ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: Análise do Sorriso

terça-feira, 23 de março de 2010

Análise do Sorriso


Neste artigo de 2009, publicado pela Revista de Ortodontia da SPO, pelos autores Alexander Macedo, Alessandra Motta Streva, Andréa Trajano, Ives Lopes Cardoso; Mostra que a análise do sorriso é fundamental para mostrar todas as modificações que podem ser feitas no sorriso, visando a saúde e a estética.

Dentes alinhados, função mastigatória correta e maior harmonia facial são as principais metas de um tratamento ortodôntico. Hoje em dia, no entanto, a busca pela estética vem sendo cada vez mais valorizada no relacionamento entre as pessoas. E o sorriso tem parte primordial nesse convívio, uma vez que ele sempre serviu como forma de comunicação, possivelmente a maneira não-verbal mais rápida e eficaz de fazer contato. Com um sorriso eternizamos um momento e nos tornamos inesquecíveis em simpatia aos que nos rodeiam.

"Na análise do sorriso, o ortodontista verifica os fatores que contribuem para a atratividade do sorriso, tais como alinhamento das linhas médias dentária e facial, a inclinação do sorriso e a curvatura incisal, exposição dos dentes, o corredor bucal, contorno e exposição gengival", informa Alessandra Motta Streva, mestre em Ortodontia pela Universidade Cidade de São Paulo - Unicid e professora do Instituto Vellini. "Sendo assim, fazemos essa análise em todos os pacientes, já que os mesmos nos procuram, em sua maioria, para a obtenção de um sorriso mais harmonioso", acrescenta.

Dentre as possíveis classificações em que o sorriso está inserido, podemos destacar duas formas: cordial e espontâneo. A primeira, de acordo com Alessandra, denominada ainda de voluntária, estabelece-se com a elevação do lábio superior em direção ao sulco nasolabial. Já o sorriso espontâneo é verificado com uma maior elevação do lábio superior e com a contração dos músculos orbiculares dos olhos. "O sorriso espontâneo é o ideal para a avaliação do sorriso, embora seja difícil de registrá-lo numa fotografia. O olhar semicerrado do paciente é o sinal que mostra que ele está sorrindo verdadeiramente", garante.

Para avaliar o sorriso, o ortodontista deve levar em consideração algumas características que, segundo Cardoso, se enquadram em dois grupos: aquelas relacionadas à aparência do sorriso, quando ocorre o "descortinamento dos lábios", formando o desenho do sorriso. "Neste aspecto se inclui a avaliação do contorno dos lábios em repouso, em função e no sorriso, como determinante no grau de exposição de dentes e de gengiva, de exposição do corredor bucal e da forma da curvatura das bordas dos lábios, devendo haver um paralelismo entre as bordas incisais dos dentes ântero-superiores e o lábio inferior. Ainda, ao sorrir, podemos constatar também os tipos de sorriso (cordial e espontâneo), as linhas do sorriso (alta, média e baixa) e a linha média dentária que deve estar coincidente ou paralela ao plano facial mediano no centro do lábio superior. Se houver uma disposição oblíqua da linha média dentária devido a angulação dos incisivos centrais superiores em relação a linha média facial, qualquer desvio, por menor que seja, torna-se facilmente perceptível", explica.

De acordo com Cardoso, quando a dimensão transversa da arcada na região posterior for atrésica, teremos um sorriso estreito, com um amplo corredor bucal, dando a ilusão da presença de fundos escuros na boca. "Nesses casos, a expansão ortodôntica e/ou cirúrgica da arcada favorece um aumento dessa dimensão, melhorando significativamente a aparência do sorriso", orienta.

A idade e o sexo do paciente também devem ser levados em consideração na avaliação estética do sorriso. "Conforme o avanço da idade, o lábio superior perde a tonicidade e, consequentemente, o paciente apresenta menor exposição dos dentes superiores. O inverso ocorre com os dentes inferiores", relata Alessandra. "Com relação ao sexo, as mulheres tendem a ter o sorriso mais alto do que os homens. Deve-se atentar quanto às características que favorecem a estética, como o paralelismo das bordas incisais com a borda superior do lábio inferior para rejuvenescer o sorriso no tratamento", completa.

E para se chegar a um sorriso agradável, uma conjunção de elementos de simetria, equilíbrio, proporção e harmonia; princípios de estética, perfeitamente combinados entre si, promovendo a integração da estética do sorriso com a da face, são necessários. "Naturalmente, introjeta-se no observador, a perfeita harmonia entre dentes, lábios e gengiva em uma sutil combinação com os traços faciais do indivíduo. No entanto, não se pode negar o peso de influências subjetivas nas observações estéticas. A percepção estética que o paciente tem de si próprio é fundamental para a determinação do plano de tratamento e isso é um fato que também deve ser levado em consideração pelo profissional.", pondera Cardoso.

De todas as partes do rosto – e até do corpo –, a boca é, sem dúvida, um dos atrativos principais em uma pessoa, como disse certa vez o australiano Angus Trumble, curador do Centro de Arte Britânica de Yale e autor de "A Brief History of the Smile" (Uma breve história do sorriso), ainda inédito no Brasil: "os olhos podem até ser a janela da alma, mas prestamos atenção na boca mais que em qualquer outra parte do corpo". A Ortodontia, nesse aspecto, vem contribuindo cada vez mais para garantir um sorriso harmonioso e agradável às pessoas.


Link do artigo na integra via Ortodontia SPO:

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