ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: Estudo comparativo das análises cefalométricas manual e computadorizada

terça-feira, 1 de março de 2011

Estudo comparativo das análises cefalométricas manual e computadorizada


Neste artigo de 2010, publicado pelo Dental Press Journal of Orthodontics, pelos autores Priscila de Araújo Guedes, July Érika Nascimento de Souza, Fabrício Mesquita Tuji, Ênio Maurício Nery; Mestrado em Ortodontia pelo Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic - Campinas/SP; da disciplina de Diagnóstico Integrado pelo Centro Universitário do Pará e da disciplina de Propedêutica Odontológica da UFPA - Pará. Realiza uma análise comparativa dos traçados manual e computadorizado utilizando um software específico, com a finalidade de definir os resultados inter e intra-avaliadores.

Com os trabalhos de Broadbent e Hoffrat, em 1931, deu-se o início ao desenvolvimento da cefalometria e sua aplicação na Odontologia, principalmente na Ortodontia, tornando-a imprescindível no diagnóstico, planejamento e na avaliação dos resultados de casos tratados ortodonticamente.

Para a realização da análise cefalométrica, há necessidade de se definir com muita exatidão a maneira de demarcar os diversos pontos específicos utilizados, a fim de atribuir universalidade aos exames – o que, inclusive, é uma de suas qualidades primordiais. Com efeito, o uso quase generalizado da padronização dos métodos de análise foi o que permitiu o desenvolvimento da telerradiografia cefalométrica como meio de diagnóstico, graças à comparação de clichês feitos em condições análogas.

Atualmente, a cefalometria radiográfica pode ser considerada um produto da evolução dos estudos antropométricos e arqueológicos. Com relação aos estudos dos ossos, surgiu a necessidade de padronizar a comunicação entre a Arqueologia e a Antropometria, de tal maneira que as descrições se tornassem mais precisas e possibilitassem comparações objetivas da morfologia óssea. Ocorreu, então, o surgimento dos procedimentos de mensurações ósseas, a chamada osteometria, sendo que a medição específica dos ossos do crânio foi denominada craniometria. Contudo, a cefalometria consiste na mensuração da cabeça, incluindo os tecidos moles de revestimento.

Como o uso do computador auxiliando nas análises cefalométricas ganhou popularidade, tanto em pesquisas quanto em aplicações clínicas, em 1995, Nimkarn e Miles pesquisaram a confiabilidade da cefalometria computadorizada. Para isso, foram utilizadas 40 radiografias obtidas em um mesmo aparelho de raios X, as quais foram escolhidas aleatoriamente. Cada radiografia foi traçada num papel de acetato, e as imagens das radiografias e dos traçados foram capturadas com uma câmara de vídeo e projetadas num monitor, onde os pontos foram digitalizados. As medidas cefalométricas foram obtidas pelo programa Quick Ceph, versão 5.1 (Quick Ceph Systems, EUA). O programa realizou os cálculos para as 40 medições, a partir de 22 pontos marcados. Para calcular os erros metodológicos e identificar a fonte de erros, o estudo consistiu de cinco partes: (1) reprodutibilidade de técnica de medição computadorizada; (2) imagem de vídeo, digitalização e software; (3) digitalização e software; (4) medições por computador versus medição manual; (5) calibração do software e erros de digitalização do operador. Os resultados mostraram que as medições realizadas pelo computador foram comparáveis às medições manuais, não ocorrendo diferenças estatisticamente significativas.

O objetivo do presente trabalho foi comparar as medições efetuadas pelo programa de traçado cefalométrico computadorizado com as medições efetuadas manualmente, com a finalidade de definir qual o nível de concordância entre ambos, bem como avaliar os resultados intra e interavaliadores.

CONCLUSÃO DOS AUTORES

De acordo com os resultados obtidos através da metodologia utilizada na presente pesquisa, conclui-se que:

1) Pode-se aumentar a confiança nos resultados dos traçados cefalométricos obtidos pelo computador, haja vista que as discrepâncias encontradas entre as medidas dos traçados cefalométricos manual e computadorizado, em sua maioria, não foram estatisticamente significativas.

2) As medidas lineares intra-avaliadores apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre os traçados manual e computadorizado em um dos avaliadores.

3) As medidas lineares interavaliadores apresentaram diferenças estatisticamente significativas tanto no traçado manual quanto entre os traçados manual e computadorizado. Porém, não houve diferença estatística nos resultados dos traçados
computadorizados.

4) O tempo gasto para a realização do traçado manual foi maior do que o gasto na realização pelo traçado computadorizado.

5) A utilização de recursos do programa do traçado cefalométrico computadorizado – como o zoom, a alteração de brilho, densidade e contraste – auxiliou na determinação dos pontos cefalométricos.


Link do artigo na integra via Scielo:

http://www.scielo.br/pdf/dpjo/v15n2/07.pdf

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