ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: Confecção do contensor removível Osamu

segunda-feira, 17 de março de 2014

Confecção do contensor removível Osamu












Neste artigo de 2005, publicado pela Revista Dental Press, pelos autores José Antônio Pereira Caricati, Acácio Fuziy, Paulo Tukasan, Omar Gabriel da Silva Filho, Maria Helena Ocké Menezes; da Faculdade de Ciências Odontológicas da Universidade de Marília - UNIMAR e do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC-USP). Mostra o passo a passo da confecção deste interessante aparelho de contenção em Ortodontia.

A instabilidade pós-tratamento ortodôntico costuma acompanhar todas as más oclusões corrigidas, tanto no que se refere à relação intra-arcos (rotações, apinhamentos, espaços) como inter-arcos (sobremordida, mordida aberta, mordida cruzada), contrariando os objetivos cultuados pelos ortodontistas e almejados pelos leigos. Considerando a relação intra-arcos, ganha enfoque especial a irregularidade dos incisivos, sobretudo os inferiores, pela freqüência com que ressurge. Logo, o empenho do ortodontista não se resume em tratar a má oclusão, mas também garantir alguma estabilidade para a oclusão tratada. E, realmente, isso é tão ou mais complicado do que tratar. É desse comportamento que brotou e se consolidou a prática da contenção constituindo parte do tratamento ortodôntico, sendo seu último estágio.

O vocábulo “recidiva” denota reincidência do problema. Literalmente, o termo se aplica ao reaparecimento de qualquer irregularidade já tratada, em qualquer época após a suspensão do aparelho ortodôntico. No caso particular do apinhamento anterior, a literatura pertinente denuncia que a estabilidade do alinhamento, especialmente inferior, é muito pobre nos casos tratados ortodonticamente. Isso significa que toda movimentação dentária induzida na região anterior está sujeita à recidiva, o que justifica o número surpreendente de publicações pertinentes. No entanto, há que se fazer uma ressalva teórica. Para o apinhamento anterior torna difícil diferenciar entre recidiva, se o que ocorreu foi uma volta à má oclusão inicial, e ajuste maturacional, comportamento independente do tratamento prévio e que ocorre rotineiramente nos casos não tratados. De fato, mais importante que fazer o diagnóstico diferencial, muitas vezes impossível, entre recidiva e ajuste maturacional diante da irregularidade pós-tratamento, é identificar o impacto que tal acontecimento acarreta para a oclusão e para o paciente e planejar a sua correção, se esta for a conduta mais coerente.

Nenhuma recidiva é tão esperada pelo profissional quanto a recidiva do apinhamento anterior, especialmente no arco dentário inferior. Ela se concentra na região ântero-inferior, podendo incluir os caninos na irregularidade, independentemente de como o caso foi tratado, se com extração de pré-molares, extração de incisivo inferior, desgaste interproximal anterior ou com expansão. Para contornar esse problema os ortodontistas têm lançado mão de aparelhos passivos, denominados “aparelhos de contenção”, com a finalidade de garantir estabilidade na posição dentária deixada pela mecânica ortodôntica.

Os protocolos de contenção pós-tratamento ortodôntico mais convencionais incluem a placa de Hawley superior e a contenção fixa inferior 3x3, com tempos variáveis de uso. Via de regra, a placa de Hawley é usada por um período de 1 ano enquanto a contenção fixa inferior estende-se de 3 a 5 anos. Mas, não está descartada a possibilidade de uso eterno, se a estabilidade perene é almejada.

Recentemente, a literatura divulgou um aparelho contensor removível de material termoplástico em substituição aos contensores fixos ou para ser usado em concomitância com a contenção fixa 3x3, chamado Osamu, nome do seu criador, Osamu Yoshii. O contensor Osamu está indicado principalmente para contenção intra-arcos, tanto superior como inferior, embora também seja usado para corrigir posições dentárias individuais durante a fase de contenção. Capelozza Filho disponibiliza ainda, em seu livro, a aplicação da placa Osamu para contenção da compensação dento alveolar inferior nos padrões III.

Conclusões

O presente artigo de divulgação demonstra a confecção laboratorial do contensor removível Osamu. Dentre as suas vantagens destaca-se a facilidade de construção laboratorial, a aplicação simplificada por ser um aparelho removível, custo reduzido, ausência de interferência na fala, boa aceitação pelos pacientes por ser estético, higienização simples e dispensa ajustes na instalação. O paciente tem a liberdade de usar a contenção por períodos predeterminados, como por exemplo, para dormir.


Link do artigo na integra via Dental Press:

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