ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: novembro 2017

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

A relação entre o crescimento mandibular e a maturação esquelética em jovens brasileiras melanodermas




Neste artigo de 2010, publicado pelo Dental Press Journal Ortodontics, pelos autores Irene Moreira Serafim, Gisele Naback Lemes Vilani, Vânia Célia Vieira de Siqueira; Do Mestrado em Ortodontia pela PUC/Minas e da disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba - Unicamp; Avalia o grau de correlação existente entre o crescimento mandibular e a maturação esquelética em jovens brasileiras melanodermas.


O conhecimento dos eventos relacionados ao crescimento e ao desenvolvimento craniofacial, mostra-se de suma importância na Ortodontia, pois a eleição de uma meta terapêutica que atue durante o crescimento maxilomandibular deve apoiar-se na avaliação da maturação esquelética do paciente. Constitui uma importante informação para o ortodontista, como um meio auxiliar na prevenção, no diagnóstico, no planejamento e no tratamento precoce das anomalias, uma vez que o sucesso ou fracasso do tratamento ortodôntico relaciona-se diretamente ao crescimento e desenvolvimento craniofacial.

Os métodos frequentemente utilizados para identificação da maturação esquelética englobam a idade cronológica, a dentária, a estatura, o peso, as manifestações das características sexuais secundárias e a avaliação do desenvolvimento de centros de ossificação. Contudo, os quatro primeiros métodos mostraram-se pouco eficazes, enquanto a avaliação da idade óssea, utilizando,
principalmente, radiografias de mão e punho, representa o registro mais fiel da idade esquelética.
Encontra-se bem estabelecida na literatura a estreita relação existente entre a idade em que ocorre a maior taxa de crescimento corporal e o período de mineralização de centros de ossificação presentes na mão e no punho.

Algumas investigações comprovaram a existência de um surto de crescimento facial e consideraram a época de sua ocorrência, de um modo geral, coincidente à do surto de crescimento em estatura. Outras pesquisas concordaram com essa correlação, mas, durante uma avaliação em meninos, o surto de crescimento em estatura ocorreu discretamente antes do facial, e o surto de crescimento estatural nas meninas ocorreu anteriormente ao incremento máximo da mandíbula. As pesquisas indicaram que os aumentos e diminuições na velocidade de maturação esquelética são acompanhados por aumentos e diminuições semelhantes, em alguns aspectos do crescimento da face, particularmente da mandíbula.


A maioria dos autores mostrou-se unânime em afirmar que a avaliação da radiografia da mão e punho representa o método mais utilizado para observação da idade óssea, bem como da maturação esquelética. Outros estudos, no entanto, utilizaram o grau de pneumatização do seio frontal como método para avaliação esquelética, observando que essa estrutura anatômica apresentou correlação com a maturidade esquelética avaliada por meio das radiografias de mão e punho.


No presente estudo, buscou-se correlacionar as modificações na falange proximal do 3º dedo e na epífise distal do rádio, avaliadas nas radiografias de mão e punho, com a pneumatização do seio frontal, avaliada nas telerradiografias obtidas em norma lateral e com o incremento anteroposterior da mandíbula.


Para avaliação do crescimento puberal, utilizou-se as radiografias de mão e punho devido ao grau de fidelidade que essa área proporciona. Escolheu-se a metodologia de Eklöf e Ringertz, pois esse método mostrou-se adequado para a avaliação de pacientes brasileiros, confiável e facilmente reproduzível por diferentes examinadores, por utilizar parâmetros bem definidos.


O presente estudo indicou que o início do surto de crescimento puberal iniciou entre 9 e 10 anos, com o pico aos 12 anos, sugerindo uma possível precocidade das jovens melanodermas em sua maturidade esquelética, estando de acordo com os resultados obtidos em estudos prévios. Pesquisas avaliando jovens leucodermas mostraram que o início do surto de crescimento puberal ocorreu na idade média de 10,5 anos e o pico de velocidade de crescimento puberal aconteceu em média 2 anos após o início do surto ou mais tardio, entre 13 e 14 anos de idade.




Conclusões


De acordo com as características da amostra avaliada, com a metodologia empregada e com os resultados e as informações obtidas, concluiu-se que ocorreu uma correlação altamente significativa entre os centros de ossificação observados na radiografia de mão e punho e as medidas cefalométricas representativas do crescimento mandibular (r = 0,777). Apesar de estatisticamente significativa, ocorreu uma baixa correlação entre a pneumatização do seio frontal e os eventos da maturidade esquelética (r = 0,306), assim como a relação entre a pneumatização do seio frontal e as medidas cefalométricas representativas do crescimento mandibular (r = 0,218).




Link do artigo na Integra via Scielo:


sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Homenagem in memorian ao Prof. Arno Locks

Prof. Dr. Arno Locks
1947 - 2017
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Assim como em outras tristes oportunidades, este blog registra a perda de um dos grandes nomes da ortodontia mundial.
Catarinense, da cidade de Braço do Norte, mudou-se para Florianópolis ainda criança e se formou em Odontologia pela UFSC, em 1973. Iniciou seus estudos em ortodontia no Rio de Janeiro e retornou à Santa Catarina como Mestre para assumir o cargo de professor da UFSC. Mesmo já sendo um prestigiado professor, foi a Araraquara para cursar o programa de Doutorado na UNESP quando foi apresentado à técnica do Arco Segmentado e à mecânica ortodôntica com sistemas de forças predeterminados. Seguindo nesta linha, cursou Pós doutorado na Dinamarca (Aarhus University) sob orientação da Dra. Birte Melsen. Autor de diversos artigos com grande influência no meio científico e clínico ortodôntico.


Toda a comunidade ortodôntica lamenta profundamente sua partida e há muitos relatos de sua personalidade risonha. Neste momento sentimos muito em não termos tido muitas oportunidades de convivência com ele.

A todos os familiares e amigos, nossas condolências. A todos os ortodontistas e futuros ortodontistas, deixo aqui o registro deste grande professor, clínico e entusiasta da nossa especialidade. 

Informações extraídas do seu perfil no Facebook e intrevista publicada pela DentalPress e disponível nesse LINK

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Análise tridimensional do movimento ortodontico dentário baseado em sistemas XYZ e no eixo helicoidal finito




Neste artigo de 2007, publicado no European Journal of Orthodontics; pelos autores Kazuo Hayashi, Jun Uechi, Seung-Pyo Lee e Itaru Mizoguchi; do Department of Orthodontics, School of Dentistry, Health Sciences University of Hokkaido, Japão e do Department of Oral Anatomy, College of Dentistry, Seoul National University, Corea. Mostra uma aplicação de um software na analise da movimentação Ortodontica em caninos superiores com niveis de força diferentes.

O objetivo deste estudo foi demonstrar a vantagem do sistema do eixo helicoidal finito (FHA)para análise biomecânica do movimento dentário ortodôntico, comparando-a com as coordenadas retangulares (XYZ) do sistema.

Dez pacientes (6 mulheres e 4 homens, com a idade média de 23 anos e 7 meses) foram selecionados. Com tração de caninos superiores utilisando forças contínuas de diferentes magnitudes (0,5 e 1 N), foi usada para retrair os canisnos direito e esquerdo em indivíduos que necessitaram de ancoragem posterior máxima. Os resultados foram comparados com base em implantes palatinos médios que proporcionou uma referência fixa para a medição. A significância da diferença entre os resultados obtidos com as duas magnitudes de forças diferentes foi determinada pelo teste-rank de Wilcoxon.


Em ambos, as coordenadas XYZ e o sistema FHA, não ocorreram diferenças significativas na quantidade de movimento distal desses caninos em mais de dois meses, as diferenças encontradas entre as duas magnitudes de força. No entanto, os resultados mostraram que os caninos eram susceptíveis de inclinação distal durante a retração com uma força de 1 N em comparação com a força de 0,5 N.


Neste estudo, a combinação dessas duas abordagens diferentes para descrever o movimento do dente claramente mostrou uma diferença entre as forças contínuas de 0,5 e 1 de N.




Link do artigo na integra: