ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: Influência da largura do septo inter-radicular sobre a estabilidade dos mini-implantes

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Influência da largura do septo inter-radicular sobre a estabilidade dos mini-implantes



Neste artigo de 2011, publicado pelo Dental Press Journal Orthodontics, pelos autores Mariana Pracucio Gigliotti, Guilherme Janson, Sérgio Estelita Cavalcante Barros, Kelly Chiqueto, Marcos Roberto de Freitas; do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP - São Paulo. Avalia a influência da largura do septo interradicular no local de inserção de mini-implantes autoperfurantes sobre o grau de estabilidade desses dispositivos de ancoragem.

A utilização de mini-implantes como recurso de ancoragem vem se tornado rotina na prática ortodôntica, devido à sua alta previsibilidade e benefícios comprovados cientificamente. A proporção de sucesso desses dispositivos varia de 70 a 95%.


De acordo com a literatura, tem sido considerado que o local e ângulo de inserção, a espessura da cortical e qualidade do tecido ósseo, a presença de gengiva inserida, as características do mini-implante, o grau de estabilidade primária e a intensidade de carga, a higienização e o grau de inflamação dos tecidos peri-implantares constituem fatores associados à estabilidade dos mini-implantes. Além disso, alguns estudos mais recentes têm considerado a proximidade e o contato do mini-implante à raiz dentária como fatores de risco relevantes para o insucesso desse sistema de ancoragem. Entretanto, resultados contraditórios com relação ao grau de influência desses diversos fatores sobre a proporção de sucesso dos mini-implantes são constantemente observados na literatura, devido à heterogeneidade das amostras e à grande quantidade de variáveis estudadas.


Sabe-se que os mini-implantes autoperfurantes representam a mais recente evolução desses dispositivos de ancoragem ortodôntica. O procedimento cirúrgico foi simplificado, visto que dispensa a utilização de motores e brocas cirúrgicas e, consequentemente, apresenta redução da necrose óssea superficial, causada pelo aquecimento da broca cirúrgica durante a perfuração do tecido ósseo. Além disso, estudos têm demonstrado uma maior área de contato entre a superfície dos mini-implantes e o tecido ósseo, favorecendo a sua estabilidade.


Deve-se, ainda, considerar que o risco cirúrgico de causar lesões nas raízes dentárias adjacentes ao mini-implante foi significativamente reduzido com essa evolução do sistema de ancoragem, sobretudo quando guias cirúrgicos de orientação tridimensional são utilizados. Embora a diminuição dos riscos inerentes ao procedimento de inserção favoreça a colocação desses mini-implantes em áreas de dimensões críticas, poucos estudos têm avaliado se mini-implantes inseridos muito próximo ao ligamento periodontal podem apresentar sua estabilidade comprometida.


CONCLUSÕES


Com base nos resultados obtidos para a amostra estudada, e de acordo com a metodologia aplicada, foi possível concluir que:


1) Não houve diferença estatisticamente significativa para o grau de mobilidade e proporção de sucesso entre os mini-implantes autoperfurantes inseridos em septos com largura mesiodistal críti- ca (3mm) e não crítica (> 3mm).


2) Dentre as variáveis estudadas, nenhuma demonstrou estar relacionada ao insucesso dos mini-implantes. No entanto, observou-se maior sensibilidade nos pacientes que apresentavam mini-implantes com algum grau de mobilidade, e que a falha desses dispositivos de ancoragem ocorria logo após sua inserção.



Link do Artigo na Integra via Scielo:


http://www.scielo.br/pdf/dpjo/v16n2/a05v16n2.pdf

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