Neste artigo de 2010, publicado pelo Dental Press Journal of Orthodontics, pelos autores Gilberto Kauling Bisol, Roberto Rocha; Do departamento de Ortodontia e Ortopedia Facial da faculdade de Odontologia da UFSC; Avalia o tempo de retração e o grau da inclinação sofrida pelo canino empregando três tipos de molas ortodônticas para retração – a alça em “T”, a alça em “L” e a alça em forma de gota.
Durante o tratamento ortodôntico, se espera que uma força ótima, empregada para promover movimentação dentária, proporcione um resultado satisfatório num período de tempo razoável, com dano mínimo às estruturas adjacentes e com mínimo de incômodo para o paciente. Parece haver uma amplitude ótima de variação nos valores de força, que produz uma quantidade máxima de movimentação do elemento dentário, sem que haja movimentação indesejável da unidade de ancoragem.
Alguns conceitos físicos precisam ser revisados para que se possa entender a relação entre as forças e a movimentação dentária. Cada objeto ou corpo tem um ponto sobre o qual ele pode ser perfeitamente equilibrado, o qual é conhecido como centro de gravidade do objeto. Contudo, os dentes têm uma complicação adicional: estão restritos por estruturas periodontais que envolvem a raiz, mas não a coroa. Usa-se, então, outro ponto: o centro de resistência. É importante salientar que a posição do centro de resistência varia com o comprimento radicular e também com a alturado osso alveolar. Geralmente, o dente pode se mover de três maneiras: translação, ou movimento de corpo; rotação pura, onde o dente vai girar em torno do seu centro de resistência; e translação e rotação combinados.
Vários autores discutiram as propriedades desejáveis nos dispositivos empregados na movimentação dentária. Dentre os relacionados, estão:
1. Deve gerar níveis de força apropriados, uma relação carga/deflexão baixa e uma relação M/F alta, para alcançar a movimentação dentária desejada. Para que se consiga aumento do nível de momento produzido, dobras do tipo Gable, ou dobras anti-inclinação, podem ser incorporadas aos dispositivos. Isso reflete num aumento da relação M/F; momentos diferenciais podem ainda ser gerados, alterando-se o posicionamento dos dispositivos.
2. Deve ser capaz de se submeter a uma razoável amplitude de ativação/desativação liberando forças e momentos relativamente constantes.
3. Deve ser pequeno o suficiente para se adaptar confortavelmente no espaço intrabucal disponível.
Com a intenção de atingir esses objetivos, vários dispositivos têm sido apresentados na literatura, com diferentes, capazes de obter diferentes resultados, que podem estar ligados a fatores relevantes do tratamento ortodôntico, como por exemplo o tempo necessário para a realização da movimentação dentária, bem como o efeito de inclinação sobre o elemento dentário. Outro fator a ser levado em consideração é o tipo de fio empregado, com o qual será construído o dispositivo ortodôntico. Há vários tipos de fios disponíveis no mercado, que, por sua vez, possuem diferentes características e propriedades mecânicas.
CONCLUSÃO
Conforme os resultados obtidos nesse trabalho, pôde-se concluir que:
1. Tempo de fechamento das alças: Não houve interação entre o tipo do fio e o tipo da alça para essa variante. Porém, independentemente, as diferenças foram significativas:
1.1. Tipo de alça: as alças em forma de “T” demoraram mais para desativar do que as demais.
1.2. Tipo de fio: as alças construídas com liga de beta-titânio demoraram mais para desativar do que as demais.
2. Grau de inclinação do canino: Neste caso, observou-se interação entre o tipo da alça e o tipo do fio. Procedeu-se, então, ao desdobramento da análise:
2.1. Tipo de alça: as alças em forma de gota promoveram uma inclinação dentária maior do que as demais avaliadas. As alças em forma de “T”, por outro lado, mantiveram-se relacionadas estatisticamente aos menores valores de inclinação. Porém, quando se empregou o fio de aço inoxidável da marca comercial 3M Unitek para confecção das alças, os três tipos não apresentaram diferença estatística para essa variante.
2.2. Tipo de fio: as alças constituídas de liga de beta-titânio mantiveram-se, independentemente
do desenho de alça empregado, relacionadas estatisticamente aos menores valores de inclinação observados para o elemento dentário movimentado.
do desenho de alça empregado, relacionadas estatisticamente aos menores valores de inclinação observados para o elemento dentário movimentado.
Portanto, a combinação de um material com menor módulo de elasticidade e rigidez (beta-titânio) associado a um desenho de alça que utilize maior quantidade de fio para sua confecção (em forma de “T”) é capaz de formar um dispositivo que gere uma relação carga/deflexão relativamente mais baixa, proporcionando, consequentemente, magnitudes de força mais leves e constantes durante sua desativação, aumentando, dessa forma, a relação momento/força e proporcionando maior movimentação radicular.
Link do artigo na Integra via Scielo:
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