ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: Expansão rápida da maxila ancorada em implantes – uma nova proposta para expansão ortopédica na dentadura permanente

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Expansão rápida da maxila ancorada em implantes – uma nova proposta para expansão ortopédica na dentadura permanente





Neste artigo de 2007, publicado pela Revista Dental Press, pelos autores Daniela Gamba Garib, Ricardo de Lima Navarro, Carlos Eduardo Francischone, Paula Vanessa Pedron Oltramari; da Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo; da Universidade Cidade de São Paulo – UNICID – São Paulo; do Curso de Ortodontia Preventiva e Interceptora da PROFIS – Bauru e do curso de especialização em Ortodontia da Prevodonto - Centro de Estudos - Rio de Janeiro. Apresenta um método para expansão ortopédica da maxila, na dentadura permanente, utilizando implantes como ancoragem.


Ao se executar o procedimento de expansão rápida da maxila (ERM), com finalidade de corrigir a atresia do arco dentário superior, o principal efeito almejado pelo ortodontista consiste na abertura da sutura intermaxilar e conseqüente incremento transversal da base óssea superior. Porém, concomitantemente a este desejável efeito ortopédico, a ERM inevitavelmente redunda em um efeito ortodôntico de movimentação dentária vestibular, uma vez que os expansores ancoram-se diretamente sobre os dentes superiores. Portanto, parte da abertura do parafuso expansor, visando o aumento em largura da maxila, dissipa-se com a movimentação dos dentes de ancoragem para vestibular. Estima-se que o efeito ortodôntico corresponda, em média, a 50% da quantidade de abertura do parafuso expansor, durante as fases de dentadura decídua e mista, e cerca de 2/3 da quantidade de expansão, durante a dentadura permanente. Isto corresponde a dizer que, com o aumento da idade e com o aumento da resistência óssea e sutural, espera-se um maior efeito dentário, em detrimento da separação intermaxilar.


Após a descoberta da osseointegração e introdução dos implantes de titânio como solução protética na Odontologia, por Branenmark, vários autores passaram a utilizar os implantes osseointegráveis como dispositivos de ancoragem para a movimentação ortodôntica. Os bons resultados, constatados em estudos experimentais aplicando-se forças ortodônticas e suaves sobre os implantes, encorajaram a sua utilização também para propósitos ortopédicos. Assim, os implantes foram utilizados com a finalidade de ancoragem para Ortopedia Facial (protração maxilofacial), recebendo forças intensas, e demonstraram boa estabilidade em animais. No final da década de 90, Parr et al. estudaram a expansão sutural utilizando implantes osseointegrados em coelhos. Estes autores reportaram uma expansão da sutura nasal mediana de 5,2 a 6,8mm, aplicando-se forças de 100 a 300g em implantes colocados bilateralmente a esta sutura, externamente à face média. Recentemente, em 2004, Harzer et al. indicaram a expansão rápida da maxila assistida cirurgicamente com ancoragem sobre implantes no palato, com o intento de evitar a inclinação dos dentes pósterosuperiores para vestibular, assim como evitar reabsorção óssea e radicular nestas regiões.


Ao ancorar o aparelho expansor sobre implantes intra-ósseos inseridos no palato, o efeito esperado durante a ERM consiste na prevenção do efeito dentário representado pela movimentação vestibular dos dentes posteriores. Estudos prévios demonstraram que os dentes que ancoram o aparelho são movimentados para vestibular, com componentes de inclinação e translação associados, durante a ERM convencional. Transferir a ancoragem de elementos passíveis de movimentação, como os dentes, para elementos absolutamente rígidos e imutáveis posicionalmente, como os implantes, redundaria em vantagens incontestáveis.


Além das diversas vantagens biológicas da expansão com ancoragem absoluta, também se deve destacar uma interessante vantagem operacional. Com o desenho do aparelho incluindo bandas apenas nos primeiros molares superiores, após o período convencional de contenção e neoformação óssea na região da sutura palatina mediana, o nivelamento superior pode ser iniciado sem a necessidade de remoção do expansor. O próprio aparelho expansor poderia ser mantido como ancoragem prolongada, concomitantemente à mecanoterapia com aparelhos fixos, dispensando o uso das placas removíveis de contenção.


CONCLUSÕES


Após idealização deste novo sistema de ancoragem, como próximo deverão ser realizados estudos experimentais com a finalidade de atestar sua aplicabilidade clínica. Questões como velocidade da ativação do parafuso, estabilidade dos implantes diante de forças ortopédicas expansoras e o protocolo para adequada inserção dos parafusos devem ainda ser melhor elucidadas.



Link do artigo na integra via Scielo:


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