ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: abril 2012

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Expansão maxilar em adultos e adolescentes com maturação esquelética avançada


Neste artigo de 2009, publicado pela Revista Dental Press, pelos autores Rowdley Robert Pereira Rossi, Mônica Tírre de Araújo, Ana Maria Bolognese; do departamento de Ortodontia da Universidade do Brasil – UFRJ - Rio de Janeiro. Analisa e discute fatores determinantes para o planejamento da expansão maxilar em adultos e adolescentes com maturação esquelética avançada. Ausências dentárias múltiplas, grandes inclinações dentoalveolares para vestibular, recessão gengival, perda óssea alveolar e mobilidade dos dentes posterossuperiores contraindicam a realização de expansão rápida da maxila em indivíduos adultos ou com maturação esquelética avançada.

A conscientização sobre a importância da saúde bucal, as exigências estéticas da sociedade e a popularização do tratamento ortodôntico estimularam o paciente adulto a buscar ajuda profissional especializada. Dentre as más oclusões, a deficiência transversa da maxila está entre os mais danosos problemas esqueletais da região craniofacial. Seu estabelecimento e sua manutenção até a idade adulta produzem um quadro anatomofuncional que torna o tratamento em adultos mais complicado. Sua correção – seja por alterações dentoalveolares, deslocamento transverso dos ossos maxilares auxiliado por osteotomias ou reposicionamento cirúrgico segmentado da base óssea – deve compensar ou restabelecer a relação esquelética transversa normal entre a maxila e a mandíbula. Para alguns autores, o restabelecimento da relação esquelética transversa normal entre as bases ósseas é fundamental para a obtenção de uma oclusão satisfatória e estável. Para isso, a sutura palatina mediana (SPM) deve ser aberta e os ossos maxilares separados sem provocar inclinação excessiva dos dentes posteros superiores.

A deficiência transversa dos ossos maxilares se manifesta pela mordida cruzada uni ou bilateral, parcial ou total, além dos casos em que a mordida cruzada não está presente. Comumente, a atresia maxilar é acompanhada do desenvolvimento vertical alveolar excessivo, apinhamento dentário, palato profundo e estreito, com largura inferior a 31mm (distância intermolares medida no limite cervical) e contraído na região anterior, além de grandes espaços escuros no corredor bucal, durante o sorriso, caracterizando a síndrome da deficiência maxilar transversa.

O tratamento da Deficiência Transversa Maxilar por meio da Expansão Rápida dos Ossos Maxilares (ERM) é conhecido há mais de 140 anos, mas seus aspectos clínicos, radiográficos e mecanismos de ação foram melhor definidos e difundidos após estudos realizados pelo Dr. Andrew J. Haas, na década de 60. A partir de então, inúmeras investigações clínicas e experimentais foram relatadas na literatura e a ERM tornou-se um método rotineiramente usado em pacientes em crescimento.

Em adultos, a ERM possui limitações e complicações, como a resistência à expansão, ausência ou pequena abertura da SPM, predominância de expansão dentoalveolar em relação ao ganho transverso da base óssea, excessiva inclinação vestibular e extrusão dos dentes posteros superiores, absorção da cortical óssea vestibular, recessão gengival, dor, edema, ulcerações e isquemia da mucosa palatal, além de elevado grau de recidiva.

Em idades precoces, durante o período das dentaduras decídua, mista e permanente jovem, esse
tratamento possui grande efeito ortopédico, quando comparado à dentadura permanente adulta,
pois a resposta sutural e esquelética é mais favorável durante o período de crescimento. Em adultos, o aumento da dimensão esquelética transversa do palato promovido pela ERM é pequeno, sendo predominantemente dentoalveolar. Assim, a separação entre os incisivos centrais, sinal clínico de abertura da SPM, raramente ocorre. Portanto, para muitos autores, o período durante o surto de crescimento ou até os 15 anos de idade é considerado ideal para a realização da expansão rápida da maxila.

A resistência do esqueleto craniofacial à expansão palatal e abertura da sutura palatina mediana,
em pacientes com maturação esquelética avançada, estimulou o surgimento de vários protocolos
de osteotomias maxilares como adjuntas da expansão (ERMAC - Expansão Rápida da Maxila Assistida Cirurgicamente) – com a finalidade de diminuir essa resistência separando o osso basal maxilar dos seus principais suportes do crânio, de maneira segura, simples e confiável, para obter aumento permanente da largura maxilar com inexpressiva inclinação dentária.

Basicamente, dois procedimentos cirúrgicos são amplamente relatados na literatura para a correção da deficiência transversa dos ossos maxilares em pacientes adultos: (1) osteotomia maxilar Le Fort I segmentada (Expansão Cirúrgica Maxilar Segmentada - ECMS), com o objetivo de liberar a maxila dos ossos contíguos e segmentála, para promover o reposicionamento lateral das partes e a correção da atresia maxilar durante o ato cirúrgico; e (2) osteotomia maxilar parcial (ERMAC), para reduzir a resistência à expansão, realizada em conjunto com um dispositivo expansor.

A escolha da alternativa cirúrgica mais adequada deve considerar o grau de morbidade, a quantidade de expansão planejada e a necessidade de cirurgia ortognática após a resolução do problema esquelético transverso. Indivíduos com comprometimento esquelético nos planos posteroanterior e/ou vertical, combinado com deficiência transversa da maxila, podem submeter-se a um único momento cirúrgico. No entanto, o tratamento em dois estágios (primeiro a ERMAC e depois a cirurgia posteroanterior e/ou vertical) permite maiores expansões, com grande estabilidade, e elimina a necessidade de correção do problema transverso no momento da correção cirúrgica sagital e/ou vertical, o que simplifica a cirurgia e torna a osteotomia maxilar unissegmentar, e ainda reduz as chances de complicações, como a lesão de vasos importantes e a necrose dos tecidos. Clinicamente, o resultado transverso da ERMAC é mais estável do que o da expansão cirúrgica maxilar segmentada. Phillips et al. (1992 apud BYLOFF, MOSSAZ) encontraram alto grau de recidiva (40%) quando a Le Fort I segmentada era selecionada para a correção de problemas transversos.

Após análise e discussão da bibliografia utilizada, os autores concluiram que:

1) Ausências dentárias múltiplas, grandes inclinações dentoalveolares para vestibular, recessão gengival, perda óssea alveolar e mobilidade dos dentes posterossuperiores contraindicam a realização da expansão rápida da maxila em indivíduos adultos ou com maturação esquelética avançada. Entretanto, esses fatores não devem ser considerados isoladamente para a escolha do método de expansão palatal em adultos.

2) A literatura científica não mostra consenso em relação à idade ideal para a indicação da ERMAC, porém, essa está indicada em discrepâncias transversas severas e em indivíduos adultos ou com maturação esquelética avançada.

3) A escolha da técnica cirúrgica (ERMAC) deve basear-se principalmente na idade do paciente, no grau de maturação esquelética, nas estruturas anatômicas que oferecem maior resistência à expansão maxilar e na localização da atresia palatal.

4) O Hyrax é o aparelho expansor de escolha para indivíduos que irão se submeter à ERMAC. Entretanto, em casos de deficiência maxilar severa associada a avançada recessão gengival, perda óssea alveolar, mobilidade e ausências dentárias posterossuperiores, o aparelho tipo Haas (dento-mucossuportado) está indicado.


Link do artigo na integra via Scielo:

iQualid - Programa de Assessoria no Diagnóstico por Imagem





Neste processo pela busca do Compartilhar Conhecimento, achei bem interessante o que a ibbroDIGITAL, vem se propondo a fazer. Um programa de estudos com formato de oficinas de aprendizado, voltado para colegas das diversas especialidades da Odontologia, no campo do diagnóstico por imagem, que vai desde uma radiografia convencional até as imagens digitais. Muito positiva esta iniciativa que pede como ajuda de custo para a participação, a doação de  livros novos ou usados, didáticos ou para-didáticos, que serão encaminhados para a ONG Centro sócio-Cultural Livro é Vida. Parabéns a toda equipe da ibbroDIGITAL pela bela Iniciativa!


O que a ibbroDIGITAL diz deste projeto:

Em vista do grande avanço tecnológico, o processo de diagnóstico por imagem deve ser revisto de forma analítica, para que o profissional agregue aos seus conhecimentos, competência para utilizar os novos recursos disponíveis em benefício do paciente. Como em todo processo de mudança, é necessário um período de adaptação para novos conhecimentos serem somados aos conceitos acadêmicos previamente construídos.

Pensando assim, o IBBRO - Bioimagem Buco-Maxilo-Facial, idealizou um programa denominado iQualid (Programa de Assessoria no Diagnóstico por Imagem), na forma de oficinas de aprendizado. Essas oficinas abordarão conhecimentos da RADIOLOGIA CONVENCIONAL e dos MÉTODOS AVANÇADOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM, de uma forma dinâmica e compartilhada com as especialidades odontológicas. 


Como participar: Forme seu grupo e escolha a categoria mais adequada. O programa aplicado corresponderá ao perfil e anseios do grupo. 





Link para mais informações:


www.ibbro.com.br | contato@ibbro.com.br      

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Coluna OrtoTecnologia - Revista da SPO




Esta semana foi publicado pela Revista da Sociedade Paulista de Ortodontia - SPO, mais um artigo da coluna OrtoTecnologia. Onde o tema foi: "Overclock Ortodôntico. Superando os Limites da Movimentação Ortodontica".

Como mencionamos anteriormente, a coluna OrtoTecnologia, foi criada pelo Editor Chefe da revista o Dr. Flavio Cotrim, voltada para as novas tendências científicas e tecnológicas, que ofereçam soluções a rotina Ortodontica com o enfoque contemporâneo. Na primeira edição deste ano escrevemos sobre o uso dos Modelos Digitais Tridimensionais na ortodontia. E agora numa revisão da literatura cientifica atual, foram abordadas diversas formas que algumas escolas ao redor do mundo vem buscando para acelerar a movimentação ortodontica, dentro de conceitos  científicos.

Esperamos que gostem dos artigos, disponíveis somente na versão impressa da revista. Esperamos críticas e sugestões dos amigos leitores. E mais uma vez agradecemos a Revista da SPO, todo Corpo Editorial, aos Jornalistas, além do Dr. Flavio Cotrim por ter nos presenteado com a bela oportunidade de sermos colunistas desta revista cientifica com mais de 45 anos e de abrangência nacional.

Marlos Loiola
Wendel Shibasaki

Link da Revista SPO:

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Liberação in vivo de íons metálicos por mini-implantes ortodônticos de Ti-6Al-4V


Neste artigo de 2007, publicado pela Revista Matéria vol.12 no.2; pelos Autores Liliane S Morais; Glaucio G Serra; Carlos A Muller; Elisabete F A Palermo; Leonardo R Andrade; Marc A Meyers; Carlos N Elias; do Departament of Mechanical and Aerospace Engineering, University of California - San Diego; Departamento de Engenharia Mecânica e Ciência dos Materiais, Instituto Militar de Engenharia, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; da Fundação Oswaldo Cruz, FIOCRUZ, Av Brasil, 4365, Manguinhos, Rio de Janeiro; Laboratório de Radioisótopos, Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro; do Departamento de Histologia e Embriologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; Determina as concentrações de titânio, alumínio e vanádio nos órgãos de coelhos (rins, fígado e pulmões), após a inserção de mini-implantes ortodônticos fabricados a partir da liga Ti-6Al-4V.


O titânio comercialmente puro (Ti cp) é amplamente utilizado na fabricação de implantes dentários e ortopédicos pois é considerado quimicamente inerte, possui propriedades mecânicas adequadas e excelente biocompatibilidade. No entanto, devido ao tamanho reduzido dos mini-implantes ortodônticos existe a possibilidade de ocorrerem fraturas durante os procedimentos de inserção e remoção, pois o Ti cp possui baixa resistência à fratura. Para superar este problema o material de escolha para confecção de mini-implantes ortodônticos é a liga Ti-6Al-4V, pois possui maior resistência à fadiga e à fratura. Entretanto, a resistência à corrosão da liga Ti-6Al-4V é menor do que a resistência à corrosão do Ti cp, favorecendo a liberação de íons metálicos. Estes íons podem se acumular nos tecidos peri-implante e em tecidos distantes favorecendo a ocorrência de efeitos indesejáveis no corpo humano e sendo freqüentemente responsabilizados pela falha clínica dos implantes, osteólise, reações alérgicas, lesões renais, citotoxicidade, hipersensibilidade e carcinogênese.


A biocompatibilidade do Ti cp é atribuída à sua capacidade de formar espontaneamente uma camada superficial de óxido de titânio (TiO2). Na liga Ti-6Al-4V o óxido superficial é composto por TiO2 com pequenas quantidades de Al2O3, grupos hidroxílicos e água. O óxido superficial da liga é menos estável que o óxido do Ti cp porque o Al e o V que são adicionados como elementos de liga para estabilizar, respectivamente, as fases α e β, desestabilizam a liga, tornando-a vulnerável à corrosão. Como o vanádio não está presente no filme formado na superfície da liga Ti-6Al-4V, o titânio e o alumínio são os íons metálicos mais prováveis de serem liberados por superfícies de Ti-6Al-4V. Essa afirmação está de acordo com os valores encontrados no presente estudo, pois Ti e Al foram encontrados em maiores quantidades do que V, apesar de quantidades mínimas de V terem sido detectadas.


Somado à desestabilização causada pelos elementos de adição, quando a liga Ti-6Al-4V é implantada no corpo humano ocorrem mudanças em sua camada protetora que influenciam a liberação de produtos de corrosão. Estas alterações ocorrem por diversos motivos, tais como: (1) a concentração de íons cloro no soro sanguíneo e nos fluidos intersticiais gera um ambiente altamente corrosivo para materiais metálicos; (2) o pH do tecido ósseo, no qual o material é implantado, diminui para aproximadamente 5,2 e só retorna ao valor normal (7,4) após 2 semanas; (3) os fluidos corporais contêm aminoácidos e proteínas que influenciam a corrosão metálica; (4) a concentração de oxigênio dissolvido nos fluidos corporais é um quarto daquela no ar, atrasando a regeneração do filme de óxido superficial; e (5) as células atuam como corpos com carga que podem influenciar a corrosão de materiais metálicos.


O comportamento das concentrações de alumínio nos órgãos de coelhos, em função do tempo de implantação foi diferente do comportamento do titânio. Para o alumínio, os valores do grupo controle foram elevados (75,38 ppm), mantendo-se aproximadamente no mesmo nível, sem diferenças estatisticamente significantes até 12 semanas (73,28 ppm). Isso pode estar relacionado ao fato do alumínio ser um elemento presente em fontes ambientais, como alimentação e ar. Desta forma, o Al está presente em grandes quantidades no tecido pulmonar e a contribuição de Al vinda da corrosão in vivo dos mini-implantes ortodônticos não é significante.


Os mini-implantes ortodônticos testados no presente estudo apresentavam superfície lisa, como usinados, ou seja, não receberam tratamento para aumentar a rugosidade de superfície. As baixas concentrações de íons metálicos medidos neste estudo podem estar relacionadas a este fato, pois a liberação de íons metálicos está intimamente relacionada com a estrutura da superfície do implante, sua rugosidade e configuração topográfica. Implantes com alta rugosidade superficial possuem menor resistência à corrosão e maior liberação de íons metálicos do que implantes com menor rugosidade superficial.


O uso de coelhos em estudos de implantes é largamente difundido devido à correlação existente entre a fisiologia humana e a dos coelhos. Entretanto, deve-se tomar cuidado durante a extrapolação do comportamento clínico a partir de animais experimentais, pois as dimensões dos materiais testados em relação ao sistema biológico dos coelhos podem ter grande influência nos resultados. Neste estudo, 4 mini-implantes ortodônticos foram implantados em cada coelho, número médio de mini-implantes utilizados durante o tratamento ortodôntico. Entretanto, o peso dos coelhos (3 kg) é cerca de 20 vezes menor do que o peso médio de um humano adulto (60 a 70 kg). Desta forma, supõe-se que as baixas concentrações de íons metálicos medidos no presente estudo são insignificantes para humanos.




CONCLUSÃO


Quantidades variadas de Ti, Al e V foram detectadas em todos grupos testados, comprovando que existe liberação de íons metálicos pelos mini-implantes ortodônticos de Ti-6Al-4V.


Apesar da tendência de liberação de íons pela liga de titânio, as quantidades de metais detectadas foram extremamente baixas.


Devido aos baixos valores de Ti, Al e V medidos no presente estudo, conclui-se que os mini-implantes ortodônticos de Ti-6Al-4V são dispositivos seguros para emprego como auxiliar de ancoragem no tratamento ortodôntico.


Link do artigo na integra via materia coppe UFRJ:


terça-feira, 24 de abril de 2012

3º Lingual Meeting - Mecânica Vestibular x Mecânica Lingual

Acontecerá dos dias 22 a 23 de Junho no Hotel Pullman no Ibirapuera em São Paulo o 3º Lingual Meeting que contará com grandes nomes da Ortodontia Brasileira  e também Internacional como o Professor Cristophe Gualano da França. Uma boa oprotunidade para aprender e conhecer um pouco mais desta abordagem de tratamento, que tem como foco a solução de problemas Ortodonticos associada a uma intervenção realizada com a preservação da estética dentaria do paciente. 


O evento será organizado pelo Professor Marcos Prieto, idealizador de uma filosofia propria de tratamento, baseada na Ortodontia Lingual. O Straight-Wire Lingual Prieto. Marquem nas suas agendas ...

Prof. Marcos Prieto




Link do evento: 


domingo, 22 de abril de 2012

Pensamento da Semana



"A nossa maior glória não reside no fato de nunca cairmos, mas sim em levantarmo-nos sempre depois de cada queda."

Confúcio

domingo, 15 de abril de 2012

Pensamento da Semana



"Para evitar criticas, não faça nada, não diga nada, não seja nada."

Elbert Hubband

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Uma Comparação entre as medidas dentárias em modelos digitais obtidos por tomografia e os digitalizados.




Há quase um ano, mais precisamente em 28 de maio de 2011, postamos um artigo do Dr.Chung How Kau, originalmente publicado pelo Angle Orthodonthist, que utilizava o índice Little para comparar os modelos digitais obtidos diretamente das tomografias cone bean e os modelos obtidos pela digitalização dos convencionais de gesso por OrthoCAD.Naquela postagem falamos que os autores cocluíram que os modelos digitais diretos são tão confiáveis quanto os digitalizados, de acordo com os seus resultados e metodologia.

Em março de 2011, publicado pelo European Journal of Orthodontics, constando como autores, B. Tarazona, J. M. Llamas, R. Cibrian, J. L. Gandia, and V. Paredes, mais um trabalho mostra a confiabilidade dos modelos digitais, quando comparados com os digitalizados. Desta vez usando medias mésio-distais dos dentes, distância intercanina, intermolares e comprimento total do arco.



Utilizou-se de 27 modelos digitalizados e as tomografias dos mesmo pacientes analizadas com o software Invivodental.

Todas as diferenças, apesar de estatisticamente significantes, foram consideradas clinicamente aceitáveis.


Evidenciamos portanto fontes de duas das maiores revistas do mundo apontando para a utilização das tomografias como exame substituidor também dos modelos.

Para ler o arquivo na íntegra via ejo.oxfordjournals clique aqui.

domingo, 8 de abril de 2012

Feliz Pascoa!


Pela quarta vez, utilizamos este blog para desejar a todos um feriado de páscoa de muitas alegrias em companhia dos seus familiares e amigos.
Um abraço aos quase um milhão de pessoas que usam este espaço para estudar e se atualizar.


sábado, 7 de abril de 2012

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Confiabilidade, validade e reprodutibilidade de três métodos utilizados para medir a largura dos dentes para análises bolton.



Esse artigo publicado no Jornal Australiano de Ortodontia, Aust Orthod J. 2009 Nov;25(2):97-103, pelos autores Daron R. Stevens, Carlos Flores-Mir, Brian Nebbe, Donald W. Raboud, Giseon Heo, e Paul W. Majorf, analisam 3 métodos para a realização das medidas necessárias para a análise de Bolton.



Há muito tempo as medidas realizadas com paquimetro digital são tidas como padrão ouro em termos de método para análises de modelo. Neste estudo os modelos foram digitalizados e as medidas feitas através de software. Os autores concluíram que os modelos digitalizados são tão precisos quanto os tradicionais de gesso.

Concluíram que o método mais moderno não poderia sugerir ao ortodontista um diagnóstico diferente por discrepâncias nas medidas necessárias para a análise de Bolton.


Para ver o artigo na íntegra clique aqui.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

ANÁLISE DAS TENSÕES EM UMA MANDÍBULA HUMANA ATRAVÉS DO MÉTODO DE ELEMENTOS FINITOS




Neste artigo que foi apresentado no X Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e VI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba, pelos autores Ricardo A. A. Aguiar, Hector Reynaldo M. Costa, Flavio Souto Maior Henrique; do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca – CEFET - Rio de Janeiro; Teve como objetivo o estudo do comportamento mecânico da mandíbula humana, através de simulações numéricas, quando submetida aos esforços provenientes de diferentes processos de mastigação.


A movimentação da mandíbula durante a mastigação é realizada principalmente pela contração dos músculos Masseter. São músculos de forma quadrangular que estão localizados na lateral da face, fixados aos ramos, mais precisamente nos pontos inferiores dos mesmos. Como os demais ossos do corpo humano a mandíbula não é uma estrutura isotrópica, e não é composta por um único material homogêneo. De uma forma geral é possível classificar três estruturas ósseas de características diferentes.


Osso Cortical – Também denominado de osso compacto, consiste da estrutura externa do osso, com um elevado valor de dureza. Essa elevada resistência é proporcionada pela sua estrutura composta por finas laminas de tecido ósseo.


Osso Trabecular - É a estrutura óssea interna da mandíbula. O osso trabecular é composto por fibras de tecido que formam alvéolos, formando uma estrutura esponjosa.


Mucosa - A mucosa é um tecido de revestimento interno da cavidade bucal, com uma camada de aproximadamente 3 milímetros de espessura sobre a superfície superior do corpo da mandíbula.


Um modelo tridimensional elástico de elementos finitos foi desenvolvido para o estudo de tensões em uma mandíbula humana a partir de modelo gerado no SOLIDWORKS e posteriormente importado para o software de elementos finitos, ANSYS 7.1. A mandíbula será construída a partir de elementos SOLID92 (10 nós, com 3 graus de liberdade por nó). Selecionou-se esse elemento pois ele é indicado para geometrias importadas de softwares de CAD e CAE, e devido aos nós intermediários que melhor se adaptam a contornos complexos.


O modelo foi gerado dividindo-se a mandíbula original gerada a partir de tomografia, em varias seções conservando seu contorno e desprezando o contorno dos dentes nelas existentes e depois reagrupando em um só componente. O resultado foi comparado a uma mandíbula usada para estudos na faculdade de odontologia, encontrando medidas geométricas bem similares. A principal vantagem deste procedimento foi a criação de um modelo com o número de faces reduzidas, dando um aspecto mais real ao modelo original, tornando-a fácil de se manipular e não gerando muitos conflitos com uso de importação com o software de elementos finitos.


Para a aplicação dos materiais da mandíbula, osso cortical, trabecular e mucosa, foi necessário separar a mandíbula em três partes distintas: uma estrutura externa de osso córtico e um preenchimento de osso trabecular e uma camada mais externa sendo a mucosa. A espessura do revestimento externo varia conforme a região da mandíbula:1 milímetro de espessura na região labial, próximo da superfície superior do corpo da mandíbula;3 milímetros de espessura em toda a região dos ramos; 2 milímetros de espessura nas demais regiões da mandíbula.


A estrutura interna, composta de osso trabecular, foi construída a partir da cavidade externa gerada na aplicação das espessuras acima, e é mostrada na figura 5. A mucosa bucal, por sua vez, foi gerada a partir do contorno da superfície superior do corpo da mandíbula, com uma espessura em torno de 3 milímetros.


Na prática, a mucosa está também presente sobre outras superfícies da mandíbula (como nas superfícies internas), que não foram consideradas por não participarem diretamente do processo mastigativo.


Para um estudo inicial são realizadas duas diferentes propostas de estudo para cada uma das situações enumeradas acima. Inicialmente, consideram-se as forças aplicadas pelos músculos e as de reação provocadas pelo alimento. Em seguida, realiza-se o inverso, ou seja, o esforço gerado pelo alimento será a carga atuante, enquanto nos músculos serão definidas as reações. Desta forma, é possível comparar o comportamento das tensões em duas diferentes aproximações, considerando a aplicação do esforço de mastigação tanto no Masseter como nos dentes.


É importante ressaltar que, durante mastigações unilaterais, o indivíduo tem a tendência natural de aplicar um esforço maior sobre o lado da mandíbula onde se encontra o alimento. Portanto, é possível afirmar, neste caso, que um dos músculos Masseter será mais solicitado do que o outro. Será considerado que durante a mastigação unilateral o Masseter do lado não-solicitado aplica um esforço muscular equivalente a 2/3 da força desenvolvida por um dos músculos do lado onde se encontra o alimento.


Este estudo procurou simular a mastigação unilateral, portanto considerou-se a restrição na região do músculo temporal em todos os sentidos, e na área destinada ao dentes incisivos, somente de um lado. É então aplicada pressão nos músculos masseter sendo a aplicação de 2/3 de pressão no lado não restrito dos incisivos. Como não se conhece a pressão aplicada pelos músculos, porém sabe-se a reação na área incisiva, o valor vertical de pressão adotado foi de 35 N. Portanto para este estudo foi aplicado uma pressão de valor p (sendo 2/3 de p no lado solicitado pelos incisivos), gerando resultados primeiramente e depois ajustado o valor para que a reação nos incisivos seja de 35 N. Para este estudo a máxima tensão equivalente de Von Mises foi de 29 MPa.


Conclusão


A maior dificuldade encontrada no presente trabalho foi com a criação e manipulação de um modelo que atendesse as características do estudo, e que fosse compatível no que diz respeito a sua importação para o software de elementos finitos. Foram encontrados muitos problemas tanto na geração do modelo quanto no equipamento utilizado. Uma vez superados esses problemas, foi possível levantar os níveis de tensões na mandíbula humana no processo de mastigação, servindo como base para futuros estudos, principalmente na área de implantes dentários. Este trabalho é um exemplo da importância da integração da Engenharia com a Odontologia.




Link do artigo na integra via inicepg UNIVAP:


domingo, 1 de abril de 2012

Pensamento da Semana




"A nossa felicidade será naturalmente proporcional em relação à felicidade que fizermos para os outros."

Allan Kardec
1804 - 1869

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