ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: FOTOGRAFIA DIGITAL NA CLÍNICA DIÁRIA - 1ªParte

quarta-feira, 12 de maio de 2010

FOTOGRAFIA DIGITAL NA CLÍNICA DIÁRIA - 1ªParte






Neste capitulo publicado em 2007, no eBook lançado durante o 25º Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo – 25º CIOSP, pelos autores Marco Antonio Masioli, Deise Lima Cunha Masioli, Wagner Quaresma Damázio; das Disciplinas de Materiais Dentários e PPR Universidade Federal do Espírito Santo (UFES); da Ortodontia- Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ); da Dentística Restauradora da Graduação e Especialização-Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE); Faz um belo apahado sobre fotografia digital na Odontologia.
A imagem, com seu poder de convencer e substituir palavras vem tornando-se cada vez mais importante em todos os aspectos do cotidiano. Quando bem empregada, transmite informações e
desejos. Seu poder tem sido aproveitado ao máximo pelo homem. Um mundo de informações é apresentado através da visão por televisores, celulares, outdoors, datashows, monitores de computador, talvez porque, enquanto as palavras precisam ser reconhecidas e analisadas para serem entendidas, as imagens só precisam ser reconhecidas, tornando-se assim uma arma a favor de quem souber capturá-las e utilizá-las.

Nesse contesto a fotografia digital está sendo cada vez mais utilizada e oferece vantagens em relação a convencional, a economia feita em cada tomada, já que não há necessidade de filme nem, conseqüentemente, de seu processamento, é uma delas. Mas sem dúvida a maior vantagem da captura digital é a visualização imediata. Uma vez capturada, a fotografia pode ser visualizada e, dependendo do resultado, pode-se repetir a tomada, excluir as imagens que não interessam e arquivar ou imprimir as de maior utilidade. Com isso cada vez mais cirurgiões dentistas tem utilizado a câmera digital como parte integrante de seu cotidiano e dessa forma é importante a compreensão dessa nova tecnologia.

Fotografias podem completar a ficha clínica do paciente, servindo como documentação, ajudando a elucidar questões corriqueiras, ou completando arquivos forenses, podendo ser usadas como prova no caso de alguma demanda legal. Com cinco tomadas fotográficas (uma frontal, duas oclusais e duas laterais), tem-se todo o aspecto intra-oral do paciente. É possível ainda utilizar fotos de sorriso, do rosto e da face (frente e perfil) para documentar as regiões periorais que podem ser alteradas devido a tratamentos odontológicos.

A fotografia ajuda na avaliação e no aprimoramento de técnicas de trabalho, pois a imagem geralmente tem proporções maiores que o natural, mostrando nitidamente detalhes e defeitos que muitas vezes não são vistos clinicamente. Ajuda ainda na descrição de cor, forma, textura e tamanho das lesões. A descrição do tamanho e da evolução das lesões pode ser auxiliada por inclusão de escalas ou réguas milimetradas na composição da fotografia.

Mesmo um profissional com o mais apurado comando da linguagem pode ter dificuldades na descrição da condição oral de um paciente ou de um tratamento. As técnicas podem ser compreendidas com mais facilidade pelo ouvinte ou leitor quando bem ilustradas. Além de facilitar a compreensão, as imagens encurtam o tempo das palestras e as palavras das publicações. Aulas com um bom material didático tornam-se mais atrativas e valorizam o trabalho de quem pretende transmitir seus conhecimentos.

A fotografia, quando de boa qualidade, pode expressar forma, textura, proporção e interação dos dentes com o restante da face. Porém, a análise de cor por meio de fotografias analógicas ou digitais ainda não é um método seguro. A cor das fotografias em papel ou slides depende da iluminação, da regulagem da câmera e do processamento (revelação) do filme e das cópias. Nas fotografias digitais, a cor depende da iluminação, da regulagem das câmeras fotográficas, das impressoras, dos monitores de computador e dos projetores de multimídia onde as imagens são observadas.

Muitos dos tratamentos realizados por dentistas são feitos em áreas de difícil visualização. Fornecer imagens aos pacientes, permitindo que eles comparem o pré e o pós-operatório, pode transformá-los em defensores do trabalho realizado, pois os próprios pacientes normalmente o mostram a familiares e amigos, fazendo um marketing de maneira simples, sutil e efetiva. Fotografias de trabalhos executados deixadas na recepção das clínicas podem fazer com que tratamentos dentários se tornem objeto de desejo dos clientes, além de aumentarem a confiança nos profissionais que os executam. Mostrar fotografias de trabalhos executados em conferências, aulas e publicações pode abrir novos horizontes à carreira profissional, valendo indicações e proporcionando novas oportunidades.

As fotografias, juntamente com as radiografias e o prontuário dos pacientes, são documentos importantes em Odontologia. E essa documentação, quando satisfatória, serve desde a identificação de cadáveres à defesa profissional.

Diante do considerável aumento de processos questionando possíveis erros profissionais, não se pode negligenciar na documentação dos pacientes. E, no caso específico, a fotografia, tanto analógica quanto digital, pode ser de grande valia perante o Poder Judiciário.

É sabido que, para que uma fotografia analógica seja incontroversa (no caso de prova documental), devem-se juntar aos autos do processo os respectivos negativos ou apresentá-la em slides. No caso de fotografia digital, esse negativo não existe, nem por isso significa que não tenha validade de prova. Ao revés, se a parte contrária nos autos de um processo não contestar fotografias digitais apresentadas pela outra parte, presume-se aceitação.

Ainda vale lembrar que, quando se trata de aspectos legais, uma fotografia em que uma pessoa pode ser reconhecida (por exemplo: fotos da face) só pode ser mostrada com o consentimento do
modelo ou paciente. Em caso de menores, o consentimento deve vir dos pais ou responsável. Na ausência de autorização, deve-se cobrir parte da fotografia (por exemplo: ocultar os olhos em fotografias de rosto). Em partes do corpo pelas quais o modelo não pode ser reconhecido, o consentimento é aconselhável, mas não obrigatório.

A iluminação no momento da composição e focalização é outro ponto crítico. A boca é uma cavidade difícil de iluminar e a utilização do foco do equipo odontológico se faz freqüentemente necessária. Quando a iluminação da fotografia for feita com flash, a luz do foco pode trazer superexposição na fotografia, bem como alterar a coloração, uma vez que os flashes geralmente têm temperatura de cor diferente. Alguns flashes vêm equipados com luzes contínuas, que podem ser ligadas para facilitar a composição e a focalização. Essas luzes se apagam no momento da fotografia. Isso é o ideal.

Uma forma simples de compor a imagem é posicionar o assunto a ser fotografado no centro e as demais imagens perifericamente a ele. Para se padronizar as tomadas fotográficas, mantêm-se a mesma posição da câmera em relação ao assunto, fazendo todas as fotografias a uma mesma distância. Para isso, faz-se a foto inicial e não se mexe nas regulagens ou na focalização da câmera (se essa possuir foco manual, deve-se utilizá-lo). Isso, além de padronizar a seqüência fotográfica, facilita e deixa mais dinâmico o ato de fotografar, pois basta posicionar a câmera como na foto inicial e utilizar o visor com o intuito de refinar a composição e a focalização, chegando a câmera para frente e para trás, para um lado e para o outro. Isso propicia fotografar o assunto sempre da mesma distância, resultando em fotos com a mesma magnitude e exposição.

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