ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: Tomografia volumétrica (Odontológica) versus helicoidal (Médica) no planejamento ortodôntico e no diagnóstico das reabsorções dentárias

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Tomografia volumétrica (Odontológica) versus helicoidal (Médica) no planejamento ortodôntico e no diagnóstico das reabsorções dentárias




Neste artigo de 2007, publicado Revista Dental Press, pelos autores Dr. Alberto Consolaro e pela Drª Patrícia Zambonato Freitas; Professor Titular em Patologia Bucal na Faculdade de Odontologia de Bauru (Graduação e Pós-Graduação) e na Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo e Doutoranda em Patologia Bucal na FOB-USP e Ortodontista em Clínica Privada em Brasília/DF. Mostra a versatilidade deste novo recurso de diagnostico por imagem.

A tomografia computadorizada, muito utilizada na área médica, também pode ser referida como tomografia computadorizada helicoidal ou em espiral, em função da trajetória espacial do feixe de raios X em torno do paciente. São realizadas por grandes e sofisticados aparelhos, com grande exposição à radiação para o paciente. Este tipo de exame também é conhecido como tomografia computadorizada médica.

A tomografia computadorizada utilizada especificamente na Odontologia é mais recente e também muito conhecida como tomografia computadorizada volumétrica ou de feixe cônico, em função da forma espacial do feixe de raios X sobre o paciente. São realizadas por aparelhos menores e de maior facilidade no manuseio e cada exposição do paciente corresponde, em média, à radiação de uma radiografia panorâmica ou ortopantomografia, dependendo da região estudada e da marca do aparelho. No mercado, há várias marcas comerciais disponibilizando modelos e designs diferentes: iCAT da Imaging Sciences; NewTom 9000 da Quantitative Radiology; 3D Accuitomo da J. Morita Manufacturing; CB MercuRay da Hitachi Medical Corp; SIREMOBIL Iso-C3D da Siemens Medical Solutions - este último, um aparelho com elevado grau de portatibilidade, facilitando seu deslocamento em ambientes diferentes.

Em aparelhos bem calibrados, a dose de radiação para obtenção de uma tomografia computadorizada volumétrica ou odontológica é consideravelmente muito menor que na tomografia computadorizada helicoidal ou médica. Esta é uma grande vantagem da tomografia volumétrica que, se possível, não deve ser chamada de odontológica, pois sua indicação cada vez mais se amplia para outras áreas da Medicina. A tomografia computadorizada volumétrica vem sendo utilizada na Otorrinolaringologia para avaliar as inter-relações sinusais, nas análises do ouvido médio e na Ortopedia.

A qualidade da imagem obtida representa a razão do uso da tomografia computadorizada volumétrica na Odontologia. Por exemplo, em determinada região em que 3 ou mais dentes estejam radiograficamente sobrepostos ou interdispostos e em fases diferentes de erupção, com ou sem supranumerários. Nesta situação haverá dificuldade na identificação da real posição de cada dente para uma abordagem cirúrgica e/ou ortodôntica precisa e segura. A tomografia computadorizada volumétrica permitirá, por cortes em todos os sentidos, identificar precisamente estas relações e oferecer ainda imagens tridimensionais dos dentes com o osso da região ou apenas com imagens tridimensionais dos dentes, espacial e isoladamente apresentados, sem a presença do tecido ósseo. O planejamento e o plano de tratamento serão seguros e precisos.

A obtenção de imagens tomográficas volumétricas para o planejamento ortodôntico permite avaliar, ainda com mais precisão, as relações entre a crista óssea alveolar e os dentes, sua altura, sua forma e o seu delineamento na região cervical ao longo de toda a circunferência. Da mesma forma avalia-se detalhadamente a forma radicular e, especialmente, do ápice, bem como a proporção coroa-raiz. Os fatores mencionados neste parágrafo são fundamentais na previsibilidade de reabsorções dentárias, para que se adote o planejamento ortodôntico defensivo.

Mas as duas mais preciosas indicações da tomografia computadorizada volumétrica na Ortodontia estão relacionadas com: 1) avaliação de casos de retratamentos e 2) avaliação precoce das possíveis reabsorções dentárias induzidas durante o tratamento ortodôntico.

Sugere-se, assim, a tomografia computadorizada volumétrica em períodos mais curtos, como 3 meses, quando:

1) os pacientes apresentam raízes dentárias predominantemente triangulares, crista ósseas predominantemente retangulares, raízes curtas com menos de 1,6x a altura da coroa;

2) houver história de traumatismo dentário prévio em uma determinada região;

3) os pacientes apresentam anodontia parcial, cujos espaços anodônticos extensos formam “cristas” retangulares e nos quais os dentes tendem a ser curtos em suas raízes e a forma radicular predominante é a triangular.

A diferença está no custo por exame, local de realização e forma da tomada radiográfica e, especialmente, na enorme diferença de radiação a que o paciente é submetido. A tomografia computadorizada volumétrica revelase quase sempre mais adequada em todos os aspectos. O custo é menor e pode ser solicitada apenas para a região de interesse, permitindo uma diminuição maior ainda na dose de radiação. A tomografia volumétrica é realizada em clínicas imaginológicas odontológicas e permite posicionamento confortável para o paciente, como por exemplo sentado, tal qual na obtenção de uma radiografia panorâmica.


Link do artigo na integra via Dental Press:

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