ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: Anquilose intencional dos caninos decíduos como reforço de ancoragem para a tração reversa da maxila. Estudo cefalométrico prospectivo.

sábado, 5 de março de 2011

Anquilose intencional dos caninos decíduos como reforço de ancoragem para a tração reversa da maxila. Estudo cefalométrico prospectivo.






Neste artigo de 2006, publicado na revista Dental Press, pelos Autores Omar Gabriel da Silva Filho, Terumi Okada Ozawa, Celeste Hiromi Okada, Helena Yuko Okada, Luciana Dahmen; do HRAC - Profis - Bauru - São Paulo. Mostram uma forma interessante de se realizar a tração reversa da maxila.

Desde a divulgação da máscara facial por Delaire, o emprego da tração reversa da maxila como forma de tratamento da má oclusão de Classe III é quase convenção, tamanha a freqüência com que é usada e publicada na literatura. A pretensão primeira de tal abordagem é ortopédica e consiste em estimular o crescimento sutural da face média para corrigir a discrepância sagital com o avanço da maxila. A comprovação de sua possibilidade vem dos estudos com animais. Os efeitos provocados pela máscara facial em macacos demonstram avanço da maxila com abertura e remodelação das suturas circumaxilares. Isto implica em estiramento das fibras do tecido conjuntivo, remodelação das suturas e neoformação óssea. Os modelos fotoelásticos e biomecânicos tornam compreensíveis os efeitos mecânicos imediatos induzidos pela tração reversa da maxila.

A circunstância da tração reversa da maxila ser ancorada no arco dentário superior, portanto, longe do centro de resistência da maxila, compromete os propósitos da Ortopedia de avanço maxilar e justifica o grau variável, mas importante, de compensação dentária. Para potencializar a ancoragem, a expansão rápida da maxila usando o aparelho expansor fixo com parafuso tem sido usada associada à tração reversa da maxila, com o intuito de: 1) romper a sutura palatina mediana durante o acionamento do parafuso expansor, imediatamente antes da tração reversa; 2) unir dentes e base óssea numa unidade, sobretudo quando o aparelho é dento-muco-suportado e 3) estabelecer pontos de inserção intrabucais para a ação ortopédica sagital; tudo isso visa potencializar o efeito ortopédico durante a tração reversa da maxila. O efeito ortopédico induzido pela tração reversa da maxila é mais significativo quando a expansão rápida da maxila antecede o uso da máscara facial, com conseqüente redução da compensação dentária.

A anquilose intencional de caninos decíduos tem sido usada com o propósito de potencializar os efeitos ortopédicos e reduzir os efeitos ortodônticos da tração reversa da maxila.

O tratamento ortopédico precoce da Classe III associada ao Padrão III é, sem dúvida, bastante complexo, pensando-se em termos de estabilidade, pelo fato do resultado em longo prazo não refletir necessariamente o resultado imediato. O prognóstico difere da Classe II com Padrão II, onde os efeitos ortodônticos e ortopédicos conseguidos com a ancoragem extrabucal mostram uma certa estabilidade. Não se pode ignorar que o mais fundamental para o comportamento da oclusão e da face após o tratamento de uma má oclusão Classe III é o potencial de crescimento facial. A mudança esquelética e principalmente a compensação dentária conseguidas com a Ortopedia Mecânica têm chance de serem preservadas ao longo dos anos somente se o crescimento facial permitir, o que significa dizer se o crescimento facial manifestar-se como Padrão I. Se o crescimento facial comportar-se como Padrão III, o tratamento precoce estará comprometido. Isso implica necessariamente em um tempo prolongado de contenção e acompanhamento, com a possibilidade de ser necessário desfazer as compensações adquiridas, com vistas à cirurgia ortognática na maturidade esquelética. Independentemente da influência que o crescimento facial exerce na estabilidade pós-tratamento, o que se pretende de imediato, em um tratamento ortopédico para o Padrão III, é o máximo de mudanças esqueléticas com o mínimo de compensação dentária.

Uma das pretensas intenções da anquilose intencional dos caninos decíduos é eliminar a compensação dentária superior. Não que a compensação dentária terapêutica seja intolerável, mesmo porque é inevitável em um tratamento ortopédico. No entanto ela deve estar dentro do limite de aceitação periodontal. Como não se consegue eliminar por completo a compensação dentária, uma ancoragem reforçada poderia reduzir a participação dentoalveolar na tração reversa da maxila.

Link do Artigo na Integra via Scielo:

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