ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: agosto 2017

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Borda WALA e sua determinação como ponto de referência no tratamento ortodôntico




Neste artigo de 2008, publicado pela Revista Dental Press, pelos autores Alberto Consolaro, Gastão Moura Neto, Milton Santamaria Jr.; da FOB-USP e pós-graduação da FORP-USP, SPO-Botucatu; Mostra a impotância desta referência na determinação do arco dental ideal.


A Borda Wala foi identificada, inicialmente por Andrews e Andrews, em 1995, como uma estrutura anatômica constituída pela proeminência espacial mais externa da face vestibular da mandíbula. Clinicamente, quando analisada sem o estiramento das bochechas e do lábio inferior, corresponde a uma linha rosa-brancacenta cujo limite inferior geralmente corresponde à linha ou
junção mucogengival inferior, ou seja, o limite entre a gengiva e a mucosa alveolar.


Quando durante a sua observação há o estiramento das bochechas e do lábio inferior esta linha acentua-se mais ainda, especialmente por ressaltar sua coloração branca. Provavelmente a cor rosa-brancacenta da Borda Wala decorre da transparência da fina mucosa gengival que recobre a proeminência óssea subjacente. Quando ocorre o estiramento das partes moles a ela relacionadas, provavelmente, ocorre uma isquemia que acentua mais ainda a coloração branca e seu delineamento visual.


Em seus escritos, Andrews e Andrews pontificam o conceito da Borda Wala ora incluindo os tecidos moles em sua constituicão, ora considerando apenas as estruturas ósseas, ora referindo-se a ela como uma linha espacial de delimitação mais externa da mandíbula em sua face vestibular.


A identificação da Borda Wala por parte de Andrews e Andrews procurou atender à necessidade de se encontrar uma estrutura anatômica estável que determinasse o contorno ideal do arco mandibular sem se deixar influenciar por fatores externos e internos. Esta estrutura estável no tempo e no espaço serve como ponto de referência para se calcular angulações do longo eixo dentário, orientar prescrições de braquetes e outros parâmetros importantes para o diagnóstico, tecnologia e terapêutica ortodôntica e ortopédica.


A determinação da Borda Wala, em geral, se faz em modelos de gesso cujas moldagens incluíram as inserções dos tecidos moles abaixo da linha mucogengival, moldagens essas chamadas ortodônticas e realizadas com moldeiras extendidas apropriadas para se atingir esses objetivos. Além disso, o ortodontista precisa ter treinamento apropriado para conseguir esses resultados nos procedimentos de moldagem, apesar de aparentemente serem considerados procedimentos de pequena complexidade.


Em planejamentos de casos e de pesquisas em que relevam-se a Borda Wala, as inserções musculares e os freios como referências anatômicas, o tipo de modelo de gesso e a técnica de sua confecção devem ser considerados um fator muito importante.

A Borda Wala chamou inicialmente a atenção do professor Doutor Lawrence F. Andrews quando uma de suas profissionais protéticas o questionou se deveria ou não remover dos seus modelos, via recorte manual, aquela estrutura mais proeminente. A partir deste acontecimento, Andrews percebeu a constante presença da estrutura e sua estabilidade estrutural, estabelecendo, a partir de então, este conceito em seu Syllabus of Andrews philosophy and techniques, em 1995. O nome Borda Wala advém da conjunção das iniciais dos pesquisadores que a revelaram como estrutura anatômica a ser considerada: Willians Andrews e Lawrence Andrews.


A movimentação ortodôntica de dentes em contato e/ou através das corticais tende a intensificar as forças no ligamento periodontal, pois falta elasticidade a estas estruturas.


A falta de uma deflexão óssea nas corticais, em decorrência de sua rigidez, faz com que toda força aplicada sobre o dente se restrinja ao ligamento periodontal.


Nesta situação, aumenta-se a chance de lesar a camada de cementoblastos na superfície radicular, por excesso de compressão do ligamento periodontal. Nas áreas radiculares sem cementoblastos iniciam-se as reabsorções dentárias.


Apenas quando a força aplicada se dissipar e os cementoblastos vizinhos recomporem a camada cementoblástica, teremos o reparo da superfície radicular, às custas da deposição de novo cemento e a volta à normalidade na região.


A cada reativação do aparelho todo este processo se reinicia. Ao final da movimentação dos dentes em contato e/ou através das corticais, a perda de estrutura radicular pode ser significante.


As abordagens sobre a Borda Wala cada vez mais induzem os autores a pesquisar, pois vários aspectos ainda estão para ser definidos, com metodologias adequadas e aplicação de rigor científico.


Para avaliarmos a influência das terapêuticas ortodônticas e ortopédicas sobre a Borda Wala os autores acreditamo ser necessário estabelecer critérios e métodos mais precisos para o seu delineamento. Além disso, se a região da Borda Wala for modificada durante a confeção dos modelos de gesso, especialmente os zocalados, os resultados destas avaliações realizadas devem ser questionados.




segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Morfometria tridimensional (3D) da face




Neste artigo de 2010, publicado pela Dental Press Journal Orthodontics, pelos autores Márcio de Menezes, Chiarella Sforza; do Departamento de Morfologia Humana e Ciências Biomédicas da Universidade de Milão, Itália. Mostra mais uma inovação de diagnóstico na Ortodontia Contemporânea.

Como a antropometria facial desempenha um papel importante no diagnóstico de diversas síndromes, diferentes áreas que trabalham com as estruturas da face (Odontologia, Cirurgia Plástica e Craniomaxilofacial, Otorrinolaringologia) estão cada vez mais interessadas por novas tecnologias que promovam um correto diagnóstico e preparação do plano de tratamento de pacientes que serão submetidos a tratamentos ortodônticos, cirurgias ortognáticas, cirurgias plásticas da face, diagnóstico de malformações congênitas ou adquiridas e pesquisas morfométricas.


A marcação de pontos craniométricos representa uma ligação entre a antropometria convencional e a digital: a antropometria convencional identifica os pontos faciais e, através deles, realiza medições utilizando paquímetros, réguas cefalométricas, etc. Fundamentalmente, a antropometria digital capta as posições dos pontos identificados na face, e usa as coordenadas X, Y e Z para cálculos baseados na geometria euclidiana: distâncias lineares e ângulos. Associados com as medidas clássicas, cálculos matemáticos e geométricos permitem análises mais complexas como estimativas de volume, área da superfície, análises de simetria, avaliação de formas, utilizando os mesmos pontos já computados.

Dois grupos principais de instrumentos podem ser utilizados na antropometria facial em 3D: instrumentos de contato (digitalizadores eletromagnéticos e eletromecânicos, sondas ultrassônicas) e instrumentos ópticos ou de não-contato (laser scanner, instrumentos óptico-eletrônicos, topografia Moiré, estereofotogrametria). Todos esses instrumentos não são invasivos e nem nocivos, não provocando dor ou desconforto aos pacientes. Entretanto, ambas as modalidades desses instrumentos possuem vantagens e limitações que devem ser consideradas de acordo com os problemas a serem investigados e os recursos disponíveis.

Um método de análise morfométrica quantitativa ideal para a avaliação de pacientes deve:
• ser não-invasivo;
• ser de baixo custo;
• ser rápido (obtenção das informações através de uma técnica simples e que promova captação e armazenamento dos dados digitais tridimensionais da morfologia facial);
• possibilitar a criação de um banco de dados;
• possibilitar a visualização, simulação e análise quantitativa do tratamento.


As sondas ultrassônicas e os digitalizadores eletromagnéticos ou eletromecânicos estão entre os mais utilizados. O método de ultrassom é amplamente adotado em exames de pré-natal e a utilização de imagens intrauterinas e reconstruções 3D da face do feto está se tornando uma prática comum. Entretanto, a sua aplicação no pós-natal é limitada, sendo somente para avaliação da espessura do tecido mole que recobre a face. Digitalizadores eletromagnéticos e eletromecânicos fornecem as coordenadas tridimensionais dos pontos de referência demarcados previamente na face, que correspondem diretamente às estruturas anatômicas e antropométricas dos indivíduos analisados, ou seja, as coordenadas são obtidas ponto por ponto.


Os métodos mais utilizados dessa categoria são os lasers scanners e os sistemas de esterofotogrametria. O laser scanner ilumina a face com uma luz laser de baixa potência e, assim, câmeras digitais captam a luz refletida; as informações de profundidade são obtidas por meio de triangulação geométrica. Os sistemas de estereofotogrametria, que vêm sendo amplamente estudados e aplicados, utilizam fontes de luz padrão ou convencionais para iluminar a face, e duas ou mais câmeras fotográficas sincronizadas salvam as imagens utilizando diferentes angulações. A calibração prévia do sistema fornece informações matemáticas necessárias para a reconstrução estereoscópica da face. O sistema pode, também, registrar a textura facial e combinar as informações tridimensionais com uma precisa reprodução de todas as características faciais.


Instrumentos ópticos não necessitam de contato com a pele dos pacientes, o que elimina o risco de compressão cutânea, evitando danos ou erros na mensuração.



Link do artigo na integra via Scielo:


terça-feira, 15 de agosto de 2017

Sistema virtual para a técnica de colagem indireta utilizando a estereolitografia


Os autores Kyoung-Hui Son, DDS; Jae-Woo Park, DDS, MSD, PhD; Dong-Keun Lee, DDS, MSD, PhD; Ki-Dal Kim, DDS, MSD, PhD; Seung-Hak Baek, DDS, MSD, PhD; publicaram este artigo no Vol. 41, No. 2, 2011 da Korean Journal of Orthodontic.



O objetivo deste artigo é introduzir um novo sistema virtual para o tratamento ortodôntico(VOT), que pode ser usado para construir modelos virtuais em três dimensões(3D), estabelecer um setup virtual 3D, permitem a colagem dos braquetes virtuais na predeterminada posição, e fabricar a moldeira de transferência com uma base de braquete personalizado para colagem indireta (BID), utilizando a técnica estereolitografia.




O posicionamento preciso do braquete é fundamental para alcançar todo o potencial do aparelho straight-wire e melhorar os resultados do tratamento e reduzir o tempo de tratamento. Embora o método de colagem indireta (BID), permite a colocação precisa dos braquetes na superfície do dente, reduzindo assim o tempo de cadeira, tem algumas desvantagens:procedimento manual pesado, de alto custo, técnica e sensibilidade do material, e a curva deaprendizagem significativa.

Keim et al. Sheridan e relatou que 10% a 12% dos ortodontistas nos Estados Unidos usaram o método do BID. No entanto, vários estudos têm sido tomadas para superar as desvantagens da técnica do BID convencionais, tais como a maneira pela qual os braquetes são aplicadas aogesso e os materiais e técnicas especializadas usadas para fabricar as placas de transferência exigidas para a
colagem dos braquetes aos dentes. Uma pesquisa conduzida entre residentes ortodônticos nos Estados Unidos revelou que 46% deles planejam usar BID em suas clínicas.

Processo de tratamento ortodôntico virtual sis-tema

Construção de modelos 3D virtual

Neste caso, após 10 dias de expansão maxilar usando um parafuso (Hyrax, Dentaurum, Alemanha), espaço suficiente para alinhamento foi obtido. Depois de um período de retenção de 10 semanas, modelos de gesso pré-tratamento precisos foram obtidos pela impressão desilicone de borracha com uma mordida em cera em oclusão cêntrica(CO). Então, a digitalização 3D de modelos de gesso foi realizada usando um scanner 3D (sem contato laser scanner,Orapix, Seoul, Coréia; acurácia, ± 20Hm). Os dados de varredura adquiridas foram editadaspara obter um pré-tratamento modelo virtual 3D usando 3Txer programa (Orapix, Seoul, Coréia)






Execução do virtual 3D set-up e posicionamentode braquetes virtuais
A forma do arco adquirida foi comparado com os pré-formados arcos disponíveis comercialmente usando o programa 3Txer (Orapix, Seoul, Korea).A forma do arco mais semelhante ao que foi obtido pela forma do arco Damon (Ormco,Sybron Dental Specialties, Orange, CA, EUA). Ao ajustar a forma do arco e a largura e reposicionar o dente individualmente em Classe I A relação canina e molar, na base de 6 Andrews"Chaves para a oclusão normal, uma configuração 3D virtual foi construído. Então, os braquetes prescrito virtualmente foram colocados no eixo facial (FA) com ponto virtual 0,021 × 0,025 fios de aço inoxidável.

Após o posicionamento ideal dos braquetes totalmente customizados, utilizando a técnica da estereolitografia, é confeccionado os posicionadores individuais para a colagem dos acessórios exatamente na posição estabelecida no mundo virtual.

O planejamento virtual e as técnicas de "impressão" dos modelos atualmente em desenvolvimento, nos fazem imaginar que a ortodontia deve caminhar nesse sentido e todos os acessórios deverão ser confeccionados para, exclusivamente, o paciente a ser tratado.

Erros de execução do plano de tratamento proposto deve ser minimizado, mas o diagnóstico e plano de tratamento ainda sairão da cabeça do ortodontista. Não podemos esquecer isso.

Vale à pena ler o artigo na íntegra e comparar com outros métodos de virtualização de modelos e auxiliares do tratamento, como os métodos para a ortodontia lingual (incognito) e Invisalign. Ambos já discutidos neste blog.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Na sua opinião, quem são os melhores professores de Ortodontia?

QUEM SÃO OS MELHORES PROFESSORES DE ORTODONTIA DO BRASIL?


Alguém que marcou sua formação? Assistiu um curso que fez diferença na sua vida clinica?
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