ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: Prof. Helder Jacob da universidade de Houston-TX-EUA. Será que tem polêmica?

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Prof. Helder Jacob da universidade de Houston-TX-EUA. Será que tem polêmica?

Muito tem se falado sobre o uso de miniplacas para casos de Classe II em pacientes hiperdivergentes. A justificativa sempre é a necessidade de ancoragem esquelética para intrusão posterior e através do giro da mandíbula alcançar uma melhor relação sagital dos arcos e avanço do queixo.

Mas.... Isso já é feito há muito tempo com uso de minimplantes instalados pelo próprio ortodontista. E o melhor de tudo: Seus efeitos estudados por pessoas sérias em universidade séria. Um grande pesquisador sobre o assunto e atualente Professor na Universidade de Houston, Dr. Helder Jacob estará conosco na Academia explicando esse tema e outros mais. Acompanhe essa mini-entrevista e conheça mais sobre ele: 
     
     
  

Helder Baldi Jacob
  • ·      Ex-Professor, Departamento de Ortodontia, Texas A&M University Baylor College of Dentistry, Dallas-TX/ EUA
  • ·      Post-Doctoral Fellow, Departamento de Ortodontia, Texas A&M University Baylor College of Dentistry, Dallas-TX/ EUA
  • ·      Ex-professor,  Cursos de Especialização em Ortodontia pela GESTOS/Famosp e FAEPO/UNESP, Araraquara-SP, Brasil
  • ·      Mestre e Doutor, Universidade Estadual Paulista-UNESP, Faculdade de Odontologia de Araraquara, Araraquara-SP, Brasil
  • ·      Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial, EAP/APCD-Araraquara, Araraquara-SP, Brasil
  • ·      Graduação, Universidade Estadual Paulista-UNESP, Faculdade de Odontologia de Araraquara, Araraquara-SP, Brasil
  • ·      Revisor científico, Angle Orthodontist e European Journal of Orthodontics


      Gentilmente, atendendo nossa solicitação, o professor Helder Jacob respondeu algumas perguntas propostas e esperamos que gostem. Se tiverem mais alguma dúvida ou se quiserem sugerir algo deixe seu comentário aqui no Blog ou em qualquer rede social (Ortodontia Contemporanea).


(Wendel Shibasaki) - Muito se fala sobre a má-formação do ortodontista Brasileiro, mas como em todas generalizações, atribuimos rótulos injustamente àqueles que sempre buscam o melhor. Diante da solidez da sua formação ortodôntica no Brasil e como professor numa das mais expressivas universidades americanas, como você avalia sua formação comparativamente a dos americanos, hoje?

            (Prof. Helder Jacob) - Olá amigos da Ortodontia Contemporânea, é um prazer poder compartilhar um pouco da nossa especialidade. Obrigado aos amigos Wendel e Marlos pela oportunidade de falar um pouco de ortodontia aqui com vocês. Frequentemente me deparo com a questão da formação entre a ortodontia brasileira e a norte-americana e, de certa forma, como avalio a minha formação. Basicamente, os cursos de especialização no Brasil tem uma carga horária muito inferior aos norte-americanos (duas mil horas e tres mil e setecentas horas, respectivamente). Portanto, se eu tivesse apenas a especialização eu diria que, não importasse o meu esforco como aluno, eu estaria em desvantagem, situação a qual mudou para mim a alguns anos. Para o ortodontista clínico brasileiro eu gostaria de dizer que a baixa carga horária pode ser compensada com cursos de atualização, grupos de estudos com reuniões frequentes e leituras de artigos científicos. Deixe um tempo em sua agenda para estudos pois isso fará muita diferença na sua formação ao longo da carreira.

(Wendel Shibasaki) - A classe II de Angle aglutina uma grande variedade de problemas distintos e que devem ser tratados de formas igualmente distintas para se obter um bom resultado. Na sua opinião, quais os maiores desafios da classe II?
        
     (Prof. Helder Jacob) - Na minha opinião o maior desafio é o correto diagnóstico e saber as limitações das abordagens. Saber diagnosticar as diferentes causas da Classe II e, então, fazer o correto plano de tratamento torna a correção mais fácil e eficiente. Dependendo da abordagem, o ortodontista precissa entender que há limitações estéticas e funcionais além de possíveis efeitos indesejáveis de algumas mecânicas ortodônticas/ortopédicas. Por exemplo, acredito que os aparelhos funcionais são apropriados para pacientes Classe II hipodivergentes mas em pacientes hiperdivergentes o ortodontista deve considerar as vantagens da ancoragem esquelética para promover a rotação anterior da mandíbula. O paciente Classe II vertical com retrusão mandibular, sem dúvida, é o que apresenta um dos maiores desafios para o ortodontista.

(Wendel Shibasaki) - O crescimento craniofacial tem sido estudado há muitos anos. Vários autores descreveram o crescimento de forma que toda a face ocupa uma posição mais anteriorizada e inferiorizada de acordo com uma proporção que varia segundo o tipo facial. Qual a visão do crescimento facial nos dias atuais e qual a importância da rotação da mandíbula nesse contexto?
            
         (Prof. Helder Jacob) - Por muitos anos os ortodontistas foram ensinados que a face inferior desloca-se para baixo e para frente, em especial a mandíbula. Erroneamente os profissionais mantiveram seu foco no crescimento condilar por considerá-lo o principal fator determinante na projeção do queixo. Nos últimos anos, trabalhando com o Dr. Buschang, tenho tentado mostrar aos ortodontistas a importância de promover a rotação mandibular verdadeira em casos de retrusão mandibular. Compreendendo a rotação mandibular e saber como controlá-la significa uma possibilidade de potencializar o tratamento ortodôntico;  uma das melhores maneiras de se otimizar o resultado é ter a habilidade para controlar os efeitos advindos do crescimento. Entender como, quando e porque certas alterações ocorrem, devido ao crescimento, possibilita a elaboração de um melhor plano de tratamento e o processo de crescimento e as compensações dentárias a ele relacionadas pode aumentar a eficiência do tratamento.

(Wendel Shibasaki) - Aguardamos ansiosamente sua aula na Academia da Ortodontia contemporânea em março de 2016. Pode nos adiantar o que pretende trazer para os Ortodontistas Brasileiros?

            O que quero mostrar aos ortodontistas brasileiros que estarão presentes na Ortodontia Contemporânea é como promover ortopedia através da ortodontia. Falarei da importância de conhecer o crescimento e desenvolvimento craniofacial e como é possivel tratar pacientes hiperdivergentes (com ou sem mordida aberta) de forma eficaz e eficiente com o uso de miniparafusos, através da rotação anterior da mandíbula. O especialista que comparecer vai, também, poder entender como os miniparafusos podem ser úteis no tratamento das diferentes formas de Classe II. Sem dúvida a tecnologia de novos materiais associada a novas técnicas ajuda muito o ortodontista atual mas não podemos esquecer do básico: crescimento e desenvolvimento craniofacial e biomecânica.

(Wendel Shibasaki) - Suas considerações finais

           (Prof. Helder Jacob) - Estou ansioso para poder encontrá-los em Salvador, mais uma vez,  e podermos conversar sobre ortodontia. Ao longo dos últimos anos tenho desenvolvido alguns projetos na área de crescimento craniofacial e tratamentos relacionados a má-oclusão de Classe II com especial atenção a pacientes com excessivo crescimento vertical. Será uma oportunidade incrível de compartilhar um pouco do meu trabalho e mostrar uma abordagem diferente que pode resolver grande parte dos problemas de pacientes hiperdivergentes Classe II. Estarei mostrando uma variedade de casos casos clínicos, muita evidência científica e resultados consistentes. Espero encontrá-los em breve. Um abraço.

   Ficamos muito felizes em poder receber o Prof. Dr. Helder Jacob por 8 horas na Academia da Ortodontia Contemporânea Turma 2017. Seria muito legal se você, ortodontista leitor desse Blog, pudesse estar conosco nesta turma (inscreva-se aqui).

Agradecemos a gentileza do Prof. Dr. Helder por aceitar ocupar-se para escrever essas linhas para os Ortodontistas Brasileiros. Grande abraço e até março/2017!

2 comentários:

  1. Muito Bom, Dr. Helder é um grande amigo e é lindo de ver sua meteórica carreira científica!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Cassio! Tudo bem por ai? Espero que sim. Pensei que iria encontra-lo em Floripa no congresso da ABOR. Um grande abraco. Helder

      Excluir

Participe !