ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: Sliding Jig: confecção e mecanismo de ação

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Sliding Jig: confecção e mecanismo de ação






Neste artigo de 2004, pela Revista Dental Press, pelas(os) autores(as) Adriana Simoni Lucato, Eloísa Marcantônio Boeck, Silvia Amelia Scudeler Vedovello, João Sarmento Pereira Neto, Maria Beatriz Borges de Araújo Mangnani; do Departamento de Odontologia Infantil da FOP-UNICAMP - Sao Paulo. Apresentam o método de confecção e o mecanismo de ação de um dispositivo ortodôntico auxiliar na movimentação dentária conhecido como Sliding Jig. Hoje muito utilizado em associação com os mini implantes como meio de distalização de molares.

A má oclusão de Classe II foi descrita por Angle, no início do século XX, como sendo uma displasia ântero-posterior caracterizada pelo menor desenvolvimento mandibular em relação à maxila. Segundo McNamara Jr. a má oclusão de Classe II não representa uma entidade clínica única, e sim o resultado de combinações de componentes dentários e esqueléticos.

A correção da Classe II tem despertado grande interesse de parte dos ortodontistas, principalmente no que tange a utilização de aparelhos removíveis. A partir de Oppenheim (1936), que obteve sucesso ao corrigir a Classe II divisão 1 com o uso da ancoragem extrabucal, vários profissionais se empenharam em desenvolver novos aparelhos e novas técnicas para a correção da Classe II, demonstrando os efeitos dentários e ortopédicos que poderiam ser obtidos por meio destes aparelhos.

A correção da Classe II pode ser realizada, também, por sistemas de forças como a utilização de fios, cursores e elásticos, no intuito de produzir a distalização dos molares para que ocorra o correto engrenamento em Classe I. Em casos que não se indica a extração de prémolares, a distalização dos molares por meio de dispositivos auxiliares é tida como meta do tratamento.

Várias técnicas e aparelhos auxiliares têm sido desenvolvidos com o intuito de se corrigir a Classe II, seja ela esquelética, dentária ou uma combinação entre ambas. Porém, quando nos referimos ao uso de aparelhos extrabucais, entre eles, Kloehn, utilizado para movimentar dentes individualmente ou em grupo, nota-se rejeição de parte da maioria dos pacientes. Pesquisas recentes têm incentivado a busca de meios, através de aparelhos fixos inter ou intramaxilares, para a correção da má oclusão, sem depender da colaboração do paciente.

Dentre as variações de aparelhos fixos interarcos encontram-se o Herbst, Jasper Jampers, Aparelho de Protração Mandibular, Eureka Spring que produzem efeitos ortodônticos e ortopédicos. Há também, neste grupo aparelhos que requerem pequena colaboração dos pacientes, tais como os elásticos com cursores e o arco de Wilson. Ainda na tentativa de distalizar molares, porém com força e ancoragem intra-arco encontram-se o Jones Jig, o aparelho de Nance Modificado com molas superelásticas, Barra Transpalatina, Magnetos Repelentes e o Pendulum, sendo que estes dependem menos ainda da cooperação dos pacientes.

É dada preferência, portanto, à utilização de aparelhos intrabucais para correção das más oclusões, desde que com eficácia, segurança e menor desconforto ao paciente venha solucionar a má oclusão. Assim, demonstraremos a confecção e o mecanismo de ação de um dispositivo intrabucal, interarcos, conhecido como Sliding Jig que promove a distalização de dentes corrigindo a Classe II.

O uso do cursor deslizante associado a elásticos de Classe II foi descrito por Tweed com a finalidade de distalizar os dentes superiores, mantendo um preparo prévio de ancoragem inferior.

A mecânica de Sliding Jig faz uso de um cursor deslizante tracionado por um elástico intermaxilar sobre o fio de nivelamento que deve ser um fio de calibre .020”ou até mesmo um fio retangular que não ofereça atrito para o deslize. Este dispositivo pode ser utilizado como método auxiliar para distalização de dentes (molares, pré-molares e caninos) ou como ancoragem, e que pode ser aplicado em qualquer técnica ortodôntica. Podemos considerar que o elástico intermaxilar parte de um arco de estabilidade inferior ou superior, Classe II e Classe III respectivamente e são colocados no gancho dos cursores.

Ao se utilizar a mecânica de distalização com apoio de elásticos intermaxilares, deve-se ter em mente que os elásticos de Classe II e Classe III podem apresentar efeitos indesejáveis, como a componente de força vertical sobre o dente de apoio do elástico podendo causar extrusão e ou giro do mesmo e, uma componente mesial que tende a mesializar os dentes anteriores, resultando em inclinação vestibular dos incisivos superiores ou inferiores. Portanto, torna-se necessário o conhecimento de manobras ortodônticas que possam atuar minimizando ou neutralizando os efeitos colaterais decorrentes do uso de elásticos intermaxilares.

CONCLUSÃO

1) O dispositivo Sliding Jig é de fácil confecção e baixo custo, principalmente por dispensar a fase laboratorial.

2) A mecânica com Sliding Jig é simples e eficiente e pode ser usada para movimentar molares e também outros dentes, uni ou bilateralmente.

3) Durante a mecânica com Sliding Jig são necessárias manobras que visam eliminar os efeitos colaterais decorrentes do uso de elástico intermaxilar.

4) A mecânica de Sliding Jig requer colaboração do paciente.

5) O Sliding Jig é bem aceito pelo paciente por ser um dispositivo intrabucal.


Link do artigo na integra via Dental Press:

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