Dando continuidade, o Blog Ortodontia
Contemporânea disponibiliza a terceira parte da entrevista com o Prof.
Dr. Marcio Rodrigues Almeida, Ortodontista Clinico, Professor de Ortodontia,
Autor de vários artigos de relevância na Ortodontia, Autor do Livro Ortodontia
Clinica e Biomecânica, publicado pela Editora Dental Press. Que conta com 16
capítulos que abordam mecânicas ortodônticas contemporâneas, ilustrados com
mais de 3.000 fotografias e grande casuística clinica. Leitura necessária
para o especialista clinico e alunos em processo de formação na área.
Também teremos o imenso prazer de contar com sua presença no curso
Avançado em Ortodontia, da Academia da Ortodontia Contemporânea, em Salvador -
Bahia.
Marlos Loiola - O capitulo que demonstra a
“Versatilidade Biomecânica dos Arcos de Intrusão”, aborda todas as
indicações e aplicações, níveis de força e inclusive a confecção passo a passo
deste poderoso recurso auxiliar da biomecânica ortodontica. Seria este arco um
“coringa” nas difíceis situações da mecânica do arco continuo?
Dr. Marcio Almeida - Perfeita a sua colocação
aqui. O arco de intrusão é um arco coringa. Obrigado pela sugestão do nome,
Marlos. Na verdade eu já estava precisando de um nome para este arco. Este é um
arco que eu utilizo em aproximadamente 70% de todos os meus pacientes, em
várias fases durante o tratamento. No início utilizava-o para intruir os
incisivos superiores, mais tarde passei a usa-lo parai intruir os inferiores,
por questões da estética do sorriso.
Atualmente, utilizo o arco de intrusão que na
verdade não se aplica somente para isso, para executar o controle da ancoragem
molar superior, desinclinar plano incisal, fechar mordida aberta, desinclinar
molares, evitar a formação de Classe II durante o alinhamento do arco superior,
distalizar molares superiores, nivelar curva de Spee e finalmente intruir
incisivos. A intrusão de incisivos é um movimento tecnicamente elaborado e deve
ser muito bem planejado, assim, algumas opções de tratamento para estes casos
se faz necessária. De fato, a intrusão dos incisivos deve obedecer a um
protocolo padronizado e muito bem elaborado pelo ortodontista. É interessante
salientar que o profissional que optar pela intrusão dos dentes anteriores deve
previamente analisar a linha do sorriso e a sua relação com os incisivos
superiores.
Por exemplo, um paciente jovem com sobremordida que na fotografia de sorriso expor pouco os incisivos superiores deve-se preferir a intrusão dos dentes inferiores. Por outro lado, para um jovem com sobremordida que apresenta uma linha do sorriso alta (sorriso gengival) com exposição avantajada dos incisivos superiores deve-se preferir a intrusão dos dentes anterossuperiores. para a intrusão dos dentes anteriores recomenda-se o uso de um dinamômetro capaz de registrar forças de baixa magnitude com faixa de leitura entre 25 e 250 gramas Na mecânica de intrusão dos dentes anteriores é de primordial importância utilizar forças de baixa magnitude e de longa duração. A força de baixa magnitude permite intruir os incisivos de modo que não ocorra reabsorção radicular extensa. Os ortodontistas, em geral, denotam receio quando se fala em movimento de intrusão, pois certamente, se mal controlado, é um movimento que se direciona contrariamente ao alvéolo, podendo causar reabsorção no ápice.
A utilização do
arco de intrusão vem crescendo para a correção da Classe II dentoalveolar, tão
comum por problemas de perdas de dentes decíduos e conseqüentes mesializações
dos dentes permanentes. Nestes casos objetiva-se a distalização dos primeiros
molares superiores, principalmente nos casos em que os segundos molares
superiores não estão irrompidos.
Na Biomecânica moderna opta-se por utilizar o arco de intrusão durante a retração dos caninos até encostá-los em pré-molares,
minimizando a perda de ancoragem dos molares e a extrusão dos incisivos
superiores. Nestas condições o arco de intrusão deve ser amarrado sobre um arco contínuo que geralmente é o fio retangular
.016’’ x .022’’ e o método de retração utilizado pode ser a corrente elástica
ou a mola. Com a mecânica de deslize do canino por meio de molas NiTi ou
corrente elástica, mesmo com a expressão de sua angulação devido ao seu
movimento para distal, não ocorre extrusão dos dentes anteriores com
conseqüente aprofundamento da mordida, devido à utilização em conjunto do arco de intrusão que promove uma força no sentido
oposto sobre
os incisivos, neutralizando o efeito extrusivo nos dentes anteriores, além de evitar a perda de
ancoragem por meio do momento nos molares
superiores.
A literatura é escassa quando da busca pela mecânica de ancoragem
decorrente do uso de arcos de intrusão. Publicamos um trabalho, em 2010, onde
estudamos a capacidade do arco de intrusão em manter a ancoragem, em jovens
portadores da má-oclusão de Classe II, 1ª divisão, tratados com exodontia de
primeiros pré-molares superiores, e retração de caninos realizada com molas de
nitinol, em conjunto com Arco de Intrusão. Telerradiografias laterais foram
tomadas assim que a retração dos caninos estivesse completa. A amostra foi
composta por 38 telerradiografias em norma lateral de 19 jovens, sendo 13 do gênero feminino e 7 do
gênero masculino com idade média inicial de 12 e 37 anos e idade.
Os resultados demonstraram que os molares não se movimentaram significativamente para mesial (perda de ancoragem), durante a retração dos caninos. A perda de ancoragem durante a retração dos caninos variou de 0,5 a 1,5mm. Assim, pode-se verificar que o protocolo de retração dos caninos concomitantemente ao uso do arco de intrusão propiciou um bom controle da ancoragem.
Curso avançado presencial com o Dr. Marcio Almeida:
Venda do livro do Dr. Marcio Almeida:
Link da Clinica do Dr. Marcio Almeida:
Havia usado poucas vezes este protocolo de colocar um sobre fio(arco de intrusão) durante a retracão, depois que comecei a utiliza-lo tive btt êxito em minhas retracões com uma diminuição significante da perda de ancoragem.
ResponderExcluirComecei a faze-lo depois do congresso da SPO (onde adquiri o livro do Prof. Marcio)
Olá,sou um curioso da internet e não tenho dúvida, este é o blog mais pertinente de ortodontia,tras uma variedade de trabalhos e é bem eclético e responsável por dar sempre a origem.Gostei da entrevista do Dr Marcio.
ResponderExcluirE o arco "curinga"? acho que pela leveza de espaço e tempo não foi possível dar mais luzes a este arco citado na entrevista.
Ficou parecendo que este arco foi uma idéia mirabolante que foi desenvovida recetemente e nem nome ele tinha e que só ele (o arco) é que faz o trabalho de intrusão de incisivos.Talvez oportunamente possa este blog iluminar mais este assunto.Ainda lembro em 1995(no Brasil mais precisamente na ABO de Alfenas-MG) quando o professor Ricketts mostrava uma cronologia do desenvolvimento das mecanicas ortodonticas ele então cita o Dr Burstone, que aos poucos abandonava o arco continuo e que estava em pleno desenvolvimento de mecanica inteligente e segmentada.
Caros colegas ortodontista blogueiros sejam perseverantes com este canal e ferramenta precioso rápida e interativa e estimo sucesso no curso que vcs estão promovendo recebo sempre o convite .Parabéns!
Camilo de souza Cruz -Bebedouro -SP
Olá Camilo,
ResponderExcluirFico feliz com seus elogios !!! E principalmente com a sua participação aqui no BLOG !!! Em relação ao arco, na realidade, sabemos que nada mais é que o clássico Arco Base já utilizado e preconizado pelo Dr. Ricketts, com todo um protocolo próprio de utilização.
Mas na realidade o termo "curinga" foi em relação a biomecânica com braquetes auto-ligados, que tem um bom desenvolvimento no plano horizontal, mas com pouco controle vertical. Este arco seria uma boa ferramenta para casos em que este tipo de controle seja necessário.
Abraços !!!