Nesta Monografia de 2010, apresentada ao Curso de Especialização em Ortodontia da CIODONTO, pelo autor Dr. FELIPE GONÇALVES VIEIRA, Especialista em Ortodontia em João Pessoa - Paraíba. Revisa a literatura sobre o tema, mostrando a viabilidade do tratamento ortodôntico no paciente adulto periodontalmente comprometido, bem como os benefícios da referida terapia, tendo em vista que a movimentação ortodôntica não é mais contra-indicada para pacientes com perda de inserção decorrente de patologia periodontal, ressaltando que a infecção deve necessariamente ser debelada antes do início do tratamento ortodôntico.
É grande a preocupação na sociedade contemporânea com a estética, de tal forma que as pessoas desejam ter uma boa aparência para serem inclusas no padrão estético estabelecido socialmente, e assim elevar sua autoestima, o que evidencia um alto grau de competitividade. Essas exigências estéticas têm levado a um acréscimo significante no número de pacientes adultos que buscam tratamento ortodôntico. Entretanto, grande parte desse público apresenta migrações dentárias em decorrência de patologias periodontais.
No passado, preconizava-se o tratamento ortodôntico apenas para pacientes jovens, porém, a literatura atual tem demonstrado a viabilidade desse tratamento em pacientes com idades mais avançadas. Para tal é importante a cooperação entre as especialidades da periodontia e da ortodontia, uma vez que ambas desenvolvidas com excelência clínica podem transformar pacientes que possuem sorrisos esteticamente desagradáveis, com migrações dentárias ou extrusões, e periodonto inflamado e reduzido, em pessoas com dentições e sorrisos atraentes.
Para a obtenção de um prognóstico de sucesso, tanto do ponto de vista funcional quanto estético, nesses pacientes com comprometimento periodontal, faz-se necessário a intervenção no periodonto, previamente à terapia ortodôntica, a fim de restabelecer a saúde desse tecido, uma vez que a combinação de inflamação, tracionamento ortodôntico e trauma oclusal podem produzir uma destruição mais rápida do que aquela que poderia ocorrer com inflamação isoladamente, desvirtuando assim, o objetivo do tratamento.
O ligamento periodontal está sujeito a mudanças de acordo com a idade. Ele é mais espesso na criança, adelgaçando-se com o passar dos anos devido a deposição cementária e a neoformação óssea na região antes ocupada exclusivamente pelos componentes conjuntivos do ligamento periodontal. Já o osso alveolar apresenta uma camada cortical subjacente e em contato com o tecido gengival é bastante plástico, sofrendo remodelagem por ação de pressões transmitidas pelos dentes e ligamento periodontal. Esta característica de plasticidade existe no ser humano desde a infância e adolescência, permanecendo presente na idade adulta em menor grau.
A sociedade atual, cada vez mais, dita padrões estéticos, de modo que as pessoas se sentem movidas pelo desejo de se enquadrarem dentro desse perfil, possuindo uma aparência aceitável conforme as exigências estéticas. Em conseqüência disso, autores apontam o fator estética como o principal motivador para os adultos buscarem por tratamento ortodôntico, fazendo a ressalva de que os problemas de uma dentição afetada por alguma patologia periodontal são encontrados com mais facilidade nesses pacientes se comparados com a criança e o adolescente, em especial a periodontite, que consiste em uma doença inflamatória e infecciosa, provocada por bactérias, que afeta o periodonto.
Em um periodonto intacto, forças labiais e linguais não-balanceadas são geralmente compensadas por forças do ligamento periodontal. Entretanto, quando há destruição periodontal, sua função estabilizadora não mais existe, e os incisivos começam a se mover. Uma conseqüência dessa hipótese pode ser o fato de que pessoas com doença periodontal avançada e migração dentária podem precisar de contenção permanente após a correção ortodôntica, tendo em vista que em algumas situações, a força exercida pelos tecidos moles, língua, bochechas e lábios, são causas para a migração dentária, sendo também relatada a associação dessa patologia com os hábitos de higiene oral.
Nos casos de intrusão sem higiene oral, os resultados variam de moderada reparação periodontal até o agravo da perda óssea periodontal, tendo os autores concluído que a combinação do tratamento periodontal com a intrusão ortodôntica pode alcançar uma melhoria na condição periodontal, contanto que o sistema biomecânico de forças e a higiene oral passam ser mantidos sob controle.
O objetivo primordial da terapia periodontal é restaurar e manter a saúde e a integridade dos tecidos de suporte do dente, sendo a eliminação, ou redução, do acúmulo de placa e da inflamação gengival o elemento chave no tratamento ortodôntico de pacientes adultos com doença periodontal. Corroborando neste sentido, Goldman e Cohen (1973) estabeleceram que o momento mais indicado para se iniciar a movimentação ortodôntica seria após a redução da inflamação. Especificamente, esta deveria iniciar-se após o controle de cáries, terapia endodôntica, extrações, curetagem de tecidos moles e raspagem radicular, instruções de higiene bucal e geralmente antes da contenção, estabilização, ajuste oclusal e eliminação de bolsas, pois a movimentação dentária culmina em modificações na anatomia óssea.
O tratamento ortodôntico completo ou limitado movimento dental pode ser um auxiliar para prevenir ou interceptar a progressão da doença e até ser terapêutico do ponto de vista periodontal. O não controle do processo inflamatório durante o movimento dental em um paciente periodontalmente suscetível pode resultar na perda irreversível da crista óssea, causando possivelmente mais prejuízos que benefícios ao paciente.
A intensidade da força desempenha um papel essencial. Uma força leve de 51g usada no estudo de Gordillo, foi suficiente para aumentar o volume ósseo, diminuindo as condições de inflamação, levando os autores a concluir que a aplicação de forças ortodônticas, uma vez que a infecção periodontal tenha sido controlada, contribui para o aumento do volume do osso alveolar, conseqüentemente melhorando a qualidade óssea.
O tratamento ortodôntico inadequado feito em pacientes periodontais pode certamente contribuir para o futuro colapso dos tecidos periodontais. Em particular, a combinação de inflamação, forças ortodônticas e trauma oclusal pode produzir uma destruição mais rápida do que a que ocorreria com a inflamação isoladamente. Entretanto, com a realização de um tratamento adequado, pode-se conseguir uma movimentação ortodôntica extensa em adultos com um periodonto reduzido, mas sadio, sem a conseqüente deterioração periodontal.
A cooperação entre as especialidades da periodontia e da ortodontia é indiscutivelmente importante, estas que desenvolvida com excelência clínica pode transformar pacientes que possuem sorrisos esteticamente desagradáveis, com migrações dentarias ou extrusões e periodonto inflamado e reduzido, em pessoas com dentições e sorrisos mais atraentes.
O estudo de pacientes comprometidos periodontalmente com características similares permite o autor deste trabalho sugerir a possibilidade de se realizar tratamento ortodôntico em pacientes com periodonto de inserção reduzido, porém sadio. O tratamento periodontal prévio, bem como o controle da placa bacteriana antes, durante e após o tratamento ortodôntico, constituem requisitos básicos para evitar-se maior perda do periodonto de inserção.
Os posts do blog são super explicativos e mostram situações reais. É muito importante mostrar esses casos e suas soluções com bases e informaçõs precisas de um dentista.
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