ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: A utilização do laser em Ortodontia

sábado, 3 de março de 2012

A utilização do laser em Ortodontia




Neste artigo de 2005, publicado na Revista Dental Press, pelos autores Leniana Santos Neves, Cíntia Maria de Souza e Silva, José Fernando Castanha Henriques, Rodrigo Hermont Cançado, Rafael Pinelli Henriques e Guilherme Janson de Bauru - SP. Demonstram a eficiência e indicações deste recurso terapéutico na Ortodontia, já utilizado em outras areas da Odontologia.


A palavra laser é uma abreviatura para “Light Amplification of Stimulated Emission of Radiation” que na Língua Portuguesa significa Amplificação da Luz por Emissão Estimulada de Radiação. O laser é uma radiação que se encontra no espectro de luz que varia do infravermelho ao ultravioleta, passando pelo espectro visível.


A utilização terapêutica da energia luminosa vem desde os primórdios da civilização, e em 1903, o prêmio Nobel de medicina foi destinado ao Dr. Nielo Ryberg Finsen pelo tratamento realizado com a luz solar em um paciente que apresentava um tipo de tuberculose de pele. Albert Einstein, em 1916, formulou os princípios da amplificação da luz por emissão estimulada de radiação, quando percebeu em seu experimento que a emissão induzida poderia existir e a radiação eletromagnética seria produzida por um processo atômico. No ano de 1960, Theodoro H. Maiman desenvolveu o primeiro aparelho emissor de laser, a cristal de rubi, que passou a ser comercializado. No ano seguinte foi realizada a primeira intervenção cirúrgica com o laser, no Hospital Presbiteriano de Nova York, para a retirada de um pequeno tumor de retina que impedia a visão. Em 1965, Sinclair e Knoll desenvolveramo laser terapêutico, não mais com efeito de corte, mas de bioestimulação dos tecidos.


Os lasers são classificados de acordo com a potência de emissão da radiação podendo ser: laser de alta, média e baixa intensidade.


Os lasers de alta intensidade, também conhecidos como laser cirúrgico, laser quente, laser duro ou hard laser emitem radiação de alta potência, o que propicia um potencial destrutivo, sendo utilizados para viabilizar cirurgias ou remoção de tecido cariado, ou seja, possui uma ação fototérmica de corte, vaporização, coagulação e esterilização dos tecidos. Os principais lasers de alta intensidade são o Excimer, Argônio, Kripton, Dye, Rubi, Família YAG (ítrio-alumínio-granada) e CO2.


Os lasers de média intensidade ou mid-laser emitem radiações com potências medianas, sem poder destrutivo, sendo mais utilizados em fisioterapia. Entre eles se encontram o laser de Hélio-Neônio (He-Ne) e o Arseniato de gálio (AsGa).


Os lasers de baixa intensidade, também denominados laser mole, laser frio, laser terapêutico ou "soft-laser”, emitem radiações de baixas potências, sem potencial destrutivo, e possuem uma ação fotoquímica de analgesia, anti-inflamatória e de bioestimulação tecidual. Entre os lasers de baixa intensidade encontra-se os lasers: He-Ne (Hélio-Neônio), diodo (Arseniato de gálio - AsGa e Arseniato de gálio e alumínio - AsGaAl).


A partir dos anos 80 foram estabelecidas algumas normas de segurança para a utilização dos aparelhos a laser. De acordo com as normas éticas, o profissional não deve garantir resultados favoráveis aos pacientes; deve-se ter cuidado com os efeitos secundários, principalmente nos olhos e pele. O raio laser pode provocar alterações sistêmicas indesejáveis, principalmente quando aplicado em glândulas, como por exemplo, a tireóide.


Em relação às normas de segurança, os aparelhos de laser são classificados quanto ao espectro eletromagnético e seus riscos em provocar lesões oculares: luz visível (pode provocar lesões na retina), infravermelho (pode provocar lesões na córnea e cristalino), ultravioleta (pode provocar alterações celulares - citoplasma e núcleo - podendo provocar queimaduras ou câncer). Quando o feixe de luz laser é focalizado no olho, podese provocar queimaduras na retina com lesões irreversíveis de alteração visual. Portanto, torna-se indispensável a utilização de óculos de proteção pelo profissional, auxiliar e paciente, sendo que para cada comprimento de onda existe um tipo de óculos de proteção específico.


A utilização da luz laser vem se tornando cada vez mais freqüente na clínica odontológica, trazendo benefícios inquestionáveis ao pacientes nas diversas especialidades odontológicas. A Ortodontia também pode se beneficiar dos efeitos da laserterapia, apesar disto ainda não estar bem difundido entre os profissionais desta área. Pode-se utilizar o laser em Ortodontia com as finalidades de: descolagem de braquetes cerâmicos; reparação óssea após a expansão rápida da maxila; odontalgia decorrente da movimentação ortodôntica; polimerização da resina durante a colagem de braquetes; holografia, que permite o armazenamento das imagens dos modelos de gesso; scanner a laser permitindo a utilização de imagens tridimensionais no diagnóstico e planificação do tratamento ortodôntico ou ortodôntico/cirúrgico; diagnóstico de lesão de mancha branca em pacientes ortodônticos; inter-relação Ortodontia e Periodontia e reparo das úlceras traumáticas originadas pelos acessórios ortodônticos.


A luz laser vem sendo cada vez mais empregada na Odontologia, mostrando-se eficaz e benéfica quando bem utilizada. Sabe-se que o laser apresenta uma grande diversidade de indicações, podendo ser utilizado com efeitos de corte, de analgesia, de estimulação tecidual, entre vários outros; basta o profissional conhecer bem os tipos de lasers e o modo de ação de cada um deles. Na Ortodontia, a laserterapia também apresenta suas indicações, podendo contribuir sobremaneira com a evolução do tratamento, trazendo benefícios para o profissional e para o paciente. Porém, mais estudos devem ser realizados para verificar com mais detalhes as indicações e as possíveis contra-indicações desse meio auxiliar no tratamento ortodôntico.




Link do artigo na integra via Scielo:


4 comentários:

  1. Oi Marlos!
    Aqui em Ferrara usamos muito o laser para gengivoplastia para colagem de brackets em dentes pouco erupcionados. Ajuda na parte de management, pois não precisamos esperar ou fazer o rebracket quando a coroa se torna mais visível. Uma vez ou outra usamos para fazer frenulectomia. Não sei se tivesse que comprar um, eu compraria. Não me parece ainda um bom investimento. Mas durante a especialização, onde o tratamento é sempre moroso, toda ajudinha é bem vinda!

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  2. Olá TatiLie!

    Concordo, Todo recurso é bem vindo! Aqui no Brasil o laser de alta potência é muito caro se não me engano aqui a Kavo comercializa. Mas os de baixa potência e de clareamento são mais utilizados por terem preços mais acessíveis. Vc teve ou tem contato com a cirurgia Piezoelétrica?

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    1. Ola Amigo hoje a DMC é a unica empresa a fabricar o Laser de Alta potencia no Brasil, num valor muito mais acessível, para maiores informações entre em contato.

      Fernando Ortiz

      48 9162 7364 (tim)

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  3. Eu li o post sobre a piezoelétrica (de cair o queixo), vi que o cara é italiano, mas ainda não vi nada sobre isso na minha universidade. Quando tiver uma oportunidade, dou uma sondada no povo.

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