Muito tem se falado sobre o uso de miniplacas para casos de Classe II em pacientes hiperdivergentes. A justificativa sempre é a necessidade de ancoragem esquelética para intrusão posterior e através do giro da mandíbula alcançar uma melhor relação sagital dos arcos e avanço do queixo.
Mas.... Isso já é feito há muito tempo com uso de minimplantes instalados pelo próprio ortodontista. E o melhor de tudo: Seus efeitos estudados por pessoas sérias em universidade séria. Um grande pesquisador sobre o assunto e atualente Professor na Universidade de Houston, Dr. Helder Jacob estará conosco na Academia explicando esse tema e outros mais. Acompanhe essa mini-entrevista e conheça mais sobre ele:
Mas.... Isso já é feito há muito tempo com uso de minimplantes instalados pelo próprio ortodontista. E o melhor de tudo: Seus efeitos estudados por pessoas sérias em universidade séria. Um grande pesquisador sobre o assunto e atualente Professor na Universidade de Houston, Dr. Helder Jacob estará conosco na Academia explicando esse tema e outros mais. Acompanhe essa mini-entrevista e conheça mais sobre ele:
Helder Baldi Jacob
- · Ex-Professor, Departamento de Ortodontia, Texas A&M University Baylor College of Dentistry, Dallas-TX/ EUA
- · Post-Doctoral Fellow, Departamento de Ortodontia, Texas A&M University Baylor College of Dentistry, Dallas-TX/ EUA
- · Ex-professor, Cursos de Especialização em Ortodontia pela GESTOS/Famosp e FAEPO/UNESP, Araraquara-SP, Brasil
- · Mestre e Doutor, Universidade Estadual Paulista-UNESP, Faculdade de Odontologia de Araraquara, Araraquara-SP, Brasil
- · Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial, EAP/APCD-Araraquara, Araraquara-SP, Brasil
- · Graduação, Universidade Estadual Paulista-UNESP, Faculdade de Odontologia de Araraquara, Araraquara-SP, Brasil
- · Revisor científico, Angle Orthodontist e European Journal of Orthodontics
Gentilmente, atendendo nossa solicitação, o professor Helder Jacob respondeu algumas perguntas propostas e esperamos que gostem. Se tiverem mais alguma dúvida ou se quiserem sugerir algo deixe seu comentário aqui no Blog ou em qualquer rede social (Ortodontia Contemporanea).
(Wendel Shibasaki) - Muito se
fala sobre a má-formação do ortodontista Brasileiro, mas como em todas
generalizações, atribuimos rótulos injustamente àqueles que sempre buscam o
melhor. Diante da solidez da sua formação ortodôntica no Brasil e como
professor numa das mais expressivas universidades americanas, como você avalia
sua formação comparativamente a dos americanos, hoje?
(Prof. Helder Jacob) - Olá amigos da Ortodontia Contemporânea,
é um prazer poder compartilhar um pouco da nossa especialidade. Obrigado aos
amigos Wendel e Marlos pela oportunidade de falar um pouco de ortodontia aqui
com vocês. Frequentemente me deparo com a questão da formação entre a
ortodontia brasileira e a norte-americana e, de certa forma, como avalio a
minha formação. Basicamente, os cursos de especialização no Brasil tem uma
carga horária muito inferior aos norte-americanos (duas mil horas e tres mil e
setecentas horas, respectivamente). Portanto, se eu tivesse apenas a
especialização eu diria que, não importasse o meu esforco como aluno, eu
estaria em desvantagem, situação a qual mudou para mim a alguns anos. Para o
ortodontista clínico brasileiro eu gostaria de dizer que a baixa carga horária
pode ser compensada com cursos de atualização, grupos de estudos com reuniões frequentes
e leituras de artigos científicos. Deixe um tempo em sua agenda para estudos
pois isso fará muita diferença na sua formação ao longo da carreira.
(Wendel Shibasaki) - A classe II
de Angle aglutina uma grande variedade de problemas distintos e que devem ser
tratados de formas igualmente distintas para se obter um bom resultado. Na sua
opinião, quais os maiores desafios da classe II?
(Prof. Helder Jacob) - Na minha opinião o maior desafio é o
correto diagnóstico e saber as limitações das abordagens. Saber diagnosticar as
diferentes causas da Classe II e, então, fazer o correto plano de tratamento
torna a correção mais fácil e eficiente. Dependendo da abordagem, o
ortodontista precissa entender que há limitações estéticas e funcionais além de
possíveis efeitos indesejáveis de algumas mecânicas ortodônticas/ortopédicas. Por
exemplo, acredito que os aparelhos funcionais são apropriados para pacientes
Classe II hipodivergentes mas em pacientes hiperdivergentes o ortodontista deve
considerar as vantagens da ancoragem esquelética para promover a rotação
anterior da mandíbula. O paciente Classe II vertical com retrusão mandibular,
sem dúvida, é o que apresenta um dos maiores desafios para o ortodontista.
(Wendel Shibasaki) - O crescimento craniofacial tem sido
estudado há muitos anos. Vários autores descreveram o crescimento de forma que
toda a face ocupa uma posição mais anteriorizada e inferiorizada de acordo com
uma proporção que varia segundo o tipo facial. Qual a visão do crescimento
facial nos dias atuais e qual a importância da rotação da mandíbula nesse
contexto?
(Prof. Helder Jacob) - Por muitos anos os ortodontistas
foram ensinados que a face inferior desloca-se para baixo e para frente, em
especial a mandíbula. Erroneamente os profissionais mantiveram seu foco no
crescimento condilar por considerá-lo o principal fator determinante na projeção
do queixo. Nos últimos anos, trabalhando com o Dr. Buschang, tenho tentado
mostrar aos ortodontistas a importância de promover a rotação mandibular
verdadeira em casos de retrusão mandibular. Compreendendo a rotação mandibular
e saber como controlá-la significa uma possibilidade de potencializar o tratamento
ortodôntico; uma das melhores maneiras
de se otimizar o resultado é ter a habilidade para controlar os efeitos
advindos do crescimento. Entender como, quando e porque certas alterações
ocorrem, devido ao crescimento, possibilita a elaboração de um melhor plano de
tratamento e o processo de crescimento e as compensações dentárias a ele
relacionadas pode aumentar a eficiência do tratamento.
(Wendel Shibasaki) - Aguardamos
ansiosamente sua aula na Academia da Ortodontia contemporânea em março de 2016.
Pode nos adiantar o que pretende trazer para os Ortodontistas Brasileiros?
O que quero mostrar aos
ortodontistas brasileiros que estarão presentes na Ortodontia Contemporânea é
como promover ortopedia através da ortodontia. Falarei da importância de
conhecer o crescimento e desenvolvimento craniofacial e como é possivel tratar
pacientes hiperdivergentes (com ou sem mordida aberta) de forma eficaz e
eficiente com o uso de miniparafusos, através da rotação anterior da mandíbula.
O especialista que comparecer vai, também, poder entender como os miniparafusos
podem ser úteis no tratamento das diferentes formas de Classe II. Sem dúvida a
tecnologia de novos materiais associada a novas técnicas ajuda muito o
ortodontista atual mas não podemos esquecer do básico: crescimento e
desenvolvimento craniofacial e biomecânica.
(Wendel Shibasaki) - Suas
considerações finais
(Prof. Helder Jacob) - Estou ansioso para poder encontrá-los
em Salvador, mais uma vez, e podermos conversar sobre ortodontia. Ao
longo dos últimos anos tenho desenvolvido alguns projetos na área de
crescimento craniofacial e tratamentos relacionados a má-oclusão de Classe II
com especial atenção a pacientes com excessivo crescimento vertical. Será uma
oportunidade incrível de compartilhar um pouco do meu trabalho e mostrar uma
abordagem diferente que pode resolver grande parte dos problemas de pacientes
hiperdivergentes Classe II. Estarei mostrando uma variedade de casos casos clínicos,
muita evidência científica e resultados consistentes. Espero encontrá-los em
breve. Um abraço.
Ficamos muito felizes em poder receber o Prof. Dr. Helder Jacob por 8 horas na Academia da Ortodontia Contemporânea Turma 2017. Seria muito legal se você, ortodontista leitor desse Blog, pudesse estar conosco nesta turma (inscreva-se aqui).
Agradecemos a gentileza do Prof. Dr. Helder por aceitar ocupar-se para escrever essas linhas para os Ortodontistas Brasileiros. Grande abraço e até março/2017!
Muito Bom, Dr. Helder é um grande amigo e é lindo de ver sua meteórica carreira científica!
ResponderExcluirOi, Cassio! Tudo bem por ai? Espero que sim. Pensei que iria encontra-lo em Floripa no congresso da ABOR. Um grande abraco. Helder
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