ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: Assimentria facial em indivíduos com mordida cruzada posterior por meio de fotografias

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Assimentria facial em indivíduos com mordida cruzada posterior por meio de fotografias


Neste artigo de 2010, publicado pela Revista Gaúcha de Odontologia, pelos autores Jaqueline SCHIAVINATO; Silvia Amélia Scudeler VEDOVELLO; Heloísa VALDRIGUI; Mário VEDOVELLO FILHO; Adriana Simoni LUCATO; do Centro Universitário Hermínio Ometto - Uniararas, Faculdade de Odontologia - Araras, São Paulo. Analisa a assimetria facial em indivíduos com mordida cruzada posterior, por meio de fotografias frontais e comparar os ângulos dos olhos e da boca com o plano mediano da face, verificando se estes ângulos são influenciados pela assimetria.

Os dentes podem constituir um local primário na etiologia da deformidade dento-facial de diversas formas. Exageradas variações de tamanho, forma, número ou posição dos dentes podem provocar maloclusão.

Frequentemente esquecida é a possibilidade das más posições dos dentes induzirem às malfunções e, indiretamente, por meio destas, alterarem o crescimento dos ossos. Um dos problemas mais constantes ocorre em casos de dentes que são muito grandes para os arcos nos quais se encontram, ou arcos muito pequenos para os dentes que sustentam.

A maloclusão de maior frequência é a mordida cruzada posterior e está situada entre 8% e 23,5%. Ocorrem mais nas unilaterais funcionais do que bilaterais. Estes números são similares tanto na dentição decídua, quanto na mista ou permanente. Mordida cruzada é o termo usado para indicar uma relação bucolingual (labiolingual) anormal dos dentes. A mordida cruzada mais comum é aquela vista quando as cúspides bucais de alguns dos dentes maxilares posteriores ocluem lingualmente com as cúspides bucais dos dentes inferiores. Essas alterações dentárias intra-bucais podem de alguma forma interferir na formação óssea, posteriormente podendo afetar a formação facial, quando não interceptada precocemente. Na maioria dos casos ela atinge a dentição decídua, sendo desejável que se faça tratamento precoce, pois dependendo do fator etiológico envolvido torna-se difícil a auto-correção.

Quanto à etiologia, há diferentes fatores prováveis causadores da maloclusão, tais como a respiração bucal, hábitos bucais deletérios, perda precoce ou retenção prolongada de dentes decíduos, migração de germes do dente permanente, interferências oclusais, anomalias ósseas congênitas, falta de espaço nos arcos (discrepância entre o tamanho do dente e o tamanho do arco), fissuras palatinas e hábitos posturais incorretos.

A análise fotográfica é a mais barata e não expõe o indivíduo a um potencial de radiação nociva. Ela permite uma avaliação de baixo custo e uma avaliação da harmonia de relações externas das estruturas craniofaciais, incluindo a contribuição dos músculos e tecidos adiposos.

A mordida cruzada posterior deve ser diagnosticada precocemente devido a uma série de fatores que podem influenciar no equilíbrio muscular bilateral, na posição fisiológica da mandíbula, na posição dentária com o objetivo que todas as estruturas da face estejam em harmonia ou simétricas para seu desenvolvimento. Para que isto ocorra, é necessário um bom exame clínico para detecção da maloclusão, um plano de tratamento criterioso, modelos de estudo, análises cefalométricas, análise fotográfica que permite avaliar tecidos moles, ou seja, todos os meios possíveis para que se complete o diagnóstico favorecendo o prognóstico.

Os indivíduos que possuem uma face harmônica possuem também uma assimetria na face, mas que não interfere na agradabilidade da face. No presente trabalho não houve diferença no ângulo dos olhos analisado bilateralmente em cada paciente, podendo sugerir que a presença de mordida cruzada funcional não interfere neste padrão de simetria.

Quando se instala uma mordida cruzada posterior unilateral, um lado fica mais desenvolvido, ocorre remodelação ramo mandibular, côndilo e fossa que são fatores responsáveis pelo desenvolvimento anormal da face quando em desenvolvimento. Porém, esta assimetria se localizou no terço inferior da face, como mostra a diferença do ângulo da boca mostrado em nossos resultados.

CONCLUSÃO

O desvio funcional da mandíbula não promoveu alterações significativas na análise da face e dos ângulos referentes à distância do ângulo dos olhos e da boca.


Link do artigo na integra via RGO:

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