ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: Reabsorções radiculares múltiplas ou severas não estão relacionadas a fatores sistêmicos, suscetibilidade individ., tend. familiar e predisp. Indiv

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Reabsorções radiculares múltiplas ou severas não estão relacionadas a fatores sistêmicos, suscetibilidade individ., tend. familiar e predisp. Indiv


Neste artigo de 2011, publicado pelo Dental Press Journal Orthodontics, pelos autores Alberto Consolaro, Telma Regina Gobbi Franscischone, Laurindo Zanco Furquim; da Faculdade de Odontologia de Bauru, da Pós-Graduação na Faculdade de Ododontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo e da Universidade Estadual de Maringá - Paraná. Artigo escrito por nomes expressivos e leitura imprescindível do mesmo na integra !!!

As reabsorções radiculares múltiplas, ou as mais severas, ainda são frequentemente atribuídas às alterações sistêmicas, em especial às endocrinopatias. Isso também ocorre quando há maior severidade de perda óssea alveolar, especialmente durante a movimentação ortodôntica.


No turnover ósseo, o processo de deposição de matriz se alterna continuadamente com a reabsorção óssea em momentos e locais diferentes. Esse processo dinâmico permite que o tecido ósseo se adapte às demandas funcionais de cada região do esqueleto e participe ativamente na manutenção da homeostasia mineral do organismo no controle do nível sérico de cálcio e fósforo. Em períodos variáveis de acordo com a idade do paciente, o esqueleto ósseo renova-se completamente.


Os dentes não são envolvidos no turnover ósseo, especialmente as estruturas radiculares. O turnover ósseo ocorre devido à atividade celular dos osteoblastos, osteócitos, macrófagos e clastos. Essas células se organizam em unidades multicelulares básicas ou osteorremodeladoras (BMUs) e recebem estímulos de mediadores sistêmicos e locais em receptores de superfície na membrana celular, especialmente nos osteoblastos e macrófagos.


As causas das reabsorções dentárias devem estar relacionadas à perda dos cementoblastos da superfície radicular. A perda dos cementoblastos pode ter origem traumática, química ou biológica, mas com dimensão local. Na patologia humana não se conhecem doenças caracterizadas pela ausência ou diminuição de cementoblastos na superfície radicular. Para a reabsorção radicular ocorrer, o primeiro passo necessário é a remoção ou perda local dos cementoblastos.


A determinação da causa da reabsorção dentária requer uma anamnese minuciosa, resgatando-se a história dentária anterior, os vícios, os acidentes, os tipos de esportes e atividades de lazer praticados, os tratamentos anteriores e doenças locais associadas. Na anamnese deve-se valorizar detalhes relevantes, como os traumatismos leves do tipo concussão e subluxação, nem sempre lembrados pelo paciente e não passíveis de identificação por parte do clínico examinador. Os traumatismos leves podem ocorrer durante mordidas em objetos muito duros durante a mastigação, pancadas nos momentos de lazer, apoios cirúrgicos de alavancas durante exodontias de dentes vizinhos ou, ainda, batidas do laringoscópio durante procedimentos anestésicos gerais.


Nas reabsorções dentárias atribuídas a uma provável causa sistêmica, é necessário encaminhar o paciente ao endocrinologista, pois em estágios avançados as endocrinopatias podem levar à morte. O cirurgião-dentista não tem a obrigação de um diagnóstico preciso de endocrinopatias, mas ao suspeitar deve encaminhar o paciente para o endocrinologista para avaliação e identificação definitiva do problema.


Cada vez menos, em casos de reabsorções radiculares múltiplas e severas, se atribui como causa os fatores ou doenças sistêmicas, a suscetibilidade individual, a tendência familiar e a predisposição individual. Quando houver suspeita de alguns desses fatores influenciando no aparecimento e evolução das reabsorções radiculares, os pacientes devem ser encaminhados ao endocrinologista e/ou ao geneticista para uma abor- dagem médica adequada. Nos casos em que essa conduta é adotada, em geral, o paciente retorna com a informação de que não existe relação dareabsorção radicular múltipla ou severa com o seu estado sistêmico e/ou histórico familiar.


Independentemente da inexistência da relação entre fatores sistêmicos, suscetibilidade individual, tendência familiar e predisposição individual e as reabsorções radiculares, parecenos pertinente que casos de pacientes com doenças sistêmicas controladas ou não e que foram submetidos a tratamentos ortodônticos sejam publicados criteriosamente para enriquecer a literatura de evidências de que as endocrinopatias e outras doenças não apresentam as reabsorções dentárias como parte de suas manifestações clínicas.


Link do artigo na integra via Scielo:


http://www.scielo.br/pdf/dpjo/v16n1/03.pdf

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