pode induzir remodelação da erosão da condilos, mesmo aqueles com uma história de artrite reumatóide.


Link do artigo na Integra via Angle Orthodontics:

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Tipos de micro parafusos utilizados como ancoragem na mecanica da ortodontia lingual - Um caso de biprotrusão bimaxilar com exo dos 2º pré-molares





Neste artigo de 2004, publicado pela Angle Orthodontist, pelos autores Masayoshi Kawakami; Shouichi Miyawaki; Haruhiro Noguchi; Tadaaki Kirita; do Department of Oral and Maxillofacial Surgery, Nara Medical University, Kashihara Nara, Japan; Department of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics, Okayama University Graduate School of Medicine and Dentistry, Japan. Mostra a eficiencia do micro implante ortodontico como metodo de ancoragem na mecanoterapia em ortodontia lingual.

Os pacientes adultos muitas vezes rejeitam o uso de aparelhos extrabucais e colocação de um aparelho labial visível, por causa de estética e preocupações sociais. No entanto, a falta de resultados dessa cooperação com perda de ancoragem e os resultados do tratamento insuficientes. A Ortodontia Lingual é uma alternativa de solução, mas a ancoragem estável usando um aparelho extrabucal é muitas vezes necessária. A recente introdução de mini implantes proporciona aos profissionais um sistema de fixação alternativa em vez do aparelho extrabucal convencional e barra transpalatina.

O mini parafusos de titânio foram concebidos para fornecer um meio simples de ancoragem para obter uma retracção em massa sem perda de ancoragem. Um sistema de fixação com parafusos de titânio proporciona vantagens no tratamento ortodôntico, incluindo o fechamento do espaço, intrusão e distalização dos dentes posteriores. Os parafusos normalmente são colocados no osso alveolar vestibular, onde a raiz dentária não será danificada. Com as vantagens da colocação cirúrgica fácil e osteointegração não é necessária, apenas um curto período de fixação é necessária após os parafusos são colocados. No entanto, poucos relatos têm sido publicados sobre ortodontia lingual combinado com a ancoragem dos parafusos de titânio.

Uma mulher de 22 anos se apresentou com uma queixa principal de dentes anteriores irregularmente alinhados e salientes. Uma revisão de sua história médica não revelou alergias ou problemas médicos, e não apresenta sinais ou sintomas de disfunção temporomandibular. A paciente tinha um perfil convexo e biprotrusão, e as relações molares de Classe I com moderado apinhamento nos dentes anteriores. A linha média dentária inferior estava desviada dois milímetros para a esquerda por causa do leve apinhamento dos incisivos. Além disso, ambos os incisivos superiores e inferiores anterior exibido biprotrusão grave, com um ângulo interincisivos de 106,98º.

Mini Parafusos de titânio (1,5 mm de diâmetro, 15 mm de comprimento, Martin Medizin-Technik Gebruder-Martin GmbH, Tuttlingen, Alemanha) foram implantados no ossos alveolares superior e inferior entre os primeiros e segundos molares, sob anestesia local. Para evitar o dano à raiz, os parafusos foram colocados nas áreas interseptais dos molares. Dois meses após o implante, os segundos pré-molares superiores e inferiores foram extraídos e o nivelamento foi iniciado através de um aparelho ortodôntico fixo lingual (aparelho Kurz sétima geração, Ormco Co Glendora, CA, EUA).

A aplicação de força para a retração dos dentes anteriores foi realizada com fixação reforçada através da ligadura dos parafusos de titânio para o gancho do primeiro molar com um elástico. Após a retração dos dentes anteriores em 12 meses, todos os parafusos de implante foram removidos. O tratamento ortodôntico lingual foi concluído, e o uso de aparelhos removíveis superior e inferior, foi iniciada quando a paciente tinha 25 anos e 10 meses de idade. O tratamento ativo, incluindo a colocação do implante durou 29 meses. A melhora do Perfil e retração acentuada dos dentes anteriores foram alcançados.

O processo de tratamento atual pode ser criticado por necessitar de uma cirurgia de implante temporário. No entanto, a operação é simplificada através da eliminação da incisão, levantando retalho e sutura, pois a cirurgia de implante convencional requer um retalho de espessura total. A paciente facilmente aceitou a cirurgia, e os sintomas de dor pós-operatória e desconforto foram quase insignificantes. Além disso, há pouco risco em o implante de curar transmucosally. Durante a retração ativa dos dentes anteriores, não encontramos qualquer afrouxamento dos implantes, e peri-implante de tecido mole condições eram favoráveis.

O tratamento ortodôntico atual exige tempo de tratamento mínimo e mínima colaboração do paciente, oferecendo máxima eficácia do tratamento. Concluiu-se que a ortodontia lingual é um excelente sistema para o tratamento invisível em um paciente adulto e que a ancoragem em mini implantes de titânio pode ser usado para a manutenção de ancoragem eficiente com os procedimentos de retração anterior.


Link do artigo na integra via Angle Orthodontist:

http://www.angle.org/doi/pdf/10.1043/0003-3219%282004%29074%3C0715%3ASIUAAF%3E2.0.CO%3B2

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Possíveis fatores etiológicos para desordens temporomandibulares de origem articular com implicações para diagnóstico e tratamento


Neste artigo de 2010, publicado pelo Dental Press Journal of Orthodontics, pelos autores Aline Vettore Maydana, Ricardo de Souza Tesch, Odilon Vitor Porto Denardin, Weber José da Silva Ursi, Samuel Franklin Dworkin; do Departamento de DTM e Dor Orofacial da Faculdade de Medicina de Petrópolis - Rio de Janeiro; Departamento de Cabeça e Pescoço do Hospital Heliópolis; Departamento de Ortodontia da Universidade do Estado de São Paulo – São José dos Campos - São Paulo; Department of Oral Medicine School of Dentistry. Department of Psychiatric and Behavioral Sciences School of Medicine University of Washington; Mostra atraves de uma revisão os fatores envolvidos na etiologia, diagnóstico e tratamento das desordens temporomandibulares (DTM) de origem articular. Critérios específicos de inclusão e exclusão para o diagnóstico de DTM são essenciais, mas apresentam utilidade limitada. Atualmente, os Critérios Diagnósticos de Pesquisa para Desordem Temporomandibular (RDC/TMD) oferecem a melhor classificação baseada em evidências para os subgrupos mais comuns de DTM.

As desordens temporomandibulares (DTM)referem-se a um conjunto de condições que afetam os músculos da mastigação e/ou a articulação temporomandibular (ATM). Essas condições falharam em demonstrar uma etiologia comum ou base biológica clara para sinais e sintomas relacionados e, por isso, são consideradas como um grupo heterogêneo de problemas de saúde relacionados à dor crônica. Sintomas característicos — como dor muscular e/ou articular, dor à palpação, função mandibular limitada e ruídos articulares — podem ser prevalentes, isoladamente ou associados, em até 75% na população adulta. Apesar disso, o surgimento de alguns sintomas, como ruídos articulares, não parecere estar relacionado, na maioria da população, à dor ou outros fatores fisiopatológicos que requeiram tratamento.

Estudos epidemiológicos sugerem que a prevalência de sintomas como dor e restrição de ovimentos varia entre 5 e 15%, com a maioria dos casos ocorrendo em adultos jovens com idades entre 20 e 40 anos, especialmente no gênero feminino. A prevalência reduzida de DTM entre as faixas etárias mais avançadas, como vista em estudos transversais e longitudinais, está de acordo com a natureza tipicamente limitante de seus sintomas.

A classificação corrente é largamente descritiva, baseada mais na presença de sinais e sintomas do que em sua etiologia, devido principalmente à incompleta compreensão da relação entre os fatores etiológicos e os mecanismos fisiopatológicos. Contudo, do ponto de vista clínico, é provavelmente irrelevante estender-se à divisão dos chamados subgrupos diagnósticos se todas as desordens dentro de um mesmo subgrupo puderem ser controladas usando procedimentos terapêuticos similares.

O objetivo do presente trabalho foi abordar os possíveis fatores etiológicos para o desenvolvimento de desordens temporomandibulares de origem articular (grupos II e III de acordo com o RDC/TMD), sugerindo implicações para seu diagnóstico e tratamento.

Conclusões dos autores:

Apesar das más oclusões serem historicamente consideradas como fatores de risco para o desenvolvimento de DTM, incluindo as predominantemente articulares, em muitos casos a associação estabelecida entre essas variáveis parece ter direções opostas.

Assim, investigações clínicas prospectivas e laboratoriais direcionadas a aspectos relacionados à etiologia dessas condições, principalmente nos estágios iniciais do seu desenvolvimento, podem guiar os passos seguintes da terapia no futuro.

De acordo com Legrell e Isberg, os achados da indução de redução do ramo da mandíbula, secundários ao deslocamento anterior do disco articular, indicam que o reposicionamento do disco em crianças e adolescentes jovens pode ter mais sentido do que previamente se pensava.

Em vista disso, o uso de dispositivos ortopédicos para o avanço da mandíbula, como o aparelho de Herbst — que demonstrou eficiência em melhorar o posicionamento prévio do disco articular deslocado em estágios iniciais desse processo — deve ser testado por meio de estudos clínicos randomizados adequados. Enquanto o uso terapêutico dos suplementos alimentares, como o sulfato de glicosamina, parece ser uma alternativa segura ao uso de drogas antiinflamatórias normalmente usadas no controle da dor relacionada à osteoartrite da ATM, da mesma forma que para as placas estabilizadoras, a evidência da sua eficácia para a maioria dos pacientes com DTM ainda não foi completamente estabelecida.


Link do artigo na integra via Scielo:

http://www.scielo.br/pdf/dpjo/v15n3/10.pdf

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O status atual da tomografia computadorizada Cone Bean na Ortodontia





Neste artigo de 2011, publicado pelo Dentomaxillofacial Radiology, pelos autores S Kapila, RS Conley and WE Harrell Jr; do Department of Orthodontics and Pediatric Dentistry, University of Michigan, Ann Arbor, Michigan, USA; Mostra o que este revolucionario metodo de diagnostico por imagem proporciona para a Ortodontia nas suas diversas situações de tratamento.

A Tomografia computadorizada de feixe cônico (CBCT) tornou-se uma fonte cada vez mais importante da obtenção de dados volumetricos das três dimensões (3D) na ortodontia clínica desde a sua introdução na Odontologia, em 1998. O objetivo deste artigo é destacar a compreensão atual de evidências para o uso clínico da CBCT em ortodontia, e revisar os resultados para responder questões clinicamente relevantes.

As informações atualmente disponíveis geradas a partir de estudos utilizando CBCT podem ser organizadas em cinco grandes categorias:

1 - Na avaliação da tecnologia da CBCT,
2 - Sua utilização em análises morfométricas crânio-faciais;
3 - Em achados incidentais;
4 - Na análise dos resultados dos tratamentos
5 - Na eficácia da CBCT no diagnóstico e planejamento do tratamento.

Os resultados nessas áreas tópicos são resumidos, seguido por indicações atuais e protocolos para a utilização de CBCT em casos específicos. Apesar da crescente popularidade da CBCT em ortodontia, e suas vantagens sobre a radiografia de rotina em casos específicos, os efeitos da informação obtida a partir dessas imagens que possam alterar as decisões de diagnóstico e tratamento ainda não foi demonstrada em diversos tipos de casos.

Por conseguinte, é recomendado que CBCT possa ser utilizada em casos selecionados, em situações que a radiografia convencional não possa fornecer informações de diagnóstico satisfatório, que incluem pacientes com fissura palatina, na avaliação da posição dos dentes inclusos, dentes supranumerários, na identificação de reabsorção radicular e para o planejamento de cirurgia ortognática.

A necessidade de utilização de outros tipos de imagens de determinados casos deve ser feita analisando caso a caso, após avaliação dos riscos versus benefícios da digitalização destas situações.

Link do artigo na integra via dmfr BirJournals:

http://dmfr.birjournals.org/cgi/reprint/40/1/24

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Instrumentais em Ortodontia Lingual





Desde o SPO 2010, quando assisti a aula sobre ortodontia lingual do Prof. Prieto, percebi que alguns mitos que eu mesmo criei em torno desta técnica eram mesmo apenas mitos. Fiquei aguardando uma oportunidade de fazer um curso mais aprofundado sobre o assunto e recentemente estreitamos os laços com o Dr. Marcos Prieto, com a perspectiva de trazê-lo para o GEORTO.

Achei este artigo publicado na Ortho Science, em 2009 (Orthodontic Science and Practice. 2009; 2(6)) que tem o objetivo expor alguns dos instrumentais específicos e indispensáveis para a clínica em Ortodontia Lingual, esclarecendo ao ortodontista que não se faz necessário um grande investimento para a aquisição dos mesmos, uma vez que são poucos e de relativa simplicidade. Em razão do exposto, novas perspectivas se abrem para que mais profissionais se encantem pela Técnica Lingual, atendendo aos anseios de muitos pacientes que desejam ser tratados com aparelhos invisíveis.

A Ortodontia Lingual foi desenvolvida no início dos anos 70 por Craven Kurz, em Los Angeles - USA. Paralelamente, no Japão, Kinja Fujita publicou o primeiro artigo científico sobre a técnica lingual por ele desenvolvida. Hoje a técnica já é exercida por muitos ortodontistas no mundo todo e alcança novos adeptos a cada dia. Para esse crescente número de aspirantes é importante que haja uma evolução na fabricação de instrumentais que sejam específicos para a Ortodontia Lingual, o que contribuirá para o crescimento da técnica.

Conclusão

Sair da zona de conforto é uma tomada de decisão própria e inerente a cada profissional. Desse modo é lento e gradual o ingresso de profissionais ortodontistas na Téc- nica Lingual. O desconhecimento de quais brackets e ins- trumentais a serem empregados, assim como dos passos mecânicos a serem executados é uma barreira que pou- cos estão dispostos a romper. Acreditamos que este traba- lho tenha contribuído para que alguns dos muitos colegas que almejam trabalhar com a Ortodontia Lingual, se mo- bilizem para tal e dêem o primeiro passo, buscando levar esta técnica encantadora a beneficiar seus pacientes, uma vez que são muitos os que gostariam de ser tratados com uma mecânica ortodôntica 100% estética ou os jovens que poderiam ter mais desenvoltura na prática dos esportes, dispensando protetores bucais enquanto corrigem seus dentes. Também por preservar totalmente o esmalte exter- no dos dentes a Técnica Lingual é muito apreciada pelos pacientes (1 e 4). Portanto, resta ao ortodontista de van- guarda fazer a sua parte. Um bom começo seria buscar o treinamento adequado com profissionais conceituados que já exercem a Ortodontia Lingual ha algum tempo.

Link para o artigo completo em PDF: AQUI



domingo, 20 de fevereiro de 2011

Pensamento da Semana


"E sem saber que era impossível, ele foi lá e fez."


Jean Cocteau
1889 - 1963
Link sobre o autor:

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Avaliação da estabilidade primária de miniimplantes ortodônticos em diferentes regiões da maxila e mandíbula de porcos


Neste artigo de 2007, publicado pelo INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS; pelos autores Matheus Melo Pithon; Lincoln Issamu Nojima; Especialista em Ortodontia pela Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL; Mestre em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ e Doutor em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ; Professor adjunto de Ortodontia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ - Rio de Janeiro; Avalia a estabilidade primária de mini-implantes ortodônticos inserido em diferentes regiões da maxila e mandíbula de porcos.

A utilização de mini-implantes como recurso de ancoragem ortodôntica já está bem estabelecida na literatura. O seu uso revolucionou a ortodontia, possibilitando uma ancoragem comprovadamente estável. Entretanto, para que os mini-implantes possam promover ancoragem adequada, contrapondo as forças reacionárias ao movimento ortodôntico, é necessário que esses dispositivos estejam inseridos em tecido ósseo de maneira estável.

Didaticamente a estabilidade de um mini-implante é subdividida em primária, que é aquela decorrente do contato direto entre o mini-implante e o osso, e a secundária ou tardia, que ocorre após cicatrização. A estabilidade primária é um importante indício do sucesso na técnica de inserção dos mini-implantes, visto que a maioria dos casos de falha desses, ocorre nos estágios iniciais pós-inserção.

Quando se deseja avaliar mecanicamente a estabilidade de um mini-implante, uma das metodologias que vem ganhando corpo é o ensaio de tração, amplamente utilizado em áreas médicas como a ortopedia, neurocirurgia, cirúrgia plástica e maxilofacial, quando deseja-se testar a estabilidade primária de diversos parafusos. O ensaio de tração consiste em extrair o miniimplante do tecido ósseo à uma velocidade constante, avaliando-se, dessa forma, a força máxima necessária para remoção desse dispositivo do tecido ósseo.

Uma vez que estudos precedentes de força de tração relataram variação na força encontrada, com alteração no tempo desde a inserção até o ensaio mecânico de tração, Roe relatou ausência de diferenças estatísticas quando realizado o teste, imediatamente após o sacrifício dos animais, quando comparado com testes uma semana após sacrifício estocados a -20°C. Outro trabalho relata diminuição da força com aumento do tempo de estocagem de cerca de 4 a 8 semanas. No presente trabalho, as peças foram dissecadas imediatamente após o sacrifício dos animais e estocados em solução salina por 15 dias a uma temperatura de -15°C, como realizado por trabalhos precedentes quando avaliou mini-implantes ortodônticos. Ao fim do 15° dia, a peça foi deixada à temperatura ambiente para descongelamento gradual.

Objetivando fixar o fragmento ósseo durante o ensaio mecânico confeccionou-se dispositivo metálico que foi acoplado à máquina universal de ensaios mecânicos. A parte superior do dispositivo se acoplava na parte móvel da máquina e a inferior na base. A parte inferior do dispositivo foi confeccionado de tal maneira que o bloco ósseo fi cou imóvel sem a necessidade de incluir o mesmo em resina como sugerido na literatura. A escolha da não inclusão em resina se deve ao fato do bloco ósseo ser pequeno e, em virtude disso, a resina poderia penetrar no tecido ósseo, mascarando os resultados.

Em estudos, avaliando-se a tração de parafusos imediatamente após a colocação e, 8 semanas depois, não foram verificadas diferenças estatísticas. Em outro estudo, avaliando a força de ligação de implantes de titânio em ossos faciais, permitindo cicatrização por 1, 2, 3, 4, 6, 9, 12 e 32 semanas, um modesto ganho na força de tração foi medido quando comparado com um dia de colocação. Baseado nesses trabalhos a estabilidade secundária desejada durante o tratamento está diretamente relacionada à estabilidade primária conseguida durante a instalação dos mini-implantes. Entretanto, mais estudos são necessários avaliando a estabilidade primária e a secundária em mini-implantes sem a colocação de forças.

A forças necessárias para os movimentos ortodônticos geralmente variam entre 0.3 a 4 N. As forças de tração encontradas neste trabalho foram substancialmente maiores que as necessárias clinicamente, validando todas as áreas bucais estudadas.

Uma vez que a espessura da cortical é reconhecidamente importante na estabilidade primária dos mini-implantes, fez-se necessário a medição, possibilitando, dessa forma, qualificar e quantificar as regiões as quais foram escolhidas para inserção dos mini-implantes. A área da sutura palatina mediana apresentou-se com menor espessura, com média de 0.92 mm. Esses resultados foram diretamente proporcionais à estabilidade primária alcançada pelos mini-implantes e estão corroborando com a literatura.

Pode-se concluir com a realização deste trabalho que: a região de sutura palatina mediana fornece menor estabilidade primária aos mini-implantes e a de molar superior a maior; a estabilidade primária está diretamente relacionada com a espessura da cortical óssea.

Link do artigo na integra via Sinimplante:

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Responsabilidade civil e ética do ortodontista



Neste artigo publicado pela revista Dental Press de nov./dez. 2004, Bruno MINERVINO*, Omásio Teixeira SOUZA**; (* Professor de Ortodontia da FOPLAC e ABO (Taguatinga). Mestre em Ortodontia pela UNESP - Araraquara. Aluno do Curso de Direito da UNIP/DF. ** Advogado. Professor de Direito Civil da UNIP/DF.), apresentam os aspectos relacionados à natureza legal e ética a que os ortodontistas estão submetidos, diariamente, em suas clínicas, mencionando aspectos pilares da responsabilidade civil do ordenamento jurídico atual, como também a postura ética que o ortodontista deverá ter com seu assistido.


Concluem que o diploma acadêmico e de pós-graduação habilita o profissional para exercer determinada atividade; é o diploma oficial de conhecimento, contudo, a conduta ética e a moral, que não vêm estampada num diploma, devem ser exercitadas a todo dia, sempre norteadas pelo bom senso, pelo Código de Ética e pelo bom trato para com o paciente.


Cabe ao ortodontista propor o melhor tratamento e ao paciente aceitá-lo, após discussão significativa e exaustiva do mesmo, onde todas as dúvidas devem ser sanadas, criando-se o respeito mútuo. É importante o profissional manter-se em atualização constante, pedir opinião de colegas em casos de tratamento multifatoriais, ter um arquivo de tudo que foi feito e pedido e esclarecer o plano de tratamento, informando a técnica e o material a ser utilizado.


Nota-se pela jurisprudência que, ambas as obrigações de meio e fim, têm fundamentação ju- rídica. Com isso, não se define em um contrato a modalidade obrigacional, apesar de existir uma tendência a considerar os procedimentos odonto- lógicos como de fim. Contudo, essa corrente jurí- dica não deve prosperar sem que haja discussão significativa sobre o tema.


Na dúvida, aconselha-se ser cauteloso ao mencionar as chances de sucesso no tratamento, atingindo-se mais uma obrigação de meio, sem, contudo eximir o ortodontista das responsabilidades de todo o tratamento; pré e pós contenção. Assim, existe na Odontologia como em qualquer outra profissão, uma obrigação genérica de não causar dano por negligência, imprudência ou imperícia.


Em todos os artigos consultados sobre o assunto, sempre há a uma abordagem referente à importância da comunicação entre o profissional e o paciente. Por isso, controle "seus instintos mais primitivos"e explique tudo quantas vezes for perguntado. Ou até mesmo tente perceber as dúvidas e aborde o assunto antes de ser perguntado.


O artigo completo em formato PDF está disponível, via scielo, neste link:


http://www.scielo.br/pdf/dpress/v9n6/a13v9n6.pdf

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

OrtoPodCast - Episódio 4



Meus agradecimentos às mais de 500 pessoas que baixaram o OrtoPodCast! Ao que parece, a nossa loucura é também de muitos por aí...
Um agradecimento especial ao norte do estado do Mato Grosso. Desta região temos tido dezenas de downloads.

Neste episódio falaremos do distrator ósseo apresentado pelo artigo encaminhado pelo Dr. Thiago Coleta. Este artigo foi publicado neste blog no dia 11 de fevereiro.

Primando pela qualidade, avisamos que editaremos apenas um episódio do PodCast por quinzena. Tentaremos fazer entrevistas e estaremos em desenvolvimento contínuo.





Ir para a Itunes Store
Para download do arquivo mp3, clique aqui.
Um abraço a todos,

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Pensamento da semana


"Se não houver frutos, valeu a beleza das flores; se não houver flores, valeu a sombra das folhas; se não houver folhas, valeu a intenção da semente."

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Uso de distrator ósseo dento-implanto suportado em um caso de Reabilitação Oral: Descrição de uma técnica personalizada




Neste artigo de 2008, publicado pelo Journal Oral Maxillofacial Surgery, pelos autores Elcio Marcantonio, Roberto Dela Coleta, Rubens Spin-Neto, Elcio Marcantonio, Karina Eiras Dela Coleta Pizzol e Eloísa Marcantonio Boeck, do Department of Bucco-Maxillo-Facial Surgery, UNESP, São Paulo State University, Araraquara Dental School, Araraquara, São Paulo; Department of Periodontology, UNESP, São Paulo State University, Araraquara Dental School, Araraquara, São Paulo; Department of Orthodontics, UNIARA–Araraquara University, Araraquara Dental School; and Private Practice, Araraquara, São Paulo; Department of Orthodontics, Centro Universitário Hermínio Ometto–UNIARARAS–Araras, São Paulo, Brasil. Mostra um tecnica utilizando um distrator apoiado em implantes, com o intuito de viabilizar uma reabilitação implanto-protética.

A Osteodistração é uma realidade clínica disponível para a resolução das deficiências ósseas antes da colocação do implante dentário ou em casos onde os implantes existentes estão na posição errada.

O objetivo deste trabalho foi sugerir uma nova possibilidade de distração óssea, com base em distratores ósseo-implantados em protese dentaria, em áreas onde há a necessidade de recuperação do osso alveolar extensa, com instalação de implantes dentários.

Esta técnica apresentou bons resultados associados com a sua simplicidade e o baixo custo, tornando-se uma solução viável para o aumento clínica tecido ósseo.

Embora seu uso é recente, a técnica sugerida mostra o potencial de se tornar amplamente utilizado na tentativa de alcançar o aumento da altura óssea, principalmente quando os implantes dentários são instalados e já osseointegrado.

Artigo enviado pelo Dr. Thiago Coleta, solicitação deste artigo na integra via site da clinica de um dos autores do artigo.

http://delacoletaorto.com.br/

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

1000 seguidores no Twiitter!

Avaliação in vitro da resistência à flexão de um protótipo de mini-implante desenvolvido para ancoragem do aparelho de Herbst


Neste artigo de 2010, publicado pelo Dental Press Journal of Orthodontics, pelos autores: Klaus Barretto-Lopes, Gladys Cristina Dominguez, André Tortamano, Jesualdo Luiz Rossi, Julio Wilson Vigorito; Da Disciplina de Ortodontia do Departamento de Ortodontia e Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. Avalia o limite de resistência à flexão de um protó- tipo de mini-implante desenvolvido para ancoragem do aparelho de Herbst.

Os mini-implantes foram idealizados a partir da diminuição do comprimento e do diâmetro dos implantes existentes, permitindo que novas áreas pudessem ser utilizadas para ancoragem ortodôntica de acordo com a espessura óssea. Assim, os mini-implantes passaram a ser usados para intrusão dos incisivos inferiores, quando colocados na sínfise mentoniana; para tração horizontal, quando colocados na crista alveolar; para intrusão dos molares, quando colocados entre as suas raízes; ou para distalização dos molares, quando colocados no palato.


Outros autores sugeriram a utilização de implantes como ancoragem ortopédica em animais e, em humanos, no tratamento da má oclusão de Classe III por retrusão maxilar. Já para os casos de má oclusão de Classe II por retrusão da mandíbula, o aparelho de Herbst tem sido muito indicado — pela sua maior eficiência em relação a outros tipos de aparelhos e, também, devido aos seus efeitos positivos na correção ortodôntica e ortopédica. Porém, alguns autores afirmam que existe um grau de descontrole nos movimentos ortodônticos (principalmente a vestibularização excessiva dos incisivos inferiores) que poderia estar associado ao aumento do apinhamento dos incisivos inferiores e à retração gengival.


Tendo em vista esses problemas e com o propósito de superá-los, foi idealizado um mini-implante para ancoragem do aparelho de Herbst. Entretanto, a primeira dúvida que surgiu foi se esse novo mini-implante seria capaz de resistir às forças máximas de mordida (média de, aproxima- damente, 756N ou 75,6kgf).


Assim, o propósito do presente estudo foi avaliar, in vitro, o limite de resistência às forças de flexão de um protótipo de mini-implante desenvolvido especialmente para ancoragem do aparelho de Herbst.


Algumas modificações foram feitas no protótipo de mini-implante em relação aos mini-implantes mais utilizados atualmente, que apresentam diâmetro em torno de 1,6mm e comprimento em torno de 6mm. Essas modificações objetivaram aumentar a área de contato do protótipo de mini-implante com o osso — aumentando, consequentemente, a sua resistência. Assim, o diâmetro desse protótipo possui 2,0mm e é compatível com o espaço inter-radicular mesio-distal entre os primeiros molares e os segundos pré-molares superiores, e entre os caninos e os primeiros pré-molares inferiores (provável local de colocação dos mini-implantes utilizados como ancoragem do aparelho de Herbst), de 3mm a 8mm de distância da crista óssea.


A resistência máxima média às forças de flexão do protótipo de 98,9kgf encontrada no presente estudo e mesmo a força mínima de 98,2kgf, que seria o limite de resistência, foram superiores à força máxima média de mordida humana de 75,6kgf encontrada na literatura. Isso demonstra que o protótipo de mini-implante, isoladamente, poderia resistir a forças de flexão maiores do que aquelas originárias das forças máximas da mordida humana. Entretanto, especula-se que a maior chance de insucesso do aparelho de Herbst apoiado em mini-implantes esteja na interface osso x mini-implante. Assim, antes que estudos clínicos possam ser realizados, novos estudos in vitro devem ser feitos para avaliar a força de resistência à flexão do protótipo de mini-implante inserido em osso.



Link do artigo na integra via Scielo:


http://www.scielo.br/pdf/dpjo/v15n4/06.pdf

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Analise das propriedades mecânicas dos micro-implantes ortodônticos auto-perfurantes com diferentes diâmetros


Neste artigo de 2010, publicado pela Angle Orthodontist, pelos autores Yan Chen; Hee Moon Kyung; Limin Gao; Won-Jae Yu; Eun-Ju Bae; Sang-Min Kim; do Oral Department, Affiliated Hospital, Inner Mon- golia Medical University, Hohhot, Inner Mongolia, P.R. China; Department of Orthodontics, School of Dentistry, Kyungpook National University Daegu, Korea; Department of Public Industry Management School of Administration, Beijing University of Chinese Medicine, Beijing, P.R. China; Mostra um estudo realizado como diferentes mini implantes no qua testa seus niveis de torque de inserção e remoção.

O objetivo deste estudo foi de testar a hipótese de que o torque de inserção dos micro implantes auto-perfurantes com diâmetro adequado se correlaciona com o torque de remoção mecanicamente.

Um total de 360 micro-implantes auto-perfurantes compostos por cinco tipos diferentes foram utilizadas. Eles (24 de cada grupo) foram inseridos em três tipos de ossos artificiaisl com o uso de um verificador de torque operado com uma velocidade de 15 rpm. O torque de inserção foi medido durante a colocação, enquanto o torque de remoção foi medido dentro de 3 dias após a inserção.

A maioria dos micro-implantes do tipo A, cortados antes de serem completamente inseridos no osso com 40-libras por cúbico. Os implantes em outros tipos foram inseridos com sucesso sem a quebra do implante e fratura óssea em todas as densidades ósseas. Houve uma correlação estatisticamente significativa entre torque de inserção e o torque de remoção. Houve diferenças significativas na inserção e no torque de remoção entre os diâmetros dos implantes e densidade óssea com tendência para aumentar. As taxas de perda de torque é reduzido quando ocorre o aumento do diâmetro do implante e da densidade óssea.

Micro-implantes com diâmetro inferior a 1,3 mm são impróprios para a inserção mecânica em um osso com uma densidade superior a 40 libras por cúbico quando a pessoa está usando uma técnica de inserção auto-perfurante.


Link do artigo na integra via Angle Orthodontist:

http://www.angle.org/doi/pdf/10.2319/103009-607.1