ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: Língua e tratamento Ortodôntico: tamanho, Posição, tônus ou Vício?

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Língua e tratamento Ortodôntico: tamanho, Posição, tônus ou Vício?


Neste artigo de 2003, publicado pela Revista Dental Press, pelo Prof. Dr. Alberto Consolaro; Professor Titular em Patologia Bucal pela Faculdade de Odontologia de Bauru - FOB - USP - São Paulo. Mostra a importancia e os cuidados a se tomar com esta estrutura anatômica.


Quem determina o tamanho da calota craniana: o crescimento ósseo ou o cérebro? Quem determina o tamanho do arco dentário: o osso, os dentes ou a língua? Quem se adapta a quem? São tantas as variáveis que o crescimento crânio-mandibular pelo deslocamento e relações ordenadas das estruturas foi comparado ao balé por um grande e romântico ortodontista.


Qual o tamanho, o grau de movimentação e a tonicidade normal da língua? Quando o ortodontista pode afirmar que o paciente tem macroglossia e requer tratamento cirúrgico?


O paciente portador de macroglossia verdadeira dificilmente chegará ao ortodontista sem diagnóstico estabelecido por um especialista. Uma língua grande clinicamente diagnosticável ocorre em três situações raras: 1) pela presença de um hemangioma ou linfangioma, 2) por amiloidose, e 3) por hiperplasia muscular associada a síndromes. Estes pacientes tendem a procurar o ortodontista apenas após a resolução da macroglossia.


A macroglossia relativa seria resultante da desproporção entre o arco dentário e seu volume. A forma e o volume lingual podem ser influenciados pela tonicidade, espaço disponível e posição. Não esquecemos: a língua está composta essencialmente por músculos esqueléticos e seus movimentos são comandados pelo sistema nervoso voluntário.


Quando se diagnosticar a força lingual excessiva sobre os dentes, com ou sem língua crenada, devemos questionar primeiramente a posição, os vícios e a tonicidade. A pressão sobre os dentes geralmente não decorre do tamanho da língua, e sim de uma pressão voluntária ou uma posição lingual inadequada por parte do paciente, ainda que inconsciente. Não devemos ceder ao primeiro e instintivo diagnóstico de macroglossia acionando o cirurgião para diminuir o tamanho da língua. Quando ao longo do tempo, a casuística for criteriosamente acompanhada, os resultados mostram que a opção cirúrgica não foi efetiva.


Se a língua estiver influenciando inadequadamente no arco dentário, deve-se promover uma reprogramação da posição lingual, uma conscientização do paciente quanto aos seus vícios posturais e até uma fisioterapia. A análise de casos cirúrgicos isolados, sem critérios metodológicos de acompanhamento comparativo com um grupo controle, pode dar a falsa impressão que houve melhora. Alguns casos requerem cirurgia, mas o diagnóstico deve ser criterioso e preciso, pois após o reparo, a situação pode continuar se for uma questão de posição e não de tamanho lingual.


Link do artigo na integra via Dental Press:


Um comentário:

  1. Não imagino uma terapia de posicionamento de língua sem a ajuda de um FONOAUDIÓLOGO... cabe o registro...

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