ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: dezembro 2022

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Precisão de modelos tridimensionais impressos derivados de tomografia computadorizada de feixe cônico

 




Neste artigo de 2022, publicado na Angle Orthodontist pelos autores Joshua M. Ferraro; Jacob Falter; Sanghee Lee; Keiichiro Watanabe; Tai-Hsien Wu; Do-Gyoon Kim; Ching-Chang Ko; Eiji Tanaka; Toru Deguchi. Da Division of Orthodontics, College of Dentistry, The Ohio State University, Columbus, Ohio, USA; Department of Orthodontics and Den- tofacial Orthopedics, Graduate School of Biomedical Sciences, Tokushima University, Tokushima, Japan. Determinou a precisão de modelos impressos tridimensionais (3D) fabricados a partir de tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) de mandibulas humanas de crânios secos  em comparação com modelos derivados de dados de scanner intraoral (SIO).

Seis mandibulas humanas de crânios secos foram escaneadas por SIO e TCFC. Modelos digitais (MDs) construídos a partir dos dados SIO e TCFC foram fabricados fisicamente usando uma impressora 3D. A largura e espessura dos dentes individualmente e as larguras intercaninas e molares foram medidas usando um paquímetro digital. A precisão dos MDs foi comparada entre SIO e TCFC. Testes t pareados foram usados para comparações intergrupos.

Todos os valores do coeficiente de correlação intraclasse para as três medidas (mesial-distal, vestíbulo-lingual, largura) excederam 0,9. Para os dentes inferiores, houveram discrepâncias significativas na precisão do modelo entre o SIO (discrepâncias médias de 0,18 6 0,08 mm e 0,16 6 0,12 mm para largura e espessura, respectivamente) e CBCT (0,28 +- 0,07 mm para largura, 0,37 +- 0,2 mm para espessura; P < 0,01). Intercaninos (P = .38) e larguras molares (P = .41) não apresentaram diferença significativa entre os grupos.

Os autores concluíram que houve diferença estatisticamente significativa na acurácia dos MDs obtidos da TCFC e SIO; no entanto, isso não pareceu resultar em nenhuma diferença clínica importante. A TCFC pode ser usada rotineiramente como uma ferramenta de diagnóstico ortodôntico e para a construção de aparelhos.

Link do Artigo na Integra via Meridian:

https://meridian.allenpress.com/angle-orthodontist/article/92/6/722/483919/Accuracy-of-three-dimensional-printed-models


quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Ortodontia Mundial em Luto - Perdemos o Professor Dr. Nelson Mucha














 
Infelizmente perdemos o Professor Dr. José Nelson Mucha, um dos grandes nomes da Ortodontia Mundial. Deixou um grande legado em prol da nossa especialidade. Com uma vida pautada na ética e excelência em tudo que fazia. 

O Professor Dr. Nelson Mucha era Graduado em Odontologia, Faculdade de Odontologia, UPF, RS, Brasil (1975); Mestre e Doutor em Ortodontia, UFRJ – Brasil (1980 e 1987); Professor de Ortodontia, UFRJ. Rio de Janeiro - Brasil (1980 - 1994); Coordenador do Programa de Mestrado em Ortodontia, UFRJ (1990 - 1994); Professor Titular de Ortodontia, Faculdade de Odontologia - UFF, Niterói (1994 - 2019); Ex-Diretor-Presidente e Cofundador do Board Brasileiro de Ortodontia, BBO; “Visitor Professor”, SLU, CADE, Saint Louis, MO, USA (Jan-Jul. de 2017); Professor Convidado de Ortodontia, PUC-RS, Porto Alegre, RS, Brasil, desde 2019. Com centenas de artigos publicados em periódicos de referencia mundial, Cursos e conferências no Brasil, Argentina, Uruguai, Peru, Austrália, México, Asia e Estados Unidos.

Com mais de 40 anos de carreira profissional no segmento, Mucha destacou a importância de ver os tratamentos ortodônticos para além do aspecto estético. Segundo ele, a classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) determina três níveis de atenção à saúde dentária, nesta ordem: combate à cárie – prioridade número 1 como problema da Humanidade; à doença periodontal – enfermidades de gengiva, para evitar a perda de dentes; e às maloclusões – desarmonia no alinhamento entre os dentes. 

De acordo com Mucha, a doença cárie já está controlada no Brasil. O que resta melhorar é a atenção às doenças de gengiva e às maloclusões, “que são inerentes às pessoas, e nem sempre é possível prevenir ou interceptar. A maioria das vezes necessita de profissionais bem capacitados”, destaca. Questionado sobre o impacto dos dentes desarmônicos na saúde física, o docente afirma que frequentemente isso causa dor, estresse e outras disfunções, especialmente em atletas. “A função mastigatória está relacionada a duas articulações. Se os dentes tiverem uma ótima relações entre si, haverá equilíbrio funcional, repercutindo na qualidade de vida”, explica.

Sobre o ensino da odontologia no País, em nível de Graduação e de Pós-Graduação, Mucha aponta a necessidade de um controle maior de órgãos reguladores e do Ministério da Educação, especialmente na ortodontia. Em relação ao acesso da população com carência financeira a tratamentos ortodônticos, considera que a grande contribuição das universidades está em oferecer na Extensão o atendimento aos pacientes por valores acessíveis.

Participou da ideia da criação do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO), que nasceu da necessidade de se estabelecer padrões de excelência clínica no exercício da especialidade. Dando início à concretização desse projeto, em outubro de 1998, por iniciativa da Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial (ABOR), foi criada a Comissão de Implantação do Exame para Especialistas em Ortodontia. Essa comissão apresentou projeto para a implantação do BBO durante o 2º Congresso da ABOR, realizado em outubro de 1999, em Florianópolis. O projeto foi discutido e avaliado em Reunião Ordinária pelo Conselho Superior da ABOR, tendo sido aprovado em sua essência e com o apoio da totalidade de seus membros. Com a finalidade de adquirir experiência internacional e conhecer mais sobre a filosofia de um Board, membros da Comissão de Implantação foram para Chicago, EUA, em abril de 2000, onde participaram do International Symposium of the American Board of Orthodontics (ABO).  Em agosto de 2000, foi eleita a primeira Diretoria do BBO, composta pelos Drs. Roberto Mário Lima Filho, Carlos Jorge Vogel, Francisco Damico, Estélio Zen, Anna Letícia Lima, Ana Maria Bolognese, José Nelson Mucha e Telma Martins de Araújo. A legitimidade para exercer os cargos foi obtida por meio de exames realizados durante o 101º Congresso da American Association of Orthodontics (AAO), na cidade de Toronto, Canadá, no dia 7 de maio de 2001. 

“o sucesso não é algo que se ganha, ele é conquistado quando a sinceridade, a humildade e a perseverança moram dentro de nós”. 

Links das informações coletadas:

https://www.pucrs.br/saude/2019/04/15/especializacao-recebe-jose-nelson-mucha-referencia-nacional-em-ortodontia/

https://bbo.org.br/historia

Gazeta - Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facialhttps://abor.com.br › dfd



segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Avaliação de um modelo individualizado de predição do crescimento facial baseado no método multivariado dos mínimos quadrados parciais

 






Neste artigo de 2022, publicado na Angle Orthodontist, pelos autores Jun-Ho Moon; Min-Gyu Kim; Hye-Won Hwang; Sung Joo Cho; Richard E. Donatelli; Shin-Jae Lee. Do Department of Orthodontics, Graduate School, Seoul National University, Seoul, Korea. Mostrou o Desenvolvimento de um modelo de previsão de crescimento facial que incorporou características individuais do esqueleto e dos tecidos moles de pacientes.

Foram coletados cefalogramas longitudinais laterais seriados de 303 crianças (166 meninas e 137 meninos), que nunca haviam se submetido a tratamento ortodôntico. Um modelo de predição de crescimento foi desenvolvido aplicando-se o algoritmo de mínimos quadrados parciais multivariados (PLS), com 161 variáveis preditoras. As variáveis de resposta compreendiam 78 pontos de cefalograma lateral. A análise de regressão linear múltipla foi realizada para investigar os fatores que influenciam os erros de previsão do crescimento.

Usando o método de validação cruzada "leave-one-out", um modelo PLS com 30 componentes foi desenvolvido. Idade mais jovem na previsão resultou em maior erro de previsão (0,03 mm/ano). Além disso, o erro de previsão aumentou proporcionalmente ao intervalo de previsão de crescimento (0,24 mm/ano). Meninas,  com má oclusão de Classe II, crescimento na direção vertical, pontos de referência esqueléticos e pontos de referência na maxila foram associados a resultados de previsão mais precisos do que meninos, indivíduos com má oclusão de Classe I ou III, crescimento na direção ântero-posterior, pontos de referência de tecidos moles, e pontos de referência na mandíbula, respectivamente.

Os autores concluiram que o erro da previsão do modelo de previsão foi proporcional ao potencial de crescimento remanescente. A previsão de crescimento PLS parece ser uma abordagem versátil que pode incorporar um grande número de variáveis preditoras para prever vários pontos de referência para um sujeito individual.


Link do artigo na integra via Meridian:

https://meridian.allenpress.com/angle-orthodontist/article/92/6/705/484895/Evaluation-of-an-individualized-facial-growth