ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: ANÁLISE DO SORRISO APÓS CIRURGIA ORTOGNÁTICA – VISÃO INTERDISCIPLINAR

segunda-feira, 3 de maio de 2010

ANÁLISE DO SORRISO APÓS CIRURGIA ORTOGNÁTICA – VISÃO INTERDISCIPLINAR


Neste artigo de 2010, publicado pelo site da Academia Tiradentes de Odontologia, pelos autores Gabriel Ramalho FERREIRA, Omar Gabriel da SIVA-FILHO, Clóvis MARZOLA, Cláudio Maldonado PASTORI, João Lopes TOLEDO-FILHO, Daniel Luiz Gaertner ZORZETTO, Marcos Maurício CAPELARI, Gustavo Lopes TOLEDO, Leonardo Perez FAVERANI; do Curso de Residência em Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial e do Hospital de Base da Associação Hospitalar de Bauru; da Ortodontia do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais – HRAC – Centrinho. Avalia as diferentes visões entre ortodontistas e cirurgiões buco maxilo faciais, quanto à análise do sorriso nos pacientes submetidos à cirurgia ortognática.

A estética facial é um conceito bastante subjetivo entre os indivíduos e possuem influência das características impostas pela sociedade que os cercam, como parâmetros para a percepção do belo. Dentre estes conceitos, o sorriso é essencial na definição de uma face harmônica (COX; VAN DE LINDEN, 1971 e RICKETTS, 1982).

O sorriso traduz geralmente um estado da alma, confirmando que o homem é o único ser vivente dotado de inteligência emocional com a capacidade de exprimir seus sentimentos de forma tão singular.

Grande parte da população que procura atendimento odontológico deseja melhorar a estética facial e especialmente o sorriso, para ser inserido na sociedade que convive. Desta forma, o profissional ortodontista deve deter da habilidade para reconhecer os objetivos terapêuticos de forma individualizada, com o intuito de restabelecer a harmonia facial, diante das expectativas dos pacientes.

A análise estática do sorriso define como ideal a presença do arco do sorriso, que se estabelece por meio da relação de paralelismo entre a curvatura dos incisivos e caninos superiores e, a borda do lábio inferior. Além disso, aexposição dos incisivos superiores deve apresentar no mínimo 80% do seu comprimento a 2 mm da gengiva inserida (SARVER, 2001 e SARVER, 2003).

Como é amplamente implícita que a harmonia facial é característica individual e subjetiva, justifica-se a realização deste trabalho, por questionar as diferenças no tocante a análise do sorriso de pacientes submetidos à cirurgia ortognática, entre profissionais ortodontistas e cirurgiões buco maxilo faciais, sem que os mesmos soubessem que os pacientes foram submetidos aos procedimentos ortognáticos.

A avaliação do sorriso é um parâmetro bastante relevante nos indivíduos e o restabelecimento de uma simetria do sorriso é o fator mais importante na estética facial, em especial nos pacientes que se submeteram à cirurgia para correção das deformidades dentofaciais (SUGUINO; RAMOS; TERADA et al., 1996). Porém esta análise é bastante subjetiva e pessoal, uma vez que as características de beleza são fundamentadas principalmente pelos padrões culturais e socioeconômicos da população estudada (BRAGA REIS; CAPELOZZA FILHO; CLARO, 2006). O que justifica a porcentagem de concordância entre os profissionais juízes deste trabalho, que mostrou 76,67% entre os cirurgiões buco maxilo faciais e, entre os ortodontistas 56,6%, no tocante à promoção de um sorriso agradável nos pacientes submetidos à cirurgia ortognática.

A beleza do sorriso atualmente é caracterizada pela presença de dentes brancos, volumosos, alinhados e nivelados. Para tanto, a exposição ideal dos incisivos ao sorrir é de 75% a 100% da altura da coroa, até 2mm de gengiva inserida, sendo um pouco mais no gênero feminino que no masculino (SUGUINO; RAMOS; TERADA et al., 1996 e SARVER, 2001). A presença ainda da variabilidade na exposição gengival nos pós-operatórios de cirurgias ortognáticas, se deve ao fato de ter ocorrido uma falta de movimento no reposicionamento superior da maxila, nos crescimentos verticais, bem como na presença de hipertrofia gengival ou diante da magnitude da elevação dos lábios no sorriso (ARNETT; McLAUGHLIN, 2004).

CONCLUSÕES
Tendo em vista os resultados obtidos com este trabalho e a literatura consultada, pode-se conclui que:

1. A porcentagem de concordância entre os cirurgiões buco maxilo faciais e ortodontistas foi significante estatisticamente nos seguintes parâmetros avaliados: análise subjetiva do sorriso como agradável ou desagradável, exposição dos incisivos superiores e gengiva ao sorriso.

2. Nos demais parâmetros: corredor bucal e paralelismo entre a borda incisal dos dentes antero-superiores e a borda do lábio inferior, não houve concordância entre os profissionais na sua maioria. Somente entre os ortodontistas, no aspecto paralelismo do arco do sorriso houve uma porcentagem considerável de concordância (60%).

3. É muito importante que os profissionais conheçam as características inerentes a um sorriso agradável, para que o planejamento ortocirúrgico seja encaminhado corretamente e, tenha um resultado pós-operatório eficaz.


Link do artigo na integra via revista da actiradentes:

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