ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: julho 2018

segunda-feira, 30 de julho de 2018

A precisão da mensuração com uma nova técnica radiográfica panorâmica dental baseada em tomossíntese


Noriyuki Kitai; Yousuke Mukai; Manabu Murabayashi; Atsushi Kawabata; Kaei Washino; Masato Matsuoka; Ichirou Shimizu; Akitoshi Katsumata

Department of Orthodontics, School of Dentistry, Asahi University, Gifu, Japan.

Angle Orthod. 2013; 83: 117-126





As radiografias panorâmicas, que permitem uma visão geral das estruturas dentoalveolares com baixo custo e relativamente com baixa exposição, são bastante usadas na clínica e pesquisa dentro da odontologia. As maiores desvantagens desta técnica de imagem são ditas como a irregularidade da distorsão, inconstância da magnificação e por apresentar uma camada fina de imagem.


Nos últimos anos, a tomografia computadorizada (TC) tem sido amplamente utilizado no campo das ciências da saúde. No entanto, a TC pode ser desnecessário dependendo da finalidade de um exame individual.  A metodologia de tomosíntese tem sido considerada como uma alternativa para a CT para optimização da exposição. 

Tomosíntese (cunhado a partir de uma combinação das palavras "tomografia" e "síntese'') é uma tecnologia que reconstrói os cortes tomográficos em qualquer plano desejado. Tomosíntese tem sido aplicada nas radiografias na região dentária. Pode resolver as desvantagens da radiografia panorâmica e fazer imagens desfocadas tornarem-se mais clara. 



No entanto, os detectores, que podem adquirir dados a alta velocidade, não têm estado disponíveis. Como resultado, a radiografia panorâmica usando tomosíntese não tem sido utilizado na prática clínica. Um novo detector semicondutor foi desenvolvido e está agora disponível para a radiografia panorâmica. As radiografias feitas usando a tecnologia tomossíntese mostram pouca ou nenhuma distorção de imagens. Imagens tridimensionais panorâmicas (3D) podem ser obtidas usando uma técnica de mapeamento de imagem. 

A nova radiografia panorâmica é adequado para medições quantitativas, incluindo componentes 3D. Como o material tem uma camada de imagem maior do que a radiografia panorâmica convencional, antecipa-se que o posicionamento da cabeça do paciente terá pouca influência sobre as medições. A fim de avaliar a utilidade clínica da nova tecnologia, um novo equipamento radiográfico panorâmico dentário (QRmaster-P, Telesytems Co Ltd, Osaka, Japão) usado neste estudo para determinar a magnitude dos erros de medição e para investigar a influência de diferentes posições da cabeça do paciente.

Portanto, o objetivo do presente estudo foi investigar os erros de medição e os efeitos de posicionamento da cabeça em medições feitas com equipamentos novos radiografia panorâmica dental que envolve o uso de tecnologia de tomossíntese.



CONCLUSÕES
 Os erros de medição em radiografias feitas utilizando o novo equipamento de radiografia panorâmica dental eram pequenos em qualquer direção.

  Em posições de deslocamento da cabeça de 4 mm,  não teve efeito sobre as medidas de uma variedade de dimensões.

  Em posições de deslocamento da cabeça de 12 mm, as medições de dimensões verticais foram pouco afetados pelo posicionamento da cabeça, enquanto os de dimensões laterais e ântero-posterior foram fortemente afetados.


Para o artigo na íntegra, clique aqui.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

A versatilidade clínica do arco utilidade













Prof. Dr. Márcio Figueiredo 

Neste artigo de 2008, publicado pela revista Dental Press, pelos autores Márcio Antonio de Figueiredo, Claudia Tebet Peyres de Figueiredo, Masato Nobuyasu, Gervásio Yoshio Gondo, Danilo Furquim Siqueira; da UMESP - São Paulos, UNOESTE - Presidente Prudente e APCD de Ourinhos - São Paulo. Que mostra todas as aplicações do arco utilidade de Ricketts, vai desde sua construção, modificações e aplicações em diferentes situações clinicas.


O arco utilidade é parte integrante da mecânica ortodôntica utilizada na “Ciência Bioprogressiva” de Ricketts. A palavra “Bioprogressiva” surgiu da união do prefixo “Bio” - abreviação de Biologia e se refere ao cuidado que a mecânica ortodôntica empregada tem com os processos biológicos envolvidos em um tratamento ortodôntico - e “Progressiva”, por refletir a seqüência lógica e progressiva utilizada na montagem dos aparelhos e conseqüente movimentação dos dentes.


Dentro desta ciência, o arco utilidade é, provavelmente, o dispositivo mais conhecido e utilizado, sendo confeccionado com o fio quadrado 0,016” x 0,016” Elgiloy azul. Segundo Miksic, Slaj e Mestrovic, este fio é composto por uma liga de cromo-cobalto, o que facilita a confecção de dobras. Este arco, em conjunto com braquetes de canaleta 0,018” x 0,030”, começou a ser utilizado por Ricketts no tratamento ortodôntico/ortopédico facial em 1960.


De acordo com McNamara Jr., o arco utilidade é eficiente para intruir e, especialmente, efetivo para retruir ou avançar os incisivos superiores e inferiores. O mesmo autor salientou que uma das dificuldades para o tratamento das discrepâncias ântero-posteriores (particularmente a má oclusão do tipo Classe II de Angle) é a interferência vertical anterior. Nestes casos, o arco utilidade pode ser utilizado para intruir os incisivos, favorecendo a correção ortopédica, ou mesmo cirúrgica, da má oclusão. Segundo Sellke a correção do trespasse vertical antes do horizontal é um importante princípio do tratamento bioprogressivo.


Este conceito está baseado na convicção de que uma mordida profunda pode “travar” e impedir o relacionamento normal entre a maxila e a mandíbula, durante o crescimento. Baseando-se nesta idéia, o arco utiliutilidade, juntamente com o quadrihélice de Ricketts, pode ser utilizado no início do tratamento para “destravar” a oclusão, fornecendo condições morfológicas adequadas para que a mandíbula possa se desenvolver normalmente. Entretanto, algumas vezes, pode ser utilizado também nos estágios tardios do tratamento.


A técnica Bioprogressiva está baseada no fato de que o arco dentário é constituído por setores distintos, cada um dos quais possui características próprias com relação aos aspectos anatômicos, funcionais e estéticos. O setor dos incisivos constitui-se de dentes com raízes unirradiculares e de pequeno diâmetro, cujas bordas incisais tornam estes dentes aptos para realizar a função de corte dos alimentos, além de cumprirem um importante papel estético e fonético. Já os molares são multirradiculares, com a face oclusal destinada à trituração dos alimentos e com o diâmetro das raízes maior que o dos incisivos.


Segundo Ricketts, a força de erupção dos dentes é estimada em, aproximadamente, 0,2g a 0,3g por mm2, ou seja, 1/5 da quantidade de força comumente empregada para movimentar um dente. Teoricamente, o dobro desta força (0,4g a 0,6g/mm2) impede a erupção dos dentes e o triplo desta força (0,6g a 0,9 g/mm2) intrui os dentes.


Otto, Anholm e Engel demonstraram ser possível, tanto em crianças como em adultos, o movimento de intrusão dos incisivos com a técnica Bioprogressiva, utilizando-se o arco utilidade. Os pesquisadores não encontraram nenhuma correlação entre idade, maturação esquelética, padrão facial e intrusão, sendo que, neste estudo, a maior intrusão obtida foi de 5,5mm em uma paciente do gênero feminino com 32 anos de idade.


O arco utilidade promove a intrusão dos incisivos por meio de um sistema de alavanca que produz uma pressão leve e contínua, em torno de 60 a 80 gramas para os quatro incisivos inferiores. Visto que força por unidade de área é definida como pressão, a terapia Bioprogressiva advoga a utilização de 100 gramas de força por centímetro quadrado de raiz exposta ao movimento, sendo que esta força pode ser multiplicada por dois quando a ancoragem cortical for o objetivo da mecânica, ou dividida por 2 quando os dentes serão movimentados pela cortical óssea. Isto significa que a força aplicada varia, dependendo do tamanho da raiz envolvida no movimento e da direção do movimento planejado.


A análise da superfície radicular determina os valores utilizados para o movimento dos dentes no sentido ântero-posterior. Quando um dente do setor anterior é movimentado neste sentido, a superfície radicular que enfrentará o movimento é a vestibular ou a palatina. Entretanto, quando o mesmo movimento se realiza no segmento posterior, as superfícies radiculares envolvidas são a mesial e a distal.


O arco utilidade é confeccionado com fio Elgiloy azul 0,016” x 0,016” fornecido pelos fabricantes em formato de varetas. Esta liga foi desenvolvida pela Elgin Watch Company e contém 40% de cobalto, 20% de cromo, 15% de níquel, 15,8% de ferro, 7% de molibdênio, 2% de manganês, 0,16% de carbono e 0,04% de berílio. Introduzida no mercado pela Rocky Mountain Orthodontics (Denver, Colorado, EUA), esta liga é fabricada em quatro têmperas, diferenciadas uma das outras pelas cores azul, amarelo, verde e vermelho em suas extremidades. Para confecção do arco utilidade, o fio indicado é o de ponta azul 0,016” x 0,016” sem tratamento térmico. Este fio tem a capacidade de gerar 2.000 gramas de força por milímetro quadrado, suficiente para movimentar um molar. Esta força pode ser diminuída, aumentando-se a distância do fio por meio de braços de alavanca. O limite elástico proporcional do fio Elgiloy azul 0,016” x 0,016” a uma distância de 25mm é de 80 gramas, e a 30mm uma dobra permanente não ocorre até ultrapassar 70 gramas.


Os tipos mais comuns de arco utilidade são: arco utilidade básico, arco utilidade de retração e arco utilidade de avanço. O arco utilidade básico pode ser utilizado para manter espaço, ganhar espaço (verticalização de molares e expansão dentoalveolar), ancorar os molares e intruir os incisivos.


O arco utilidade é um aparelho extremamente versátil, com inúmeras possibilidades clínicas, sendo capaz de intruir, extruir, avançar ou retrair os incisivos superiores e inferiores; manter, diminuir ou aumentar o espaço no arco inferior; além de ancorar os molares inferiores. Entretanto, uma das maiores vantagens de seu uso consiste na correção de más oclusões do tipo Classe II, com mordida profunda e em fase de crescimento. Esta vantagem não está relacionada com o efeito mecânico de intrusão, mas com a resposta biológica que esta mecânica pode acarretar no crescimento facial.




Link do Artigo na Integra via Scielo:



Link da Clinica do Dr. Márcio Antonio Figueiredo: