ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: 2017

domingo, 31 de dezembro de 2017

Episódio de final de ano do OrtoPodCast

Intervenção em áudio para desejar um feliz ano novo, tirar dúvidas do Curso Avançado e lançar uma promoção exclusiva.

Faça a sua avaliação do podcast agora mesmo:



Não é usuário dos iTrecos? Acesse a página e faça os dowloads de todos os episodios:


Baixa aqui


quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Eficácia dos alinhadores transparentes no controle do movimento dentário ortodôntico: Uma revisão sistemática





Neste artigo de 2015, publicado na Angle Orthodontist, pelos autores Gabriele Rossini; Simone Parrini; Tommaso Castroflorio; Andrea Deregibus; Cesare L. Debernardi. Do Departmento de Ortodontia, Dental School, Universidade de Turin, Turin, Italia. Descreve uma revisão sistemática que busca evidencias cientificas no que diz respeito ao efeito dos alinhadores estéticos e o movimento dentário.

O artigo teve o objetivo de avaliar evidências científicas relacionadas à eficácia do tratamento com alinhador transparente (AT) no controle do movimento dentário ortodôntico.

As bases PubMed, PMC, NLM, Embase, Cochrane Central Register of Controlled Clinical Trials, Web of Knowledge, Scopus, Google Scholar e LILACs foram pesquisados de janeiro de 2000 a junho de 2014 para identificar todos os artigos revisados por pares potencialmente relevantes para a revisão. As deficiências metodológicas foram destacadas e a qualidade dos estudos foram classificadas usando a ferramenta Cochrane para Avaliação do Risco de vieses.

Foram selecionados onze artigos relevantes (dois ensaios clínicos randomizados (RCT), cinco prospectivos não randomizados, quatro retrospectivos não aleatorizados) e o risco de viés foi moderado para seis estudos e pouco claro para os outros. A quantidade de intrusão média relatada foi de 0,72 mm. A extrusão foi o movimento mais difícil de controlar (30% de precisão), seguido de rotação. A distalização molar superior revelou a maior previsibilidade (88%) quando um movimento corporal de pelo menos 1,5 mm foi prescrito. Foi observada uma diminuição do índice de Little (arco mandibular: 5 mm; arco maxilar: 4 mm) em alinhamentos de arcos.

O alinhador transparente alinha e nivela os arcos; é eficaz no controle da intrusão anterior, mas não na extrusão anterior; é eficaz no controle da inclinação vestíbulo lingual posterior, mas não na anterior; é eficaz no controle de movimentos de corpo do molar superior em cerca de 1,5 mm; e não é eficaz no controle da rotação de dentes arredondados em particular. No entanto, os resultados desta revisão devem ser interpretados com cautela devido ao número, qualidade e heterogeneidade dos estudos.

Link do Artigo na Integra via Angle Orthodontist:

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Fios Ortodônticos



Neste artigo de 2001, publicado pela Revista Dental Press, pelos autores Júlio de Araújo Gurgel, Adilson Luiz Ramos, Stephen D. Kerr; das Disciplina de Ortodontia da Universidade de Marília, da Disciplina de Ortodontia da Universidade do Sagrado Coração - Bauru, da Ortodontia do Departamento de Odontologia da UEM - Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da AMO - ABO - Maringá e do Department of Orthodontics University of Texas-Houston Health Science Center, Dental Branch. Este artigo revisa alguns conceitos, propriedades e aplicação clínica destes novos materiais. Estas novas ligas têm propiciado algumas alterações no protocolo de tratamento, encurtando o tempo de cadeira, bem como do tratamento como um todo. As propriedades particulares destas ligas permitem a aplicação nas várias fases do tratamento, substituindo em grande parte o uso dos fios clássicos de aço.

Talvez o primeiro protótipo ortodôntico para estabelecer uma forma de arco seja o dispositivo “Bandelette”, que Pierre Fauchard idealizou para correções das posições dentárias. Tratava-se de uma tira de metal, que se prestava para dar a forma do arco, associada às amarrias de prata ou latão, para promover as movimentações. Mantendo a idéia de Fauchard, Angle desenhou seu aparelho (arco E), que continha um arco preso à bandas nos molares. Este arco continha parafusos para aumentar o perímetro do arco e obter espaço para “laçar” os dentes, posicionando-os adequadamente. Como historicamente conhecido, Angle realizou freqüentes transformações em seus aparelhos, passando para um sistema mais preciso, onde o fio ortodôntico se encaixava aos apoios, inicialmente de cervical para oclusal – tubos e pinos . Num desenho subseqüente, propôs a utilização de um fio de secção retangular em forma de cinta, tornando-se conhecido como “ribbonarch”. Estas evoluções culminaram com a invenção do conhecido “edgewise”, onde o fio ortodôntico passou a ser inserido pelo aspecto frontal do braquete, como até os dias atuais.

Por todo o século XX, a evolução dos fios ortodônticos ocorreu paralelamente à dos braquetes. No início o ouro, a prata, o bronze e o latão eram os materiais disponíveis para os aparelhos ortodônticos. Após a primeira guerra mundial a invasão do aço na indústria contaminou também a ortodontia, que passou a utilizá-lo como rotina. O uso do aço inoxidável ocorre até hoje, e paulatinamente vai cedendo espaço aos novos e atraentes materiais.

LIGAS E CONFIGURAÇÕES DOS FIOS ORTODÔNTICOS

Continuação link abaixo ....


segunda-feira, 20 de novembro de 2017

A relação entre o crescimento mandibular e a maturação esquelética em jovens brasileiras melanodermas




Neste artigo de 2010, publicado pelo Dental Press Journal Ortodontics, pelos autores Irene Moreira Serafim, Gisele Naback Lemes Vilani, Vânia Célia Vieira de Siqueira; Do Mestrado em Ortodontia pela PUC/Minas e da disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba - Unicamp; Avalia o grau de correlação existente entre o crescimento mandibular e a maturação esquelética em jovens brasileiras melanodermas.


O conhecimento dos eventos relacionados ao crescimento e ao desenvolvimento craniofacial, mostra-se de suma importância na Ortodontia, pois a eleição de uma meta terapêutica que atue durante o crescimento maxilomandibular deve apoiar-se na avaliação da maturação esquelética do paciente. Constitui uma importante informação para o ortodontista, como um meio auxiliar na prevenção, no diagnóstico, no planejamento e no tratamento precoce das anomalias, uma vez que o sucesso ou fracasso do tratamento ortodôntico relaciona-se diretamente ao crescimento e desenvolvimento craniofacial.

Os métodos frequentemente utilizados para identificação da maturação esquelética englobam a idade cronológica, a dentária, a estatura, o peso, as manifestações das características sexuais secundárias e a avaliação do desenvolvimento de centros de ossificação. Contudo, os quatro primeiros métodos mostraram-se pouco eficazes, enquanto a avaliação da idade óssea, utilizando,
principalmente, radiografias de mão e punho, representa o registro mais fiel da idade esquelética.
Encontra-se bem estabelecida na literatura a estreita relação existente entre a idade em que ocorre a maior taxa de crescimento corporal e o período de mineralização de centros de ossificação presentes na mão e no punho.

Algumas investigações comprovaram a existência de um surto de crescimento facial e consideraram a época de sua ocorrência, de um modo geral, coincidente à do surto de crescimento em estatura. Outras pesquisas concordaram com essa correlação, mas, durante uma avaliação em meninos, o surto de crescimento em estatura ocorreu discretamente antes do facial, e o surto de crescimento estatural nas meninas ocorreu anteriormente ao incremento máximo da mandíbula. As pesquisas indicaram que os aumentos e diminuições na velocidade de maturação esquelética são acompanhados por aumentos e diminuições semelhantes, em alguns aspectos do crescimento da face, particularmente da mandíbula.


A maioria dos autores mostrou-se unânime em afirmar que a avaliação da radiografia da mão e punho representa o método mais utilizado para observação da idade óssea, bem como da maturação esquelética. Outros estudos, no entanto, utilizaram o grau de pneumatização do seio frontal como método para avaliação esquelética, observando que essa estrutura anatômica apresentou correlação com a maturidade esquelética avaliada por meio das radiografias de mão e punho.


No presente estudo, buscou-se correlacionar as modificações na falange proximal do 3º dedo e na epífise distal do rádio, avaliadas nas radiografias de mão e punho, com a pneumatização do seio frontal, avaliada nas telerradiografias obtidas em norma lateral e com o incremento anteroposterior da mandíbula.


Para avaliação do crescimento puberal, utilizou-se as radiografias de mão e punho devido ao grau de fidelidade que essa área proporciona. Escolheu-se a metodologia de Eklöf e Ringertz, pois esse método mostrou-se adequado para a avaliação de pacientes brasileiros, confiável e facilmente reproduzível por diferentes examinadores, por utilizar parâmetros bem definidos.


O presente estudo indicou que o início do surto de crescimento puberal iniciou entre 9 e 10 anos, com o pico aos 12 anos, sugerindo uma possível precocidade das jovens melanodermas em sua maturidade esquelética, estando de acordo com os resultados obtidos em estudos prévios. Pesquisas avaliando jovens leucodermas mostraram que o início do surto de crescimento puberal ocorreu na idade média de 10,5 anos e o pico de velocidade de crescimento puberal aconteceu em média 2 anos após o início do surto ou mais tardio, entre 13 e 14 anos de idade.




Conclusões


De acordo com as características da amostra avaliada, com a metodologia empregada e com os resultados e as informações obtidas, concluiu-se que ocorreu uma correlação altamente significativa entre os centros de ossificação observados na radiografia de mão e punho e as medidas cefalométricas representativas do crescimento mandibular (r = 0,777). Apesar de estatisticamente significativa, ocorreu uma baixa correlação entre a pneumatização do seio frontal e os eventos da maturidade esquelética (r = 0,306), assim como a relação entre a pneumatização do seio frontal e as medidas cefalométricas representativas do crescimento mandibular (r = 0,218).




Link do artigo na Integra via Scielo:


sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Homenagem in memorian ao Prof. Arno Locks

Prof. Dr. Arno Locks
1947 - 2017
__________________________________

Assim como em outras tristes oportunidades, este blog registra a perda de um dos grandes nomes da ortodontia mundial.
Catarinense, da cidade de Braço do Norte, mudou-se para Florianópolis ainda criança e se formou em Odontologia pela UFSC, em 1973. Iniciou seus estudos em ortodontia no Rio de Janeiro e retornou à Santa Catarina como Mestre para assumir o cargo de professor da UFSC. Mesmo já sendo um prestigiado professor, foi a Araraquara para cursar o programa de Doutorado na UNESP quando foi apresentado à técnica do Arco Segmentado e à mecânica ortodôntica com sistemas de forças predeterminados. Seguindo nesta linha, cursou Pós doutorado na Dinamarca (Aarhus University) sob orientação da Dra. Birte Melsen. Autor de diversos artigos com grande influência no meio científico e clínico ortodôntico.


Toda a comunidade ortodôntica lamenta profundamente sua partida e há muitos relatos de sua personalidade risonha. Neste momento sentimos muito em não termos tido muitas oportunidades de convivência com ele.

A todos os familiares e amigos, nossas condolências. A todos os ortodontistas e futuros ortodontistas, deixo aqui o registro deste grande professor, clínico e entusiasta da nossa especialidade. 

Informações extraídas do seu perfil no Facebook e intrevista publicada pela DentalPress e disponível nesse LINK

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Análise tridimensional do movimento ortodontico dentário baseado em sistemas XYZ e no eixo helicoidal finito




Neste artigo de 2007, publicado no European Journal of Orthodontics; pelos autores Kazuo Hayashi, Jun Uechi, Seung-Pyo Lee e Itaru Mizoguchi; do Department of Orthodontics, School of Dentistry, Health Sciences University of Hokkaido, Japão e do Department of Oral Anatomy, College of Dentistry, Seoul National University, Corea. Mostra uma aplicação de um software na analise da movimentação Ortodontica em caninos superiores com niveis de força diferentes.

O objetivo deste estudo foi demonstrar a vantagem do sistema do eixo helicoidal finito (FHA)para análise biomecânica do movimento dentário ortodôntico, comparando-a com as coordenadas retangulares (XYZ) do sistema.

Dez pacientes (6 mulheres e 4 homens, com a idade média de 23 anos e 7 meses) foram selecionados. Com tração de caninos superiores utilisando forças contínuas de diferentes magnitudes (0,5 e 1 N), foi usada para retrair os canisnos direito e esquerdo em indivíduos que necessitaram de ancoragem posterior máxima. Os resultados foram comparados com base em implantes palatinos médios que proporcionou uma referência fixa para a medição. A significância da diferença entre os resultados obtidos com as duas magnitudes de forças diferentes foi determinada pelo teste-rank de Wilcoxon.


Em ambos, as coordenadas XYZ e o sistema FHA, não ocorreram diferenças significativas na quantidade de movimento distal desses caninos em mais de dois meses, as diferenças encontradas entre as duas magnitudes de força. No entanto, os resultados mostraram que os caninos eram susceptíveis de inclinação distal durante a retração com uma força de 1 N em comparação com a força de 0,5 N.


Neste estudo, a combinação dessas duas abordagens diferentes para descrever o movimento do dente claramente mostrou uma diferença entre as forças contínuas de 0,5 e 1 de N.




Link do artigo na integra:



terça-feira, 31 de outubro de 2017

Consenso brasileiro de ronco e apneia do sono – aspectos de interesse aos ortodontistas



Neste artigo de 2011, publicado pelo Dental Press Journal Orthodontics, pelos autores Cauby Maia Chaves Junior, Cibele Dal-Fabbro, Veralice Meireles Sales de Bruin, Sergio Tufik, Lia Rita Azeredo Bittencourt; da Disciplina de Ortodontia – Depto. Clínica Odontológica - Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Depto. Psicobiologia - Medicina e Biologia do Sono – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM). Explicita o posicionamento das sociedades médicas que, reu- nidas, estabeleceram consenso sobre os parâmetros clínico-laboratoriais que envolvem os distúrbios respiratórios do sono, em especial o ronco e a síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS).

Os distúrbios do sono podem ser agrupados e classificados de diversas formas. Já foram realizadas três classificações e, atualmente, segue-se o manual da classificação internacional dos distúrbios do sono da Academia Americana de Medicina do Sono publicado em 2005 (ICSD-2, 2005). Duas outras classificações precederam essa, a de 1979 e a de 1990, sendo essa última revisada em 1997. Os distúrbios do sono são classificados em oito grupos, sendo a síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) classificada dentro do grupo II, como um distúrbio respiratório relacionado ao sono, ao lado da síndrome da apneia central do sono, e das síndromes de hipoventilação/hipóxia relacionadas ao sono.

Os distúrbios respiratórios relacionados ao sono são prevalentes, mas nem sempre diagnosticados ou tratados adequadamente. A SAOS é uma das entidades clínicas mais encontradas na população e suas consequências envolvem sonolência excessiva e risco de acidentes de trabalho e de trânsito, além de déficits cognitivos e doenças cardiovasculares.


No ano de 2007, por iniciativa da Associação Brasileira do Sono, juntamente com a Academia Brasileira de Neurologia, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, a Sociedade Brasileira de Pediatria, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e a Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica, buscou-se uniformizar no Brasil o diagnóstico e tratamento da SAOS em adultos, crianças e adolescentes. A Odontologia foi representada por três cirurgiões-dentistas pesquisadores da área de sono convidados pela Associação Brasileira de Sono.


Várias reuniões entre os membros das referidas sociedades e investigações em estudos da literatura médica nortearam as recomendações deste consenso.

Os distúrbios respiratórios relacionados ao sono são classificados em: Síndrome da Apneia Central do Sono (SACS), Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), Síndromes de Hipoventilação/Hipóxia relacionadas ao sono, Síndromes de Hipoventilação/Hipóxia relacionadas ao sono devido a condições médicas, e outros Distúrbios Respiratórios do Sono. Alguns desses distúrbios, como a SACS e as Síndromes de Hipoventilação, possuem subtipos que não são o foco desse texto, além disso, são entidades clínicas em que o ortodontista não tem atuação. Sendo assim, a ênfase maior será dada à SAOS e aos distúrbios respiratórios nos quais o ortodontista tem atuação efetiva.

O ronco primário é definido, segundo a Classificação Internacional dos Distúrbios do Sono (ICSD-2), como a presença de ruído característico de ronco durante o sono, na ausência de alterações na saturação da oxihemoglobina, nas variáveis das medidas ventilatórias e no eletroencefalograma. O ronco, assim como a presença de apneias, pode ser exacerbado após a ingestão de álcool ou do aumento de peso.

Na SAOS, a obstrução na via aérea ocorre concomitantemente ao esforço respiratório contínuo com inadequada ventilação. As formas do adulto e da criança são identificadas separadamente por possuírem diferentes formas de diagnóstico e tratamento. A abordagem do presente texto será direcionada para a SAOS em adultos, onde a síndrome é mais prevalente.

SAOS no Adulto

É caracterizada por episódios repetidos de obstrução completa ou parcial da via aérea durante o sono. Esses eventos, frequentemente, resultam em reduções na saturação sanguínea de oxigênio e despertares associados ao seu término. Por definição, esses eventos devem durar pelo menos 10 segundos e podem ocorrer em qualquer estágio do sono, porém são mais comuns nos estágios N1 (estágio 1 do sono não REM), N2 (estágio 2 do sono não REM), R (sono REM) do que no N3 (estágio 3 do sono não REM, ou sono de ondas lentas). Quando ocorrem no sono REM, em geral são mais longos e associados à dessaturação mais grave. A saturação de oxihemoglobina geralmente volta aos valores de normalidade após o retorno da respiração normal.

Os sintomas mais comuns são o cansaço ao acordar e a sensação de sono não reparador (independentemente da duração do sono), sonolência excessiva durante o dia e piora na qualidade de vida. O companheiro de quarto relata ronco, episódios de engasgo ou parada respiratória, além de movimentos frequentes que interrompem o sono.

Diagnóstico

O estudo polissonográfico (PSG) de noite inteira, realizado no laboratório sob supervisão de um técnico habilitado em polissonografia, constitui o método diagnóstico padrão para a avaliação dos distúrbios respiratórios do sono (nível de evidência I). Recomenda-se um registro de pelo menos 6 horas, com a monitorização mínima dos seguintes parâmetros:

• eletroencefalograma: eletrodos F3, C3, O1 e com referência na mastoide contralateral;
eletro-oculograma esquerdo e direito;
eletromiograma da região mentoniana;
eletromiograma de membros inferiores (músculo tibial anterior bilateralmente);
fluxo aéreo nasal e oral registrado por sensores do tipo termístor ou termopar;
registro de pressão nasal obtido por transdutor de pressão;
registro do movimento torácico e abdominal por meio de cintas de indutância e piezo-elétricas;
eletrocardiograma;
oximetria digital;
registro de ronco com microfone traqueal;
registro de posição corporal.

Tratamento com aparelhos Intra-Orais

Os aparelhos intra-orais (AIO) se constituem em uma opção, com altos níveis de evidência, para tratamento dos distúrbios respiratórios do sono. Os tratamentos com aparelhos de pressão positiva na via aérea (como o CPAP), tratamentos cirúrgicos de tecidos moles faríngeos e/ou esqueléticos faciais também fazem parte do arsenal terapêuticopara os distúrbios respiratórios que acontecem durante o sono. Essas modalidades de tratamento não serão abordadas aqui, pois os ortodontistas utilizam como ferramenta terapêutica principalmente os aparelhos intra-orais.

Dessa forma, fica bem definido o papel do cirurgião-dentista para:

Reconhecer um possível distúrbio do sono e/ou fatores de risco associados, orientar e recomendar apropriadamente o paciente e encaminhar ao médico.

Solicitar exame polissonográfico quando julgar necessário.

Iniciar e monitorar o tratamento com AIO como parte da conduta conjunta com o médico.

Monitorar e tratar potenciais efeitos colaterais dos AIOs.

Realizar o acompanhamento em longo prazo do paciente em tratamento com AIO.

Estar envolvido em equipes multidisciplinares no manejo cirúrgico dos pacientes com distúrbios respiratórios do sono, em especial quando houver necessidade de cirurgia ortognática.

Trabalhar em crianças ou adolescentes de forma preventiva ou interceptora, promovendo crescimento ósseo adequado para minimizar os componentes anatômicos de um quadro futuro de ronco e SAOS; ou em crianças já diagnosticadas com ronco ou SAOS, realizando tratamento ortodôntico-ortopédico facial indicado.

Conclusões

O ortodontista que atua ou pretende atuar na área de sono precisa, fundamentalmente, conhecer em profundidade os parâmetros de diagnóstico clínico-laboratoriais adotados, as definições estabelecidas e os limites de sua área de atuação junto às equipes multidisciplinares que acompanham e tratam distúrbios respiratórios do sono.

O ortodontista pode solicitar avaliação polissonográfica quando julgá-la necessária, sendo o diagnóstico definitivo dos distúrbios do sono, de sua gravidade e a avaliação das comorbidades atribuições do médico, com base nos achados polissonográficos. O ortodontista é muito importante na identificação de sítios obstrutivos faríngeos, na avaliação e tratamento ortopédico e/ou cirúrgico das desarmonias maxilomandibulares, bem como na terapia da SAOS com aparelhos intra-orais.


Link do artigo na Integra via Scielo:

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Análise tridimensional de protração maxilar com elásticos intermaxilares e miniplacas





Neste artigo de 2010, publicado pelo American Journal Orthodontics Dentofacial and Orthopedics, pelos autores Gavin C. Heymann, Lucia Cevidanes, Marie Cornelis, Hugo J. De Clerck, e J. F. Camilla Tulloch; do Department of Orthodontics, University of North Carolina, Chapel Hill e Department of Orthodontics, University of Geneva; Formerly consultant, Experimental Morphology Unit and Department of Orthodontics, Université catholique de Louvain, Brussels, Belgium; Mostra um belo estudo de sobreposição com Tomografias Computadorizadas Cone-Beam, demonstrando a eficiencia e resultados promissores do protocolo de protração maxilar associando Mini Placas e Elasticos Intermaxilares.


O tratamento da Classe III, com mascara de tração reversa geralmente resulta em protração maxilar esquelética, mas também é freqüentemente acompanhado por efeitos desfavoráveis dentoalveolar.


Um tratamento alternativo com elásticos intermaxilares associados a um dispositivo de ancoragem temporária, poderia permitir alterações esqueléticas favoráveis sem os efeitos dentoalveolares indesejados.

Seis pacientes (três meninos, três meninas, com idades, 10-13 anos 3 meses), com oclusão Classe III associada a deficiência maxilar, foram tratados usando elásticos intermaxilares e miniplacas de titânio.

Tomografias Computadorizadas Cone-beam foram tomadas antes e após o tratamento e posteriormente usados para criar modelos tridimensionais volumétricos, que foram sobrepostos a estruturas da base anterior do crânio para determinar alterações anatômicas durante o tratamento.

O efeito das forças intermaxilares com elástico agiu em todas as estruturas nasomaxilares. Todos os 6 pacientes mostraram melhorias no relacionamento esquelético, principalmente através de avanço maxilar, com pouco efeito sobre as unidades dentoalveolares ou mudança de posição mandibular.

CONCLUSÃO

O uso de forças intermaxilares aplicadas a dispositivos temporários de ancoragem parece ser um método de tratamento promissor.


Link do artigo na integra via NCBI:

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Deiscência e fenestração nas má oclusões esquelética de Classe I, II, III avaliadas com tomografia computadorizada cone-beam


Neste artigo de 2012, publicado pela Angle Orthodontist, pelos autores Ahmet Yagci; Ilknur Veli; Tancan Uysal; Faruk Izzet Ucar; Torun Ozer; Sukru Enhos; Department of Orthodontics, Faculty of Dentistry, Erciyes University, Kayseri; Department of Orthodontics, Faculty of Dentistry, Dicle University; Department of Orthodontics, Faculty of Dentistry, Dicle University - Turkey; Department of Pediatric Dentistry and Orthodontics, College of Dentistry, King Saud University, Riyadh, Saudi Arabia; Mostra um estudo avaliando caracteristicas do periodonto de sustentação nas má oclusões através de imagens obtidas com tomografias de feixe cônico. 

Este estudo foi realizado com o intuito de testar a hipótese nula de que a presença de deiscência e fenestração não seria diferente entre os pacientes com padrão esquelético e má oclusões de Classe I, II, III.

Neste estudo retrospectivoum total de 123 imagens deTomografias Computadorizada de Feixe Cônico(CBCT) foram obtidas com um tomografo iCAT(Imaging Sciences International, Hatfield, Pa). Os pacientes com padrões verticais normais foram classificados de acordo com a má oclusão dentária e ângulo ANBClasse I composta por 41 pacientes - 21 meninas e 20 meninos (idade média de 22,4 +- 4,5 anos), Classe II foi composta por 42 pacientes - 22 meninas e 20 meninos (idade média de 21,5 +- 4,2 anos) e Classe III constituída de 40 indivíduos - 22 meninas e 18 meninos (idade média, 22,1 +- 4,5 anos). Um total de 3444 dentes foram avaliados. A análise de variância e teste de Tukey foram usados ​​para comparações estatísticas no nível P< 0,05.

A análise estatística indicou que o grupo de Classe II teve uma maior prevalência de fenestração que os outros grupos (P < .001). Não foi encontrada diferença na prevalência de deiscência entre os três gruposEmbora fenestração tenha ocorrido com maior prevalência na maxila, foi encontrada mais deiscências na mandíbula em todos os gruposNa Classe I, os defeitos alveolares (deiscênciafenestraçãoforam pareados relativamente em ambos as bases osseas (maxila e mandibula). Além disso, nos indivíduos Classe II e de Classe III tinham mais defeitos alveolares (41,11% e 45,02%, respectivamente) na mandíbula. Deiscências foram observados com maior freqüência nos incisivos inferiores de todos os grupos.

A hipótese nula foi rejeitadaDiferenças significativas na presença de fenestração foram encontrados entre os indivíduos com padrão esquelético de Classe I, Classe II, e Classe III. Fenestrações teve maior prevalência na maxila, mas deiscências foram mais encontradas na mandíbula.


Link do artigo na integra via Angle Orthodontist: