ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: abril 2019

terça-feira, 30 de abril de 2019

Taxa de falha primária de 1680 mini-parafusos inferiores extra-alveolares "Buccal Shelf" inseridos na mucosa livre ou na gengiva inserida








Neste artigo de 2015, publicado pela Angle Orthodontist, pelos autores Chris Chang ; Sean S.Y. Liu; W. Eugene Roberts. Da Private Practice, Beethoven Orthodontic Center, Hsinchu City, Taiwan. Apresenta um estudo que compara a taxa de insucesso inicial  (≤4 meses) de mini-parafusos extra-alveolares mandibulares buccal shelf (MBS) instalados em mucosa livre(ML)  ou gengiva inserida (GI).

No presente estudo, foram inseridos 1680 mini-parafusos MBS de aço inoxidável de 2 x 12-mm  em 840 pacientes (405 homens e 435 mulheres, com idade média, 16 ±5 anos). Todos os parafusos foram colocados o mais paralelo possível, lateralmente ao processo alveolar, entre  primeiro e segundo molares inferiores, próximo à junção mucogengival (abordagem extra-alveolar). As cabeças dos parafusos ficaram pelo menos 5 mm acima dos tecidos moles. Foram aplicadas cargas de 227g-397g com elásticos em cadeia para retrair o segmento  mandibular anterior durante pelo menos 4 meses. Os pacientes foram orientados como realizar a higiene oral de forma correta para controlar inflamação e a estabilidade dos mini-parafusos MBS foram testadas a cada consulta.

Os autores observaram que no total de 1680 miniparafusos, 121 falharam (7,2%): 7,31% estavam em ML e 6,85% em GI (diferença estatisticamente insignificante). As falhas foram unilaterais em 89 pacientes e bilaterais em 16. As falhas do lado esquerdo (9,29%) foram significativamente maiores (P< .001) em comparação com as do lado direito (5,12%). A idade média para pacientes com falha foi de 14 ± 3 anos.

Concluíram que os mini-parafusos MBS foram altamente bem sucedidos (aproximadamente 93%), mas não houve diferença significativa entre a colocação em MM ou GI. As falhas foram mais comuns do lado esquerdo do paciente e em pacientes adolescentes mais jovens. Tendo 16 pacientes com falhas bilaterais, sugere-se que uma pequena fração dos pacientes (1,9%) estão predispostos a falhas com este método. (Angle Orthod. 2015; 85: 905-910.)

PALAVRAS-CHAVE: Mandibular Buccal Shelf; Mini-parafusos; Ancoragem esquelética; Gengiva inserida; Mucosa alveolar; Ancoragem ortodôntica extra-alveolar

Nossos Agradecimentos pela tradução a Dra Nathalia Torres

Link do Artigo na integra via Angle Orthodontist:

terça-feira, 23 de abril de 2019

Luto na Ortodontia Brasileira - Com muito pesar, perdemos o Professor Dr. Sebastião Inetrlandi



Prof. Dr Sebastião Interlandi no inicio de sua carreira na Ortodontia

Prof. Dr Sebastião Interlandi com seu Amigo e Colega, o Professor Dr Décio Rodrigues (USP/Bauru)


Prof. Dr Sebastião Interlandi e sua Esposa Professora Dra 
Solange Fantini (USP/São Paulo) com o Prof. Dr. Ravindra Nanda (Universidade de Connecticut - EUA)




É com grande pesar que soubemos da inestimável perda na Ortodontia Brasileira e Mundial, faleceu  Professor Dr. Sebastião Interlandi, um dos pioneiros da nossa especialidade.  O único professor Emérito em Ortodontia da USP. Recebeu o título em novembro de 2002.

Foi contratado em 1957 como Professor Assistente da cadeira de Ortodontia e Odontopediatria, da Faculdade de Odontologia da USP, que naquela época constituíam uma só disciplina. Dr.  Sebastião  Interlandi,  após  2 anos de intensos estudos de Pós-Graduação em Ortodontia, com o título de “Master of  Science” pela Universidade  de  Saint Louis. Voltou  entusiasmado e  com  sua  vocação inata  para  a  docência, entabulava conversações com o Diretor da Faculdade de Odontologia, Dr. Adamastor Corrêa para a criação de um curso “Stricto  Sensu” ao  nível de  mestrado, em  Ortodontia.

Em 1966, o professor Sebastião Interlandi tornou-se o primeiro coordenador do curso de especialização em Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP). Ao qual, mais tarde, se juntaria o título de Livre Docente concedido pela USP (1968). O ensino básico abrangia a técnica Edgewise e informações sobre outras técnicas ortodônticas. Em 1974 o curso foi credenciado junto ao Conselho Federal de Educação (CFE) como Mestrado em Odontologia, área de concentração em Ortodontia. Naquele mesmo ano, o professor Sebastião Interlandi concorreu a concurso público e alcançou o cargo de Professor Titular. 


Referencias Bibliográficas:

1- Dr. Décio Rodrigues Martins, Histórico da Ortodontia Paulista, Maringá, v. 9, n. 2, p. 18-20, mar./abr. 2004 

2-Oswaldo de Vasconcellos Vilella, O desenvolvimento da Ortodontia no Brasil e no mundo, Maringá, v. 12, n. 6, p. 131-156, nov./dez. 2007 

Links dos artigos que contam uma parte da Historia da Ortodontia no Brasil:




segunda-feira, 22 de abril de 2019

Decisão de tratamento em pacientes adultos com má oclusão de classe III: cirurgia versus ortodontia



Neste artigo de 2018, publicado pela Progress in Orthodontics, pelos Autores Sara Eslami, Jorge Faber, Ali Fateh, Farnaz Sheikholaemmeh, Vincenzo Grassia e Abdolreza Jamilian. Do Department of Orthodontics, Tehran Dental Branch, Craniomaxillofacial Research Center, Islamic Azad University, No 14, Pesiyan Ave., Vali Asr St., Tehran, Iran. Department of Orthodontics, Faculty of Health Science, University of Brasilia, Brasilia, Brazil. Craniomaxillofacial Research Center, Tehran Dental Branch, Islamic Azad University, Tehran, Iran.Multidisciplinary Department of Medical-Surgical and Dental Specialties, University of Campania ‘Luigi Vanvitelli’, Naples, Italy.

Discorre sobre uma das questões mais controversas no planejamento do tratamento de pacientes com má oclusão de classe III que é a escolha entre camuflagem ortodôntica e cirurgia ortognática. O objetivo do estudo foi delinear medidas diagnósticas em casos de classe III limítrofes para a escolha do tratamento adequado.

Telerradiografias de pré-tratamento de 65 pacientes exibindo classe esquelética moderada III foram analisadas. O grupo de camuflagem foi composto por 36 pacientes com idade média de 23,5 (DP 4,8), e o grupo de cirurgia foi composto por 29 pacientes com idade média de 24,8 anos (DP 3,1). O tratamento de camuflagem consistiu na vestibularização dos incisivos superiores e na retração dos incisivos inferiores, e o grupo cirúrgico foi corrigido pelo recuo da mandíbula, avanço maxilar ou cirurgia bimaxilar. O teste U de Mann-Whitney foi usado para comparar as variáveis entre os dois grupos. A análise discriminante stepwise foi aplicada para identificar as variáveis dentoesqueléticas que melhor separam os grupos.

O ângulo de H Holdaway e a avaliação de Wits foram capazes de diferenciar entre os pacientes adequados para camuflagem ortodôntica ou tratamento cirúrgico. Casos com um ângulo de Holdaway maior que 10,3 ° e avaliação de Wits maior que - 5,8 mm seriam tratados com sucesso por camuflagem, enquanto aqueles com ângulo Holdaway inferior a 10,3 ° e com avaliação Wits menor que - 5,8 mm podem ser tratados cirurgicamente . Com base nesse modelo, 81,5% dos pacientes foram devidamente classificados.

Os Autores concluíram que o ângulo H de Holdaway e a avaliação de Wits podem ser usados como um parâmetro diagnóstico crítico para determinar a modalidade de tratamento em casos limítrofes de classe III.

Link do Artigo na Integra via NCBI:

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Utilização de recursos 3D na rotina ortodôntica






Neste artigo publicado em 2019, na Revista Ortodontia SPO, pelo autor Marlos Loiola, do Programa de pós graduação a nível de Doutorado em Ciências Odontológicas (Ortodontia) – Unesp Araraquara

Mostra que nas últimas décadas, a Ortodontia vem passando por enormes transformações, principalmente com a incorporação de novos recursos digitais e tridimensionais nos campos do diagnóstico, planejamento e execução do tratamento. Inevitavelmente, o ortodontista contemporâneo terá que, paulatinamente, se familiarizar e incorporar na rotina clínica diária, tornando assim os tratamentos cada vez mais previsíveis e seguros – tanto para suas condutas quanto para o conforto e satisfação do paciente –, não deixando de ter a convicção de que sempre e independente do tipo de tecnologia, o conhecimento científico, clínico e técnico estarão pautados em estudos que nortearão o julgamento do profissional, que sempre estará à frente conduzindo esses novos recursos.

O artigo mostra e descreve diversas aplicações práticas da utilização de tecnologias digitais e tridimensionais dentro de uma rotina clinica do Ortodontista do século XXI. Artigo direto ao ponto da revista OrtodontiaSPO, que selecionou algumas das palestras do Congresso Brasileiro de Ortodontia de 2018 e a transformou em artigo escrito.

Link do Artigo via OrtoCiencia:





terça-feira, 16 de abril de 2019

Retração de caninos realizada com mini-implante e micro-osteoperfuração: Um ensaio clínico randomizado em boca dividida




Neste artigo de 2019, publicado na Angle Orthodontist, pelos autores Saritha Sivarajan; Jennifer Geraldine Doss; Spyridon N. Papageorgiou; Martyn T. Cobourne; Mang Chek Wey. Do Department of Pediatric Dentistry and Orthodontics, Faculty of Dentistry, University Malaya, Kuala Lumpur, Malaysia; Department of Community Oral Health and Clinical Prevention, Faculty of Dentistry, University Malaya, Kuala Lumpur, Malaysia; Clinic of Orthodontics and Pediatric Dentistry, Center of Dental Medicine, University of Zurich, Zurich, Switzerland; Center of Craniofacial Development and Regen- eration, Department of Orthodontics, King’s College, London, United Kingdom.

Teve o objetivo de realizar uma pesquisa  usando um desenho clínico randomizado em boca dividida, para avaliar o efeito da micro-osteoperforação (MOP) em regiões próximas a mini-implantes que apoiavam uma retração canina utilizando aparelhos fixos.

Trinta pacientes (sete do sexo masculino e vinte e três do sexo feminino) com idade média de 22,2 (3,72) anos foram randomizados em três grupos de retração canina: Grupo 1 (MOP 4-semanal maxila / 8-semanal mandíbula; n 1⁄4 10); Grupo 2 (MOP 8-semanalmente maxila / 12-semanal mandíbula; n 1⁄4 10) e Grupo 3 (MOP 12-semanal maxila / 4-semanalmente mandíbula; n 1⁄4 10) medido em intervalos de 4 semanas durante 16 semanas . Os pacientes também preencheram questionários sobre dor (escala Likert de 5 pontos) e o impacto da dor (Escala Visual Analógica). O desfecho primário foi a quantidade de retração canina ao longo de 16 semanas nos locais MOP (experimental) e não-MOP (controle).

A retração total média dos caninos foi de 4,16 (1,62) mm com MOP e 3,06 (1,64) mm sem a MOP. Após o ajuste das diferenças, todos os grupos MOP exibiram uma distalização canina significativamente maior do que o grupo controle: 0,89 mm a mais (intervalo de confiança de 95% [IC] 1⁄4 0,19 a 1,59 mm; P 1⁄4 .01) no MOP- 4 grupo, 1,08 mm a mais (IC 95% 1,44 a 0,68 mm; P 1,4 -1,00) no grupo MOP-8 e 1,33 mm a mais (IC 95% 1 a 4 0,55 a 2,10 mm; P 1 4,002) no grupo MOP-12. Todos os indivíduos relataram dor associada à MOP com 60%, classificando-a como moderada e 15% grave. O principal impacto dessa dor relatada foi relacionado à mastigação e fala.

O MOP pode aumentar a retração total canina suportada por mini-implantes ao longo de um período de observação de 16 semanas, mas é improvável que esta diferença seja clinicamente significativa.

Link do artigo na integra via Angle Orthodontist: