ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: Medidas lineares dos estágios de desenvolvimento da dentição permanente humana usando Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico: um estudo preliminar

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Medidas lineares dos estágios de desenvolvimento da dentição permanente humana usando Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico: um estudo preliminar











Neste artigo de 2010, publicado no Dental Press Journal Orthodontics, pelos autores Carlos Estrela, José Valladares Neto, Mike Reis Bueno, Orlando Aguirre Guedes, Olavo Cesar Lyra Porto, Jesus Djalma Pécora; da Universidade Federal de Goiás; Universidade de Cuiabá e da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto - São Paulo. Determina as medidas lineares dos estágios de desenvolvimento da dentição permanente humana, usando tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC).


O conhecimento dos estágios de desenvolvimento da dentição permanente é essencial para um excelente manejo clínico em diversas especialidades odontológicas, uma vez que influencia no diagnóstico, planejamento e resultado do tratamento.


Vários estudos avaliaram a mineralização e o desenvolvimento de dentes permanentes a partir de diferentes metodologias. Imagens radiográficas, apesar de corresponderem a um aspecto bidimensional de uma estrutura tridimensional, constituem o recurso mais utilizado para se determinar a mineralização e o estágio de desenvolvimento da dentição humana. Um estudo clássico de Nolla avaliou, empregando radiografias bucais, os estágios de desenvolvimento dos dentes permanentes humanos. De acordo com o desenvolvimento, os diferentes estágios foram graduados numa escala de 0 a 10.


Os avanços tecnológicos oferecem modalidades de imagem que têm contribuído expressivamente com a radiologia odontológica, a partir de ferramentas auxiliares de diagnóstico, como: radiografia digital, métodos densitométricos, tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), ressonância magnética, ultrassonografia e técnicas nucleares. Essas imagens detalhadas apresentam alta resolução das estruturas bucais e permitem a detecção precoce de alterações nas estruturas maxilofaciais.


Desde a introdução da tomografia computadorizada, tem sido observado que a sua aplicação clínica permitiu significativa revolução na área da saúde. Recentemente, várias áreas de pesquisa e clínica da Odontologia têm se beneficiado com o uso da TCFC, que possibilitou a visualização de imagens tridimensionais, além do possível manejo adicional por estratégias de navegação. Seu potencial para aplicação clínica e a sua acurácia, comparados com os da radiografia periapical, contribuem no planejamento do tratamento, diagnóstico, terapêutica e prognóstico de diferentes doenças.


Este estudo foi desenvolvido, entre maio de 2007 e maio de 2010, a partir de bancos de dados de clínicas radiológicas odontológicas privadas (CIRO, Goiânia/GO, Brasil; RIO, Brasília/ DF, Brasil; CROIF, Cuiabá/MT, Brasil), envolvendo 18 pacientes (n = 238 dentes), sendo 13 do sexo masculino e 5 do sexo feminino, com idades entre 3 e 20 anos. Os pacientes foram encaminhados para o serviço de radiologia por diferentes razões de diagnóstico. A amostra envolvida não apresentava dentes com história de cárie dentária, tratamento ortodôntico ou distúrbio de desenvolvimento dentário.


O método para estudar o desenvolvimento de dentes permanentes com TCFC baseou-se na delimitação e mensuração das distâncias entre pontos anatômicos correspondentes ao desenvolvimento das coroas e raízes dentárias. Todas as medidas nas imagens foram realizadas por dois especialistas em radiologia odontológica, utilizando a ferramenta de medição do próprio programa do tomógrafo. Foi utilizada uma função específica do programa do i-CAT, que oferece valores em milímetros para delimitar as medidas das imagens dos dentes. As mensurações foram efetuadas nos planos sagital e coronal (o referencial utilizado foi a maior extensão de medida, valendo-se da estratégia de navegação do sistema).

A possibilidade de se obter informações das estruturas anatômicas in vivo, com o manejo de navegação na imagem, sinalizou o grande potencial e a conquista do diagnóstico em todos os campos da Odontologia. Liu et al. determinaram a precisão da análise volumétrica dos dentes in vivo utilizando a TCFC. O volume de 24 dentes pré-molares extraídos foi determinado. As medições dos volumes desviaram ligeiramente entre -4% e 7%. Operações de suavização reduzem as medições de volume. Atualmente, nenhuma exigência quanto à precisão das determinações do volume de dente foi estabelecida. Baumgaertel et al. investigaram a confiabilidade e a precisão das mensurações realizadas em reconstruções dentárias com TCFC. Trinta crânios humanos foram escaneados e reconstruções tridimensionais das dentições foram obtidas. Dez mensurações (overbite, overjet, largura intermolares e intercaninos superiores e inferiores, comprimento dos arcos disponíveis, e comprimento do arco requerido) foram realizadas diretamente sobre os crânios por um paquímetro com precisão digital e sobre as reconstruções digitais. As medições dentárias dos volumes por meio da TCFC podem ser utilizadas para análise quantitativa. Um pequeno erro sistemático foi encontrado, o qual tornou-se estatisticamente significativo apenas quando se combinou várias medições. Um ajuste para esse erro permitiu melhorar a precisão.


CONCLUSÕES


Dentro das limitações desse estudo preliminar, conclui-se que as imagens de TCFC dos diferentes estágios de desenvolvimento podem contribuir com diagnóstico, planejamento e resultados dos tratamentos. As dimensões das coroas e raízes dentárias podem ter uma importante aplicabilidade clínica e de pesquisa. Entretanto, novos estudos são recomendados a fim de minimizar as variáveis metodológicas.



Link do artigo na integra via Scielo:


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