ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: outubro 2014

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Alterações dos tecidos moles após recuo mandibular e cirurgia bimaxilar em pacientes Classe III



Neste artigo de 2013, publicado pela Angle Orthodontist, pelos autores Davor Jokic; Drazen Jokic; Vedran Uglesic; Darko Macan; Predrag Knezevic; do Department of Oral and Maxillofacial Surgery, University Hospital Dubrava, Zagreb, Croatia, Department of Oral and Maxillofacial Surgery, University Hospital Dubrava, Zagreb, Croatia, School of Dental Medicine, University Zagreb, Department of Oral and Maxillofacial Surgery, University Hospital Dubrava, Zagreb, Croatia. Mostra um trabalho realizado em telerradiografias laterais que avalia a mudanças tegumentares em pacientes portadores de má oclusão de classe III, submetidos a tratamentos orto cirurgicos.

O estudo foi realizado com o objetivo de avaliar a relação entre tecidos moles e estruturas ósseas em pacientes Classe III antes e após osteotomia sagital bilateral (BSSO) e cirurgia ortognática bimaxilar, determinando o impacto de outros fatores sobre a mudança dos tecidos moles, e avaliar a correlação entre a espessura do tecido antes cirurgia, nos ângulos SNA, SNB, ANB, e as mudanças dos tecidos moles.

O estudo incluiu 78 pacientes portadores de Classe III, tratados apenas com BSSO ou com BSSO e osteotomia Le Fort I. Telerradiografias laterais foram tomadas antes, 3 meses e 1 ano após a cirurgia. Depois os pontos da Zagreb e Legan, e análise de perfil Burstone foram traçados, a proporção de cinco pontos de tecido mole, antes e depois de cirurgia, foram avaliadas.

Os tecidos moles entre os pontos Sn e A e do lábio superior, mostraram alterações estatisticamente significativas para os pacientes tratados com cirurgia bimaxilar e BSSO. Apenas gênero teve influência na mudança dos tecidos moles. A correlação entre a espessura dos tecidos moles e alterações após a cirurgia foi significativa. Uma alteração no ângulo SNB correlacionado com a espessura do lábio superior foi observado em pacientes tratados com BSSO mas não para os pacientes tratados com BSSO e Le Fort I. Mudanças de ângulo SNA correlacionados com alterações do tecido mole entre pontos Sn e A.

Os resultados deste estudo mostraram alterações dos tecidos moles após BSSO e BSSO e Le Fort I , a eliminação das deficiências que foram observadas na meta-análise das alterações dos tecidos moles em um estudo anterior.

Link do artigo na integra via Angle Orthodontist:

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Planejamento Ortodontico 3D no CIOBA - XVII Congresso Internacional de Odontologia da Bahia




Uma grande alegria em poder compartilhar com os congressistas do CIOBA - XVII Congresso Internacional de Odontologia da Bahia os conceitos que norteiam e as aplicações do planejamento ortodontico 3D ... Um grande aliado do Ortodontista Contemporâneo... 





Link do Congresso:

http://www.cioba2014.com.br

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Mensuração e comparação da acurácia na transferência dos braquetes em 5 diferentes técnicas de colagem indireta

Colagem indireta wendel shibasaki ortodontia contemporanea marlos loiola
     
     Durante a década de 70, com a introdução dos aparelhos pré-ajustados, aumentou a preocupação dos ortodontistas com o correto posicionamento dos braquetes nas unidades dentárias, fato este que garante um melhor e mais eficiente resultado ao final do tratamento. Pensando em eliminar fatores contrários para a obtenção deste correto posicionamento, como dificuldade de acesso e visualização, principalmente dos dentes posteriores, diminuir tempo de cadeira minimizando assim o desconforto para o paciente e aumentando produtividade do profissional, passaram a ser elaboradas técnicas de colagem indireta. 

     Separei este artigo de hoje para responder uma pergunta que me fiz quando testei algumas das técnicas existentes até achar uma que realmente me poupasse o tempo: Os braquetes ficam na posição exata que colocamos no gesso ou sofre pequenas alterações?
     Este artigo foi publicado na Angle Orthodontics, vol 84, nº 4, 2014, pelos autores Ana E. Castillaa; Jennifer J. Crowea; J. Ryan Mosesa; Mansen Wangb; Jack L. Ferracanec; David A. Covell, Jr.

Wendel shibasaki colagem indireta marlos loiola ortodontia contemporanea


     Neste artigo, os autores objetivaram medir e comparar a precisão de transferência de suporte de cinco técnicas de colagem indireta: Utilizando placas de acetato a vacuo, silicone de condensação e alguma variáveis desses dois materiais, como dupla placa, dupla silicone, silicone e placa. Braquetes foram colados em 25 modelos idênticos. 

Colagem indireta wendel shibasaki ortodontia contemporanea marlos loiola 1

     Foram feitas molheiras de transferencias  (em 5 para cada técnica) para transferir cos raquetes  para outros 25 modelos identicos. Utilizando de fotografias digitais calibradas e padronizadas, foram mensuradas as discrepâncias existentes. O teste t pareado foi utilizado para comparar posições de braquetes entre os modelos de trabalho e os modelos de pacientes, e a análise de variância foi utilizada para comparar a precisão de transferência de braquetes entre as cinco técnicas. 


Colagem indireta wendel shibasaki ortodontia contemporanea marlos loiola 2


     Resultados: Entre os modelos de trabalho e os modelos de pacientes, a técnica de dupla placa teve a maioria dos dentes com diferenças significativas (n 5 6) e Silicone com placa a vácuo, o menor número (n 5 1; P, 0,05).

     Quando foram comparadas as técnicas, precisão na transferência dos braquetes foi semelhante para duplas silicone, silicone pesado, e silicone com placa, enquanto que dupla placa e uma placa mostraram significativamente menos precisão na direção Ocluso-gengival.

Conclusões: Embora diferenças globais na posição do braquete foram relativamente pequenas, molheiras de transferencias à base de silicone tiveram consistentemente alta precisão na transferência de braquetes, enquanto que os métodos que exclusivamente utilizadas moldeiras a vácuo foram menos consistentes.
(Orthod Angle de 2014; 84.: 607-614.)

Para ver o artigo na integra, acesse: Angle Orthodontist

domingo, 19 de outubro de 2014

Pensamento da Semana




"A maior descoberta de todos os tempos é que uma pessoa pode mudar o seu futuro, apenas mudando de atitude."

Oprah Winfrey

sábado, 18 de outubro de 2014

Porque os dentistas clínicos indicariam seus pacientes à você?

Porque um clínico geral encaminha seus pacientes para um ortodontista e não para um outro?
Isso é uma questão difícil de responder. Existem muitos fatores envolvidos nesta decisão. Mais recentemente temos notícias até de motivos mercadológicos para as indicações, o que preferimos não acreditar.

Pensando nisso, Jason F. Hall, Woosung Sohn e James A. McNamara Jr. , todos da universidade de Michigan, realizaram uma pesquisa publicada na The Angle Orthodontist: Vol. 79, No. 1, pp. 5–11.

Eles fizeram um questionário com 35 questões e entregaram a 1000 dentistas clínicos escolhidos aleatoriamente na Região Centro-Oeste dos Estados Unidos.

3/4 dos dentistas responderam que a qualidade dos tratamentos ortodônticos dos casos já encaminhados e a satisfação dos pacientes ou pais dos pacientes têem o mesmo peso na hora da indicação.

Se for considerar fatores adicionais, a qualidade do resultado dos tratamentos, julgados pelo dentista clínico, era muito mais importante do que a localização do consultório do ortodontista, a reputação do ortodontista, ou o custo previsto do tratamento.

No que diz respeito à desejada oclusão e suas características funcionais, a maioria dos odontólogos classificam como sendo a guia canina a mais importante.

Outras características estavam: relações de classe I de canino e molar, contatos simultâneos em oclusão cêntrica, quantidade de overjet e overbite, ausência de diastemas e, a falta de interferência em balanceio.

Os autores concluíram que a decisão do dentista clínico para indicar um ortodontista ao seu paciente é baseada em uma série de fatores interativos. Resta ao ortodontista oferecer tratamento de alta qualidade, além de interagir com os seus pacientes e suas famílias, para manter uma boa comunicação com os clínicos gerais na sua comunidade.


NOTA DE POSTAGEM: Interessante como os dentistas clínicos
americanos percebem tantos itens ao julgar um tratamento ortodôntico.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Efeitos do tratamento com dispositivo Forsus resistente a Fadiga, usado associado a ancoragem com mini parafuso


Neste artigo de 2014, publicado pela Angle Orthodontist, pelos autores Belma I. Aslan; Ebru Kucukkaraca; Cagri Turkoz; Mufide Dincer; da Gazi University, Faculty of Dentistry, Department of Orthodontics, Ankara; Turkey. Mostra o resultado de um estudo realizado com a associação do Propulsor mandibular Forsus e ancoragem esquelética com mini implante Ortodontico.

O estudo foi realizado com intuito de avaliar os efeitos dentofaciais do Dispositivo Forsus resistente a Fadiga (DFR) usado com ancoragem em mini parafuso (DFRMP) e compará-los com os de DFR convencional e um grupo controle de classe II sem tratamento.

A amostra se consistiu de 48 indivíduos Classe II. Dezesseis pacientes (13,68 +- 1,09 anos de idade) foram tratados com DFRMP, enquanto que 17 indivíduos (14,64 +- 1,56 anos de idade) foram tratados com apenas DFR. Além disso, uma amostra de 15 pacientes não tratados de Classe II (14,13 +- 1,50 anos) de controle foi construído. Medições angulares e lineares foram realizadas em 96 telerradiografias laterais. T pareado, análise one-way de variância e teste de Tukey foram utilizados para a análise estatística.

A Relação molar de Classe I e correção overjet foram alcançados em um período médio de 6,5 +- 1,97 e 5,5 +- 1,80 meses nos DFRMP e grupos DFR, respectivamente. Nenhum efeito esquelético foi determinada em ambos os grupos de tratamento. Maior correção da sobremordida foi encontrada no grupo DFR. Retrusão e extrusão dos incisivos superiores, distalização dos molares superiores e extrusão dos molares inferiores foram significativas em ambos os grupos de tratamento. Inclinação Vestibular dos incisivos inferiores foram significativamente maior no grupo DFR do que no grupo DFRMP.

Os autores concluíram que o Overjet e a correção molar foram totalmente dentoalveolares. A Inclinação vestibular desfavorável dos incisivos inferiores foram efetivamente minimizadas com o uso de mini-implantes.

Link do artigo na Integra via Angle Orthodontist (Angle Orthod. 2014;84:76–87.):

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Influência do Tipo de Fio Ortodôntico e da Angulação de Segunda Ordem sobre as Forças de Fricção


Neste artigo de 2007, publicado pela Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial, pelos autores Natascha Fernandes, Jorge Leitão, Luis Jardim; da Ortodontia na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa - Portugal. Mostra um estudo avaliou as fricções estática e cinética geradas por quatro tipos de arcos ortodônticos.


A mecânica de deslizamento é usada na ortodontia contemporânea para fechar ou abrir espaços e envolve o deslizamento de um bracket ou tubo ao longo de um arco ortodôntico. Estudos têm demonstrado que entre 12 a 60% da força ortodôntica aplicada se perde sob a forma de resistência friccional. Deste modo, o controlo dos factores que provocam resistência ao deslizamento tem o potencial de reduzir o tempo de tratamento, ao permitir a aplicação de forças biomecânicas de um modo simultaneamente mais previsivel e mais eficaz.


A resistência ao deslizamente tem vários componentes: a fricção clássica, o binding e o notching. Na configuração passiva, quando existe espaço livre entre o bracket e o fio ortodôntico, a resistência ao deslizamento é constituída apenas por fricção clássica porque, nesta fase, o binding e o notching ainda não existem.


O movimento de um dente ao longo de um fio ortodôntico não corresponde a um movimento de translação pura, podendo antes ser dividido numa série de movimentos de inclinação, binding e verticalização, que resultam no deslocamento do dente ao longo do fio ortodôntico. No estudo do movimento ortodôntico de dentes, a fricção estática assume maior importância do que a fricção cinética, devido a esta série de fases de inclinação, binding e verticalização que constituem o movimento dentário. A fricção estática é definida como a força que tem que ser superada para se iniciar o movimento do dente e a fricção cinética como a resistência ao movimento do dente a uma velocidade constante.


Dado que os valores das fricções estática e cinética geradas durante a mecânica de deslizamento são determinados, em parte, pelos coeficientes de fricção dos materiais em contacto, o tipo de liga metálica usada no fio ortodôntico é um factor importante a ser considerado. Estudos têm demonstrado que os fios de aço-inoxidável produzem menos fricção do que os fios de ß-titânio e de Níquel-Titânio, mas são menos eficazes nas angulações maiores.


Os resultados deste trabalho laboratorial sugerem que:


1) A fricção estática e fricção cinética são influenciadas significativamente pela angulação da segunda ordem e pelo tipo de fio ortodôntico.


2) Quando aumenta a angulação, ocorre um aumento significativo da fricção, independentemente do tipo de fio ortodôntico considerado.


3) Os arcos de aço inoxidável reduziram significativamente a fricção estática, mas apenas na angulação de 0º.


4) Nas angulações mais altas de 4º e 8º, os arcos de níquel titânio produziram forças de fricção estática e cinética significativamente inferiores.


5) O processo de implantação de iões é uma maneira eficaz de reduzir a fricção.




Link do artigo na integra via SPEMD:


segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Densidade mineral óssea de sítios específicos da maxila para a inserção de mini-implantes



Neste artigo de 2009, publicado pela Revista Dental Press, pelos autores Rodrigo César Santiago, Giovanni Cerrone Júnior, Robert Willer Farinazzo Vitral; Do curso de especialização em Ortodontia e Radiologia da FO-UFJF/Minas Gerais; Buscou avaliar a Densidade Mineral Óssea de sítios específicos na maxila, por meio da Tomografia Computadorizada Multi-Slice submetidos ao tratamento ortodôntico, com mini-implantes como unidades de ancoragem.

Dentre os vários sistemas desenvolvidos para permitir o movimento distal de caninos nos casos com extração de pré-molares, os mini-implantes constituem um mecanismo de ancoragem temporária, com vantagens como a ausência da necessidade de cooperação por parte dos pacientes em relação aos demais sistemas de ancoragem convencionais, a redução do tempo do tratamento, a capacidade de suportar uma variedade de forças ortodônticas envolvendo pacientes com dentição mutilada ou nos casos de extração que requerem uma ancoragem máxima, fácil inserção e remoção, baixo custo e possibilidade de ativação imediata.


Apesar de estudos descreverem a eficácia e a estabilidade deste novo modelo de ancoragem nos tratamentos das más oclusões, o comportamento clínico dos mini-implantes sob ação de cargas ortodônticas ainda não está totalmente claro. A questão se eles se mantêm absolutamente estáveis como os implantes endósseos ou se podem sofrer deslocamento à medida que a força ortodôntica é aplicada permanece sem resposta.


Pesquisas demonstram a importância de se obter um conhecimento prévio da densidade óssea para um correto planejamento e execução de implantes dentários convencionais, onde altas taxas de fracasso têm sido associadas a implantes realizados em osso de qualidade baixa.


Estudos revelam ser a Tomografia Computadorizada Quantitativa um método eficaz para o estudo da Densidade Mineral Óssea (DMO). Uma das principais vantagens é que as informações resultantes não sofrem sobreposição por estruturas anatômicas adjacentes. A alta sensibilidade na diferenciação entre os tipos de tecidos permite detectar diferenças de densidades de 1% ou menos.


Clinicamente, os resultados desse estudo sugerem a realização de exames complementares, como a TC Multi-Slice, durante o planejamento do uso de mini-implantes, para que possa vir a constituir mais um instrumento utilizado pelo ortodontista durante a escolha do local mais seguro, em termos de qualidade óssea, para a inserção desses dispositivos de ancoragem.


CONCLUSÕES

• As médias de densidade óssea encontradas apresentaram uma distribuição normal, onde os valores obtidos não apresentaram discrepâncias estatisticamente significativas em relação ao padrão observado no grupo.


• Diferença estatisticamente significativa foi observada entre os lados direito e esquerdo.


• A média dos valores obtidos para a DMO encontrou-se próxima do valor máximo de uma escala considerada normal para a região posterior da maxila, podendo, assim, a região estudada ser considerada uma área segura, em termos de qualidade óssea, para a inserção de mini-implantes.


Link do artigo na integra via Scielo:


sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Efeitos dos fios de nivelamento de níquel-titânio e de aço inoxidável na posição dos incisivos inferiores



Neste artigo de 2011, publicado pela Dental Press Journal Orthodontics, pelos autores Ricardo Moresca, Alexandre Moro, Gladys Cristina Dominguez, Julio Wilson Vigorito; Departamento de Ortodontia na graduação e pós-graduação UFPR. do Programa de Mestrado em Odontologia Clínica da Universidade Positivo - Paraná e da Disciplina de Ortodontia do Departamento de Ortodontia e Odontopediatria da FO-USP - São Paulo. Mostra um estudo dos efeitos do nivelamento realizado com fios de NiTi termoativado e de aço inoxidável, avaliando-se as possíveis alterações na posição dos incisivos inferiores, em casos com extrações, correlacionando com o tempo de tratamento.

O nivelamento pode ser definido como a primeira fase ativa do tratamento ortodôntico e envolve a correção das más posições individuais, nivelamento do canal de encaixe dos braquetes, eliminação da discrepância de modelo, início da correção da curva de Spee e adequação dos torques. A realização de movimentos dentários descontrolados durante o nivelamento, que levam à perda de ancoragem e à desestabilização dos dentes anteriores, pode comprometer decisivamente a obtenção das melhores metas do tratamento ortodôntico. Portanto, o planejamento da movimentação dentária torna-se imprescindível e é de fundamental importância desde o início da correção da má oclusão.

A definição da sequência de fios a ser utilizada durante o nivelamento pode variar de acordo com a técnica utilizada, os tipos de braquetes empregados, a preferência do profissional e os objetivos do tratamento. Em teoria, essa seleção deve prever uma progressão de fios com menor rigidez nas fases iniciais, para permitir o alinhamento dos dentes, até fios retangulares mais rígidos nos estágios finais, necessários para o controle tridimensional dos movimentos dentários. O arco ortodôntico ideal deve produzir forças leves, desenvolvidas em níveis constantes, fornecendo condições ótimas para o movimento dentário, com o mínimo de desconforto para o paciente e com ausência de hialinização tecidual e reabsorção radicular.   

Atualmente, as ligas de NiTi têm três subdivisões: uma liga convencional (NiTi clássico) e duas ligas superelásticas (pseudoelástica e termoelástica), sendo que cada uma delas tem propriedades únicas. A característica superelástica determina que o fio deva liberar a mesma força independen- temente do grau de ativação. Devido à sua grande versatilidade, proporcionada pela combinação de memória de forma, excelentes propriedades mecânicas, biocompatibilidade e liberação de forças constantes, o uso do NiTi superelástico se espalhou na Ortodontia. Para alguns autores, os arcos de NiTi superelástico têm vantagens potenciais em relação aos arcos convencionais de aço inoxidável, permitindo a aplicação de um nível de força constante durante a movimentação dentária. Por outro lado, vários estudos clínicos que avaliaram as propriedades de arcos ortodônticos utilizados rotineiramente não demonstraram qualquer vantagem significativa na capacidade de alinhamento dos fios superelásticos de NiTi, mesmo quando comparados com os fios de NiTi clássicos ou com os fios de aço multifilamentados. 


O presente estudo foi desenvolvido com o objetivo de se conhecer melhor os efeitos produzidos pelos fios de NiTi termoativado, comparativamente aos efeitos produzidos pelos fios de aço inoxidável, ao se avaliar as possíveis alterações na posição dos incisivos inferiores durante o nivelamento, testando-se duas sequências diferentes de fios ortodônticos e correlacionando-as com o tempo de tratamento. 


A amostra foi constituída de 36 indivíduos (20 mulheres e 16 homens), brasileiros, leucodermas, portadores de más oclusões de Classe I e de Classe II, com dentição permanente completa, excetuando-se os terceiros molares. A idade média da amostra ao início do tratamento foi de 15 anos e 5 meses, variando de 13 anos e 8 meses a 17 anos e 5 meses. Em todos os pacientes estava indicada a extração dos primeiros pré-molares inferiores. A amostra foi dividida em dois grupos: Grupo 1, composto de 17 indivíduos nos quais o nivela- mento foi realizado utilizando-se uma sequência de três fios ortodônticos, denominada sequência 1 (0,016” e 0,019”x0,025” de NiTi termoativado,  e 0,019”x0,025” de aço inoxidável); Grupo 2, composto de 19 indivíduos nos quais o nivela- mento foi realizado com a sequência 2 (usando apenas fios de aço inoxidável: 0,014”; 0,016”; 0,018”; 0,020” e 0,019”x0,025” com torque passivo nos incisivos inferiores). O  trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. 

No presente estudo foi possível realizar observações clínicas importantes a respeito das sequências de fios estudadas. Utilizando-se a sequência 1, houve um movimento lingual es- tatisticamente significativo da coroa desse dente (1,6mm), sendo que a posição da raiz permaneceu inalterada. A combinação desses resultados determinou uma inclinação lingual de 4,3º do incisivo inferior. Com a sequência 2, a posição inicial do incisivo inferior, tanto de coroa como de raiz, permaneceu inalterada. As comparações estatísticas não revelaram nenhuma diferença significativa ao se comparar as médias em T0 e em T1. A inclinação lingual do incisivo inferior observada com o uso da sequência 1 caracterizou diferencialmente os dois grupos quando esses foram comparados entre si. Em nenhuma das sequências utilizadas observaram-se alterações verticais no posicionamento dos incisivos inferiores. 


CONCLUSÕES

Com base na metodologia empregada e nos resultados obtidos, observou-se que a sequência de fios de aço (sequência 2) proporcionou um melhor controle dos incisivos inferiores, não alterando suas posições iniciais, enquanto a sequência com fios termoativados (sequência 1) permitiu a expressão do torque da prescrição utilizada, levando a uma inclinação lingual desses dentes. No entanto, o tempo de tratamento foi menor utilizando-se a sequência 1.

As variações biomecânicas estudadas apresentaram vantagens e desvantagens que devem ser conhecidas e ponderadas pelo ortodontista no planejamento do caso. 


Como citar este artigo: Moresca R, Moro A, Dominguez GC, Vigorito JW. Efeitos dos fios de nivelamento de níquel-titânio e de aço inoxidável na posição dos incisivos inferiores. Dental Press J Orthod. 2011 Sept-Oct;16(5):74-81 

Link do artigo na integra via Scielo:

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Análise comparativa de longo prazo na formação de biofilme em braquetes de aço e cerâmicos






Neste artigo de 2011, publicado pela Angle Orthodontist, pelos autores: Ira Dewi Lindel; Cornelius Elter; Wieland Heuer; Torsten Heidenblut; Meike Stiesch; Rainer Schwestka-Polly; Anton Phillip Demlin; do Department of Orthodontics, Hannover Medical School, Hannover, Germany; Department of Prosthetic Dentistry and Biomedical Materials Science, Hannover Medical School, Hannover, Germany; Institute of Materials Science, Leibniz University, Hannover, Germany. Mostra um estudo com microscopia para avaliar o acumulo de biofilme em braquetes cerâmicos e metálicos.

Este estudo foi realizado com o intuito de  testar a hipótese nula de que os braquetes de aço inoxidável e braquetes cerâmicos não mostram diferenças na adesão de biofilme.

Vinte adolescentes (6 meninos, 14 meninas) que submeteram a tratamento ortodôntico fixo para 18,9 +- 3,2 meses, foram divididos em um grupe de metal e outro de cerâmica. Trinta braquetes por grupo foram removidos dos incisivos centrais, caninos, segundos pré-molares e equantitativamente analisados ​​em relação a cobertura de biofilme com o método de detecção de retroespalhamento Rutherford. Cinco micrografias foram obtidas por suporte com vistas a partir das faces vestibular, mesial, distal, gengival e oclusal, resultando em um total de 300 imagens. A formação de biofilme entre os grupos foi comparada utilizando o teste de Mann-Whitney U-teste (0,05 a 5).  

A formação do biofilme total foi de 12,5% +- 5,7% (3,3 +-1,6 mm2) da superfície de metais e de 5,6% +- 2,4% (1,5 +- 0,6 mm2) em braquetes cerâmicosDiferenças entre os grupos foram estatisticamente significativas (P, 0,05). Uma comparação de pares de formação de biofilme revelou a formação de biofilme significativamente menor em braquetes cerâmicos com respeito à localização intra-oral (incisivo central, pré-molarescaninos segundo) e suporte de superfície (vestibular, mesial, distal).

Os autores concluiram que a hipótese levantada fora rejeitada. Os resultados indicam que braquetes cerâmicos apresentam menor acúmulo de biofilme longo prazo do que os braquetes de metal.


Link do artigo na integra via Angle Orthodontist: