ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: PARTICIPAÇÃO DA PERIODONTIA NO TRATAMENTO ORTODÔNTICO

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

PARTICIPAÇÃO DA PERIODONTIA NO TRATAMENTO ORTODÔNTICO




Neste artigo de 2000, publicado pela Revista da SOBRAPE, pelos autores Marcelo Diniz CARVALHO, Getúlio da R. NOGUEIRA Filho, Viniciua A. TRAMONTINA, Maura S. MILCZEWSKI, Francisco Humberto NOCITI Jr., Antonio Wilson SALLUM; do Departamento de periodontia da faculdade de odontologia de Piracicaba, UNICAMP, Piracicaba, São Paulo. Buscou avaliar a inter-relação entre as áreas da Periodontia e Ortodontia, através de um questionário visando a abordagem (1) do programa de higiene bucal utilizado pelos ortodontistas aos seus pacientes e (2) a participação do periodontista antes, durante e após o tratamento ortodôntico.


A relação causa-efeito entre o biofilme dental e a doença periodontal foi demonstrada na literatura (Löe et al., 1965; Axelsson & Lindhe, 1974), indicando que o acúmulo deste biofilme supra e subgengivalmente levaria a alterações clínicas e inflamatórias nos tecidos periodontais. No entanto, se o acúmulo de biofilme dental for eliminado, ou pelo menos controlado, as doenças periodontais poderiam ser prevenidas e tratadas (Axelsson & Lindhe, 1978).


A saúde periodontal de pacientes jovens sob tratamento ortodôntico tem sido foco de atenção de ortodontistas e perio-dontistas por muitas, 1972; Nixon, 1977; Tersin, 1975, 1976; Yeung et al.,1989; Wolffe et al. , 1991) e mais recente em pacientes adultos (Ong et al., 1998). Alguns autores relatam o aumento gengival e da inflamação da gengiva marginal após a instalação de bandas ortodônticas (Baer & Coccaro, 1964; Zachrisson & Zachrisson, 1972; Kloehn & Pfeifer, 1974; Alexander, 1991; Boyd & Baumrind, 1992), o que poderia aumentar o risco de futura perda de inserção periodontal. Na realidade, os aparatos ortodônticos (brackets, bandas metálicas, elásticos e arcos) atuam como fatores locais de retenção de biofilme dental, o que aumenta em até três vezes o número de microorganismos periodontopatogênicos, como a Prevotella intermedia (Damanti-Kipioti et al.,1987; Huser et al., 1990). No entanto, estudos clínicos têm demonstrado que o controle adequado do biofilme dental utilizando-se a escovação dental instaurada num programa de higiene bucal durante a terapia ortodôntica, diminui a ocorrência de inflamação gengival, perda óssea e cárie dental (Zachrisson & Zachrisson, 1972; Zachrisson, 1974).

Tendo em vista que o efetivo controle da placa dental determina o sucesso a longo prazo do tratamento ortodôntico, o presente estudo observou, através das respostas do questionário, a preocupação por parte dos entrevistados com a saúde periodontal do paciente ortodôntico, fato este que está de acordo com a literatura mais atual (Ong et al., 1998). Diante do observado, notou-se que há certa consciência de prevenção periodontal por parte de ambos os grupos.


Ainda com relação ao programa de higiene bucal foi observado que ambos os grupos entrevistados recomendam as escovas convencionais como método de escolha para higiene bucal, sendo também indicadas as escovas unitufo e interdental como método principal de H.B. (Schwaninger & Vickers-Schwaninge, 1979). Porém, não existe comprovação científica da maior eficácia de qualquer uma delas quando utilizadas para a limpeza de aparelhos ortodônticos. Porém, a adição de acessórios interdentais implementam a escovação dental, visto que tais acessórios facilitam a higiene das regiões de difícil acesso (AXELSSON & LINDHE, 1978).


Concluiu-se que a maioria dos entrevistados tem um programa de higiene bucal e que a participação do periodontista é mais solicitada anteriormente ao tratamento ortodôntico, mesmo quando o ortodontista possui um programa de higiene bucal para os seus pacientes. Logo, a inter-relação entre a Periodontia e o tratamento ortodôntico parece ser importante na manutenção da saúde periodontal.




Link do artigo na integra via Revista da SOBRAPE:


Um comentário:

  1. Professor Renato Pimentel no curso de especialização disse uma vez: "só existem dois tipos de pacientes, o bom, e o ruim", frisando que o mais difícil é a motivação para cooperar com as orientações de higiene.

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