A Ortodontia tem por finalidade corrigir as más oclusões, colocando os dentes em suas posições ideais e em equilíbrio com suas bases ósseas. Há melhora na estética e função desde que os tecidos periodontais e as estruturas de suporte permaneçam saudáveis. Além disso, o sucesso e a estabilidade em longo prazo dependerão de um diagnóstico e um planejamento precisos e de uma mecânica bem empregada. Durante a elaboração do plano de tratamento, é importante a observação da morfologia da arcada dentária de cada paciente, pois o respeito à sua individualidade evitará problemas periodontais como retrações gengivais, instabilidade e deficiência nos resultados estéticos.
O estudo da forma da arcada dentária iniciouse em 1889, com Bonwill, cujo diagrama foi precursor e empregado na Ortodontia por outros pesquisadores. Hawley, baseando-se nos postulados de Bonwill, construiu um diagrama com finalidade ortodôntica denominado de Bonwill-Hawley. A partir daí, foram idealizados vários diagramas com o objetivo de auxiliar na construção dos arcos metálicos utilizados durante o tratamento. Além da forma, a dimensão da arcada dentária também foi motivo de preocupação. É sabido que, quando são feitas alterações na distância entre os caninos e os molares durante o tratamento, existe grande tendência de recidiva.
Andrews e Andrews sugeriram a utilização de uma referência anatômica como parâmetro, com o objetivo de centralizar as raízes dos dentes no osso basal, a qual denominaram Borda WALA (sigla que incorpora as iniciais de Will Andrews e Lawrence Andrews). ABordaWALA é a faixa de tecido mole imediatamente acima da junção mucogengival da mandíbula, ao nível da linha que passa pelos centros de rotação dos dentes ou próximo a ela, e é exclusiva da mandíbula.
Antes de examinar os modelos das arcadas dentárias com objetivo de avaliar sua forma, especificamente para determinar o diagrama, é necessário que o diagnóstico já tenha sido formulado e as metas gerais do tratamento definidas. Nesse ponto, provavelmente as arcadas dentárias já tenham sido examinadas e influenciado no diagnóstico e plano de tratamento. Só após isso é possível ter parâmetros para julgar a arcada inferior, avaliando sua forma.
A preocupação maior dos pesquisadores sempre foi a de obter um método simplificado e que permitisse uma análise da posição dos dentes nas arcadas dentárias que pudesse ser realizada pelo clínico de forma simples e objetiva. Outra questão seria a padronização do método de avaliação da posição dos dentes na arcada dentária.
Durante o tratamento ortodôntico, a distância intercaninos pode ser aumentada, mas muitos autores observaram que qualquer alteração na largura intercaninos inferior era instável. Portanto, a largura original precisa ser mantida para aumentar a estabilidade em longo prazo. De acordo com os resultados obtidos, pode-se afirmar que o método Borda WALA mostrou-se válido e permite a individualização das arcadas dentárias de forma a favorecer a estabilidade pós-tratamento.
CONCLUSÕES
» A IC e a IM aumentaram com o tratamento e sofreram uma diminuição no período pós-tratamento estatisticamente significativa, embora não tenham retornado aos valores iniciais. As alterações foram pequenas e clinicamente insignificantes.
» A IC BW aumentou com o tratamento e so- freu uma diminuição no período pós-tratamento, embora as alterações tenham sido clinicamente insignificantes. A IM BW não foi alterada durante o tratamento e permaneceu estável durante o período pós-contenção.
» Clinicamente, o método Borda WALA — utilizado nesse estudo para confecção dos diagramas individualizados e para medição das distâncias intercaninos e intermolares — se mostrou válido, permitindo a individualização das arcadas dentárias e favorecendo a estabilidade pós-tratamento.
Link do artigo na integra via Scielo:
http://www.scielo.br/pdf/dpjo/v16n2/a09v16n2.pdf
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