ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: Fechamento de diastema posterior como complemento de um tratamento ortodôntico

terça-feira, 11 de maio de 2010

Fechamento de diastema posterior como complemento de um tratamento ortodôntico


Neste artigo de 2007, publicado pela Revista Gaúcha de Odontologia, pelos autores Patrícia Lopes da Silva VIEIRA; Ynara Bosco de Oliveira LIMA-ARSATI; do Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic. Departamento de Dentística. Faculdade de Odontologia; Campinas, São Paulo, Brasil. Mostra a integração entre a Ortodontia e a Dentistica Resauradora.

A ortodontia e a dentística encontram-se cada vez mais integradas. A dentística vem complementar a etapa final de um tratamento ortodôntico como, por exemplo, em situações em que ocorrem agenesias, incisivos conóides e presença de diastemas anterior e posterior.

O ponto de contato dos dentes posteriores é de extrema importância porque ajuda a manter o equilíbrio mésiodistal da arcada.

A sua ausência ou deficiência pode gerar impacção alimentar sobre a papila interdental e inflamação periodontal, levando à reabsorção óssea e à movimentação do dente. Em acréscimo, se houver uma restauração, o acúmulo de placa bacteriana na margem gengival pode gerar microinfiltração marginal, além de desconforto no paciente.

A utilização da resina composta direta em dentes posteriores vem ganhando espaço de forma significativa ao longo dos anos. Os sistemas adesivos e resinas compostas permitem as realizações de restaurações diretas plenamente satisfatórias. Devolver a forma e a função com restaurações que se assemelham à estrutura dentária, de forma extremamente conservadora, ser confeccionada em única sessão clínica, economizando tempo e encargos com laboratórios e fornecendo uma boa relação custo/ benefício são as principais vantagens deste material. Porém a sensibilidade da técnica, contaminação da área operatória, a diferença do coeficiente de expansão térmica linear entre a resina e o dente e a força de contração de polimerização podem levar à deficiência na interface dente/restauração, provocando infiltração marginal.

Os compósitos indiretos (inlay / onlay) possuem maior resistência à compressão e conseqüentemente, menor risco de fratura das restaurações, porém requerem maior desgaste do tecido dental sadio. Estas situações podem ser solucionadas tanto com restaurações diretas como indiretas.

Os contatos proximais apresentam duas funções primordiais: permitir o equilíbrio entre os dentes, garantindo a estabilidade da arcada, e proteger a papila gengival interdentária dos impactos alimentares durante a mastigação promovendo um periodonto íntegro e sadio, Picosse afirma que o equilíbrio mésio-distal de uma arcada é garantido pelo contato proximal e qualquer alteração nessa superfície acarreta modificações da oclusão dental.

Para se realizar um fechamento de diastemas, utiliza-se terapia ortodôntica, confecção de inlays, onlays, coroas totais e restaurações diretas em resinas compostas. A grande variedade de materiais e técnicas existentes na odontologia proporciona aos profissionais uma gama de possibilidades de solucionar diversas situações clínicas, como, por exemplo, os diastemas.

A evolução crescente das resinas compostas e dos sistemas adesivos permite restabelecer estas situações de forma conservadora e funcional, além de poderem ser confeccionadas em uma única sessão, economizando tempo e proporcionando boa relação custo/benefício ao profissional e ao paciente. Este aperfeiçoamento proporcionou melhora na resistência à compressão e ao desgaste superficial8. A odontologia adesiva com seus mecanismos de ação que permitem uma verdadeira adesão às estruturas dentárias permitiu mudanças significativas na concepção da extensão dos preparos cavitários, que passaram a ser mais conservadores. Isso fez a execução de restaurações em dentes anteriores e posteriores tornar-se adequada sob a ponto de vista biológico, estético e funcional.

Segundo Duarte Jr et al., alguns critérios devem ser analisados e estabelecidos com o intuito de se melhorar a qualidade final da restauração. Dentre eles, estão a localização do dente na arcada, quanto mais posterior, mais difícil o acesso; o uso de isolamento absoluto, que permite maior controle da umidade do campo operatório, melhor visualização e acesso; e a forma de aplicação da resina estar diretamente relacionada com a qualidade da restauração.

A ADA determinou que as resinas compostas para dentes posteriores fossem radiopacas, produzissem resistência à compressão e à abrasão, um bom vedamento marginal e fácil execução.

Mauro et al. observaram que a resina composta é um excelente material para restauração, fechamento de diastemas e restabelecimento da anatomia. Quando comparada à técnica indireta são menos invasivas e de custos mais acessíveis.

Algumas limitações das resinas diretas em relação às indiretas são a contração de polimerização do material, menor resistência ao desgaste, menor durabilidade e instabilidade na cor. Além disso, as resinas indiretas apresentam propriedades físicas superiores e de melhor reprodução, já que são realizadas em laboratórios, fora da cavidade oral, apresenta maior lisura superficial, diminuindo o acúmulo do biofilme às margens da restauração.

A escolha do plano de tratamento utilizando material restaurador adesivo direto foi determinada baseando no comprometimento estético, no fácil acesso, na pequena distância entre os dois dentes e na condição satisfatória de higiene oral da paciente e a sua colaboração no controle periódico. As restaurações indiretas também são muito utilizadas com esse fim, porém requerem que uma quantidade de tecido dental sadio seja removida e nas estruturas a serem reconstituídas, não havia nenhuma restauração, eram totalmente íntegras descartando esta opção.

As resinas mais indicadas para a realização das restaurações em dentes posteriores são as microhíbridas que possuem um tamanho médio de partículas entre 0,6 e 0,7mm, propriedades físicas excelentes, pouco pegajosas e possuem um bom acabamento e polimento, como a utilizada neste trabalho (Z250, 3M, Sumaré, SP, Brasil).

CONCLUSÃO

A realização de fechamentos de diastemas utilizando-se de materiais adesivos tem proporcionado estética e função de forma simples e eficiente, quando bem empregada, em situações clínicas que poderiam comprometer não só o equilíbrio entre os dentes e a preservação do periodonto, como também influir na autoestima e no bem-estar do paciente.

A escolha deve sempre estar apoiada nas propriedades e características dos materiais juntamente com as peculiaridades específicas de cada situação clínica.


Link do artigo na Integra via revista RGO:


Um comentário:

  1. Em alguns casos o uso de separadores de látex, deixados durante alguns dias, propiciam uma melhor forma de conveniência no fechamento de diastemas posteriores.

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