ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: Comparação entre a radiografia de cavum e a cefalométrica de perfil na avaliação da nasofaringe e das adenoides por otorrinolaringologistas

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Comparação entre a radiografia de cavum e a cefalométrica de perfil na avaliação da nasofaringe e das adenoides por otorrinolaringologistas



Neste artigo de 2011, publicado pelo Dental Press Journal Orthodontics, pelos autores Rhita Cristina Cunha Almeida, Flavia Artese, Felipe de Assis Ribeiro Carvalho, Rachel Dias Cunha, Marco Antonio de Oliveira Almeida, do departamento de Ortodontia da UERJ - Rio de Janeiro. Teve o Objetivo de: (a) conhecer quais exames os otorrinolaringologistas solicitam para avaliar o EAN; (b) verificar o conhecimento da cefalométrica por otorrinolaringologistas; (c) comparar a avaliação de otorrinola- ringologistas nas duas técnicas radiográficas para a medição e a visualização do EAN e da adenoide; (d) correlacionar os resultados do método de inspeção visual com os da medição de Schulhof.


A respiração bucal é um problema funcional relativamente comum, uma vez que 85% das crianças sofrem de algum grau de insuficiência nasal, como revelado por testes funcionais, e 20% respiram pela boca. Os fatores que contribuem para o surgimento de uma respiração bucal podem ser de natureza obstrutiva ou decorrer de hábitos deletérios, como a sucção de dedo ou chupeta, podendo causar alterações no curso normal de crescimento e desenvolvimento craniofacial. Dentre os fatores obstrutivos, a adenoide é o mais comumente citado na literatura médica-odontológica. 

O ortodontista tem como exame de rotina, para traçar o plano de tratamento de seu paciente, a radiografia cefalométrica de perfil descrita por Broadbent. Essa radiografia é obtida de maneira padronizada, sendo sempre feita com a mesma posição da cabeça e com a mesma distância do feixe de radiação, assim permitindo que sejam feitas medições e que essas sejam comparadas nos diferentes tempos do tratamento. Muitos autores a consideram um exame simples, prático e de resultados satisfatórios para diagnosticar o tamanho do espaço aéreo nasofaríngeo. Entretanto, a maior parte dos otorrinolaringologistas utiliza a radiografia de cavum para avaliação da nasofaringe, que é uma radiografia em norma lateral do crânio semelhante à radiografia cefalométrica de perfil, porém sem uma padronização tão rígida, e que fornece a imagem necessária para avaliar o tamanho do espaço aéreo nasofaríngeo, mas é inadequada para o planejamento ortodôntico. 


Major et al. concluíram, em uma revisão sistemática sobre a capacidade de diagnosticar hipertrofia adenoideana e obstrução do espaço nasofaringeano através da radiografia cefalométrica, que existe uma boa correlação nos achados do tamanho da adenoide, mas a habilidade de diagnosticar um espaço aéreo nasofaríngeo pequeno já não é tão boa. Explicam esse achado pelo fato de a adenoide ser uma estrutura anatômica mais simples do que a nasofaringe e, assim, perder menos informação quando transformada em imagem bidimensional.

Alguns trabalhos têm sido feitos comparando a radiografia cefalométrica com a endoscopia naso-faringeana. Ianni Filho et al. compararam os dois métodos e concluíram que o exame radiográfico é importante no diagnóstico inicial das obstruções nasofaringeanas, mas que suas informações seriam limitadas; porém a endoscopia, apesar de fornecer mais informações, é um exame de difícil acesso. Já Vilella et al. encontraram resultados bem próximos em relação ao tamanho anteroposterior da nasofaringe nos dois métodos, e sugeriram que, ao avaliar o modo respiratório da criança, deve ser feito não só exame clínico, mas também medidas cefalométricas do espaço nasofaringeano. 


Existem vários métodos descritos para avaliar radiografias da nasofaringe e a interpretação de quando a adenoide está significativamente grande varia de autor para autor. Os métodos mais usados de medir a adenoide na radiografia de cavum são os de: Johannesson, Fujioka et al., Crepeau et al. e Cohen e Konak. Já quando na utilização da radiografia cefalométrica, existem dois métodos de medição descritos na literatura: o método de McNamara e o de Schulhof. 


CONCLUSÕES DOS AUTORES


O presente estudo concluiu que, segundo a amostra utilizada, os otorrinolaringologistas não têm conhecimento da técnica da radiografia cefalométrica e têm como hábito fazer diagnóstico de obstrução do espaço aéreo naso-faríngeo através da radiografia de cavum, sem utilizar nenhum método de medição. 



Quando avaliadas as duas técnicas sem especificar qual era a radiografia cefalométrica e qual era a de cavum, os otorrinolaringologistas escolheram, na maioria dos casos, a técnica cefalométrica lateral.


Quando comparada a avaliação visual com o método de medição de Schulhof, foi visto que havia baixa correlação entre os métodos. 


Link do artigo na integra via Scielo:

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