ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: Influência do pré-estiramento nas forças geradas por elásticos ortodônticos em cadeia

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Influência do pré-estiramento nas forças geradas por elásticos ortodônticos em cadeia




Neste artigo de 2008, publicado pela Revista Ciência Odontologica Brasileira, pelas autoras Mariana Martins e MARTINS; Tatiana Araújo de LIMA; Cláudia Maria de Oliveira SOARES; da Disciplina de Ortodontia da Universidade Veiga de Almeida e da Ortodontia da FO-UERJ- niversidade Estadual do Rio de Janeiro– Rio de Janeiro – RJ - Brasil. Avalia a influência dos rocedimentos de estiramento de forma única e múltipla nas velocidades de 5,0 mm/minuto e 0,0 mm/minuto no grau de degradação da força gerada por elásticos em cadeia na cor cinza da marca comercial American Orthodontics.

Os elásticos em cadeia apresentam-se em três configurações básicas: cadeia curta, média e longa,
sendo utilizados com muita freqüência nos procedimentos clínicos ortodônticos referentes à correção de giro-versões, retração de caninos, correção do desvio da linha média e no fechamento de espaços em geral. (ANDREASEN e BISHARA, 1970; BATY et al, 1994; HUGET e PATRICK, 1990; ROCK et al, 198; SANTANA, 1977). Os elásticos além de serem práticos e eficientes, possuem baixo custo, menor tempo de cadeira para o paciente, podem ser facilmente e rapidamente colocados, estão disponíveis em uma grande variedade de cores e são confortáveis para o paciente (MATTA e CHEVITARESE, 1997; ROCK et al, 1985; TALOUMIS et al, 1997; YOUNG e SANDRIK, 1979).

Contudo, os elásticos em cadeia são elastômeros e portanto possuem também como característica a capacidade de retornar rapidamente às suas dimensões originais após sofrerem deformação substancial (BATY et al, 1994; JOSELL et al, 1997; MORTON, 1995), apresentando como principal desvantagem uma rápida degradação de força gerada devido à diminuição da tensão, resultando na perda gradual da sua efetividade e dificultando a transmissão de uma força constante à dentição.

A degradação da força gerada por esses materiais pode sofrer influência de diversos fatores como
a adição de corantes, a configuração das cadeias, a velocidade e quantidade de ativação, (BERTL et al, 1986; FERRITER et al, 1990; TALOUMIS et al, 1997), a exposição à luz, ao ar, à água, ao ozônio, às enzimas, aos diferentes tipos de alimentos, aos produtos químicos de higiene, à ação física da mastigação, às alterações no pH salivar e a possibilidade de pré-estiramento antes do seu uso (BATY et al, 1994; BISHARA et al, 1970; FERRITER et al, 1990; FRAUNHOFER et al, 1992; HUGET e PATRICK, 1990; JEFFERIES et al, 1991; JOSSEL et al, 1997; KUSTER et al, 1986; MATTA et al, 1997; SANTANA, 1977; STEVENSON e KUSY, 1994).

O procedimento de pré-estiramento dos elásticos em cadeia antes de sua aplicação clínica é um recurso mecânico utilizado para evitar uma queda brusca na força liberada pelo elástico após sua fixação nos elementos dentários a serem movimentados. Os elásticos podem ser estirados em diferentes velocidades (lenta ou rápida), com variação da distenção em relação ao seu comprimento inicial (50%, 75% ou 100% do seu comprimento inicial), havendo também inúmeros meios nos quais os elásticos estirados são mantidos antes da sua utilização (em saliva artificial, no ar e em água destilada), (BATY et al, 1994; STEVENSON e KUSY, 1994; YOUNG e SANDRICK, 1979; WONG, 1976).

O conhecimento sobre as alterações nas propriedades mecânicas dos elásticos em cadeia sob influência dos procedimentos de pré-estiramento, é de grande interesse para o emprego desses materiais, uma vez que são importantes auxiliares na execução do tratamento ortodôntico, além de ser um material amplamente utilizado na prática clínica, sendo extremamente desejável que, durante o seu uso, continuem exercendo uma força clinicamente adequada.


Conclusão do autores com a pesuisa foi:

• Não foram constatadas diferenças estatisticamente significativas entre as formas única (uma vez) e múltipla (cinco vezes), assim como entre as velocidades lenta (5,0 mm/minuto) e rápida (50,0 mm/minuto) de pré-estiramento dos elásticos em cadeia.

• Foram constatadas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos controle (C) – elásticos estirados em máquina de ensaio de tração e experimental (E) – elásticos estirados com pinça de separação, com maior degradação de força para o grupo controle.

• Os procedimentos de estiramento dos elásticos em cadeia, realizados através do método manual com pinça de separação mostraram-se efetivos, visto que a força liberada após os procedimentos de pré-estiramento tornou-se constante e nos níveis aceitáveis clinicamente para a movimentação dentária. Em termos práticos, o procedimento de pré-estiramento poderá ser realizado de forma única (uma vez), manual e na velocidade rápida (50,0mm/minuto).


Link do artigo na integra via FOSJ UNESP:

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