Neste artigo de 2010, publicado pelo Dental Press Journal of Orthodontics, pelo autor Dr.Waldemar D. Polido; Doutor e Mestre em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela PUCRS. Residência em CTBMF na Universidade do Texas, Southwestern Medical Center at Dallas. Clínica Particular em Porto Alegre/RS; Mostra toda versatilidade dos modelos digitais na Odontologia. Já estamos vivendo o futuro!!!
Novas modalidades de moldagem digital já estão disponíveis no mercado e, em breve, um dos mais desagradáveis momentos para o paciente nas clínicas odontológicas, a tomada de moldagens, será substituído por escaneamentos intrabucais digitais.
Tanto em Ortodontia quanto na área restauradora (Prótese e Dentística, em especial), o uso de modelos de gesso é fundamental, e prática diária nas clínicas dessas especialidades. A possibilidade de se digitalizar os modelos de gesso, ou mesmo de escanear os dentes diretamente da boca do paciente, sempre foi uma busca da Odontologia. Evitar desconforto, agilizar o trabalho, melhorar a comunicação entre colegas e com os laboratórios de prótese, e reduzir os espaços físicos necessários para o arquivamento desses modelos são algumas das alegadas vantagens dessa tecnologia.
A aquisição de uma cópia de um dente ou vários dentes preparados, de dentes íntegros adjacentes e antagonistas, e o estabelecimento de uma relação interoclusal correta, assim como a conversão dessa informação em réplicas precisas da dentição — sobre as quais restaurações indiretas possam ser realizadas —, são os objetivos principais do processo de moldagem na Odontologia Restauradora.
Em Ortodontia, e em suas associações com a Cirurgia Ortognática, o uso de modelos de gesso precisos é condição imprescindível para a realização de um diagnóstico e de um plano de tratamento adequados, assim como para o acompanhamento da evolução do tratamento.
Muitos dentistas relutam em se envolver com novas tecnologias de moldagens porque simplesmente acreditam que os materiais e técnicas com elastômeros estão em uso há tanto tempo, e funcionam tão bem, que são insubstituíveis. Ou que as tecnologias 3D de scanners digitais são tão novas que ainda não estão prontas para o uso clínico. Na verdade, a moldagem com elastômeros, com seus problemas inerentes, tem sido usada em Odontologia por 72 anos!
Os sistemas digitais de moldagem e escaneamento em Odontologia foram introduzidos na metade dos anos 80, e têm evoluído tanto que artigos já preveem que em 5 anos a maioria dos dentistas nos EUA e Europa estará usando scanners digitais para moldagens.
Na Ortodontia, as moldagens digitais têm sido usadas com sucesso por vários anos, em sistemas como o Cadent IOC/OrthoCAD, Dentsply/ GAC OrthoPlex, Stratos/Orametrix SureSmile, e EMS RapidForm.
Os sistemas CAD/CAM (Computer Aided Design e Computer Aided Manufacture) que estão disponíveis atualmente são capazes de alimentar dados obtidos através de escaneamentos digitais precisos feitos de modelos de gesso diretamente para sistemas de confecção capazes de esculpir restaurações em blocos de cerâmica ou resina, sem a necessidade de uma cópia física dos dentes preparados, dentes adjacentes e dentes antagonistas.
Os sistemas dedicados de moldagem digital eliminam várias etapas de atendimento em um consultório odontológico, incluindo seleção de moldeiras, preparação e uso de materiais, desinfecção de moldagens e envio dessas ao laboratório. Além disso, o laboratório reduz seu tempo de trabalho, por não ter que vazar gesso nas moldagens, colocar pinos e réplicas, recortar e modelar troquéis ou articular modelos.
Com esses sistemas, as restaurações finais são produzidas em modelos criados a partir de dados dos escaneamentos digitais, ao invés de em modelos de gesso feitos a partir de moldagens físicas. O conforto do paciente, a aceitação do tratamento e orientação sobre o caso são benefícios adicionais. Os escaneamentos digitais podem ser indefinidamente armazenados em discos rígidos, enquanto modelos convencionais, que podem quebrar ou lascar, devem ser armazenados fisicamente, o que requer um espaço adicional nos consultórios.
Talvez a maior vantagem, para o técnico de laboratório dentário e para o dentista, em adotar a tecnologia digital seja a eliminação de muitos processos com base química. Por virtualmente eliminar esses processos, o acúmulo de erros no tratamento e no ciclo de fabricação deixa de ser um fator significativo. Alguns desses processos são: presa do material de moldagem, presa do gesso e da base, presa do material de revestimento em troquéis de restaurações, e retração ou encolhimento de materiais cerâmicos feldspáticos convencionais.
Ao eliminar o processo de moldagens convencionais, os clínicos não precisam mais se preocupar com a possibilidade de erro devido a bolhas de ar, ruptura dos materiais de moldagem, deslocamento e movimento da moldeira, deflecção da moldeira, pouco material de moldagem, adesivo de moldagem inadequado, ou distorção resultante de procedimentos de desinfecção.
Em termos de custo, o investimento inicial pode parecer maior, em um primeiro momento. Porém, analisando-se sob um ponto de vista comercial, a médio prazo o uso de moldagens digitais traz lucratividade ao consultório. A exemplo das radiografias digitais diretas intrabucais, a possibilidade de se reduzir o custo operacional com materiais e de se visualizar em tempo real a qualidade do procedimento diminui o índice de repetição de atendimentos e, por consequência, o tempo do paciente na cadeira do dentista. E esse tempo é o maior custo em um consultório. Sem contar o fator do marketing agregado, pois o comentário favorável de um paciente a respeito de uma moldagem digital, ao invés das desconfortáveis moldagens convencionais com alginatos ou outros materiais, traz um benefício imensurável.
Desde bem antes da Revolução Industrial, o homem tem fabricado milhões de produtos através de processos de manufatura de forma artesanal e análoga. Nos últimos 30 anos, muito desses produtos têm sido convertidos à fabricação digital — de peças de automóveis a construções civis, devido à consistência da qualidade e ao custo. Assim, não é surpresa que as soluções digitais estejam agora sendo integradas em muitos dos procedimentos odontológicos.
Com a popularização dos sistemas digitais, e com o grande crescimento de duas áreas da Odontologia que potencialmente podem ter benefício no uso da tecnologia de moldagens e modelos digitais (a Ortodontia e a Implantodontia), sem dúvida podemos prever que, nos próximos anos, veremos uma verdadeira revolução digital nos consultórios odontológicos, trazendo benefícios aos pacientes em termos de planejamentos mais eficientes, redução no desconforto e eficiência nos tratamentos.
Link do artigo na integra via Scielo:
http://www.scielo.br/pdf/dpjo/v15n5/03.pdf
Novas modalidades de moldagem digital já estão disponíveis no mercado e, em breve, um dos mais desagradáveis momentos para o paciente nas clínicas odontológicas, a tomada de moldagens, será substituído por escaneamentos intrabucais digitais.
Tanto em Ortodontia quanto na área restauradora (Prótese e Dentística, em especial), o uso de modelos de gesso é fundamental, e prática diária nas clínicas dessas especialidades. A possibilidade de se digitalizar os modelos de gesso, ou mesmo de escanear os dentes diretamente da boca do paciente, sempre foi uma busca da Odontologia. Evitar desconforto, agilizar o trabalho, melhorar a comunicação entre colegas e com os laboratórios de prótese, e reduzir os espaços físicos necessários para o arquivamento desses modelos são algumas das alegadas vantagens dessa tecnologia.
A aquisição de uma cópia de um dente ou vários dentes preparados, de dentes íntegros adjacentes e antagonistas, e o estabelecimento de uma relação interoclusal correta, assim como a conversão dessa informação em réplicas precisas da dentição — sobre as quais restaurações indiretas possam ser realizadas —, são os objetivos principais do processo de moldagem na Odontologia Restauradora.
Em Ortodontia, e em suas associações com a Cirurgia Ortognática, o uso de modelos de gesso precisos é condição imprescindível para a realização de um diagnóstico e de um plano de tratamento adequados, assim como para o acompanhamento da evolução do tratamento.
Muitos dentistas relutam em se envolver com novas tecnologias de moldagens porque simplesmente acreditam que os materiais e técnicas com elastômeros estão em uso há tanto tempo, e funcionam tão bem, que são insubstituíveis. Ou que as tecnologias 3D de scanners digitais são tão novas que ainda não estão prontas para o uso clínico. Na verdade, a moldagem com elastômeros, com seus problemas inerentes, tem sido usada em Odontologia por 72 anos!
Os sistemas digitais de moldagem e escaneamento em Odontologia foram introduzidos na metade dos anos 80, e têm evoluído tanto que artigos já preveem que em 5 anos a maioria dos dentistas nos EUA e Europa estará usando scanners digitais para moldagens.
Na Ortodontia, as moldagens digitais têm sido usadas com sucesso por vários anos, em sistemas como o Cadent IOC/OrthoCAD, Dentsply/ GAC OrthoPlex, Stratos/Orametrix SureSmile, e EMS RapidForm.
Os sistemas CAD/CAM (Computer Aided Design e Computer Aided Manufacture) que estão disponíveis atualmente são capazes de alimentar dados obtidos através de escaneamentos digitais precisos feitos de modelos de gesso diretamente para sistemas de confecção capazes de esculpir restaurações em blocos de cerâmica ou resina, sem a necessidade de uma cópia física dos dentes preparados, dentes adjacentes e dentes antagonistas.
Os sistemas dedicados de moldagem digital eliminam várias etapas de atendimento em um consultório odontológico, incluindo seleção de moldeiras, preparação e uso de materiais, desinfecção de moldagens e envio dessas ao laboratório. Além disso, o laboratório reduz seu tempo de trabalho, por não ter que vazar gesso nas moldagens, colocar pinos e réplicas, recortar e modelar troquéis ou articular modelos.
Com esses sistemas, as restaurações finais são produzidas em modelos criados a partir de dados dos escaneamentos digitais, ao invés de em modelos de gesso feitos a partir de moldagens físicas. O conforto do paciente, a aceitação do tratamento e orientação sobre o caso são benefícios adicionais. Os escaneamentos digitais podem ser indefinidamente armazenados em discos rígidos, enquanto modelos convencionais, que podem quebrar ou lascar, devem ser armazenados fisicamente, o que requer um espaço adicional nos consultórios.
Talvez a maior vantagem, para o técnico de laboratório dentário e para o dentista, em adotar a tecnologia digital seja a eliminação de muitos processos com base química. Por virtualmente eliminar esses processos, o acúmulo de erros no tratamento e no ciclo de fabricação deixa de ser um fator significativo. Alguns desses processos são: presa do material de moldagem, presa do gesso e da base, presa do material de revestimento em troquéis de restaurações, e retração ou encolhimento de materiais cerâmicos feldspáticos convencionais.
Ao eliminar o processo de moldagens convencionais, os clínicos não precisam mais se preocupar com a possibilidade de erro devido a bolhas de ar, ruptura dos materiais de moldagem, deslocamento e movimento da moldeira, deflecção da moldeira, pouco material de moldagem, adesivo de moldagem inadequado, ou distorção resultante de procedimentos de desinfecção.
Em termos de custo, o investimento inicial pode parecer maior, em um primeiro momento. Porém, analisando-se sob um ponto de vista comercial, a médio prazo o uso de moldagens digitais traz lucratividade ao consultório. A exemplo das radiografias digitais diretas intrabucais, a possibilidade de se reduzir o custo operacional com materiais e de se visualizar em tempo real a qualidade do procedimento diminui o índice de repetição de atendimentos e, por consequência, o tempo do paciente na cadeira do dentista. E esse tempo é o maior custo em um consultório. Sem contar o fator do marketing agregado, pois o comentário favorável de um paciente a respeito de uma moldagem digital, ao invés das desconfortáveis moldagens convencionais com alginatos ou outros materiais, traz um benefício imensurável.
Desde bem antes da Revolução Industrial, o homem tem fabricado milhões de produtos através de processos de manufatura de forma artesanal e análoga. Nos últimos 30 anos, muito desses produtos têm sido convertidos à fabricação digital — de peças de automóveis a construções civis, devido à consistência da qualidade e ao custo. Assim, não é surpresa que as soluções digitais estejam agora sendo integradas em muitos dos procedimentos odontológicos.
Com a popularização dos sistemas digitais, e com o grande crescimento de duas áreas da Odontologia que potencialmente podem ter benefício no uso da tecnologia de moldagens e modelos digitais (a Ortodontia e a Implantodontia), sem dúvida podemos prever que, nos próximos anos, veremos uma verdadeira revolução digital nos consultórios odontológicos, trazendo benefícios aos pacientes em termos de planejamentos mais eficientes, redução no desconforto e eficiência nos tratamentos.
Link do artigo na integra via Scielo:
http://www.scielo.br/pdf/dpjo/v15n5/03.pdf
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