ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: Desenvolvimento e comparação de um método de construção de arcos ortodônticos individualizados com um método de escolha de arcos ortodônticos

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Desenvolvimento e comparação de um método de construção de arcos ortodônticos individualizados com um método de escolha de arcos ortodônticos


















Neste artigo de 2009, publicado pela Revista Dental Press, pelos autores Antonio José Borin Neto, Rodrigo Cecanho, Helena Cristina Francisco Pereira da Silva; da São Leopoldo Mandic - Campinas /SP; Demonstra mais uma forma de se determinar a forma ideal do arco Ortodontico a ser usado no paciente. Cuidado importante para se obter estabilidade pós-tratamento.




Os dentes dos seres humanos são dispostos entre si formando arcos, os quais diferem anatomicamente de indivíduo para indivíduo, acompanhando a forma do osso basal. Por isso, apresentam características individuais importantes para as funções fisiológicas às quais são submetidos. Análises estatísticas das dimensões dos arcos dentários em diferentes etnias mostraram que tais formas são controladas, preferencialmente, por fatores genéticos e têm menor influência ambiental.



Um estudo longitudinal durante o período de 45 anos de vida verificou que as distâncias intercaninos e intermolares aumentavam significativamente entre os 3 e os 13 anos de idade, tanto na maxila como na mandíbula e, depois da completa irrupção da dentadura permanente, ocorria uma pequena diminuição na largura dos arcos.



Outro estudo, utilizando 271 modelos de indivíduos com idades de 3 anos e 6 meses até 13,5 anos, constatou pouco crescimento lateral nos arcos na região dos primeiros molares permanentes. Clinicamente, entretanto, pode ser considerado que as distâncias intercaninos e intermolares são estabelecidas aos 8 anos de idade, depois da irrupção dos incisivos, com algum aumento mínimo até a dentadura permanente se completar – o que ocorre por volta dos 13 anos de idade – e que ambas as larguras, mas principalmente a distância intercaninos inferiores, diminuem no período pós-tratamento, quando ocorre uma expansão durante a terapia ortodôntica, mesmo que essa seja mínima. Portanto, quanto maior é o aumento nessa dimensão
durante o tratamento, menor é a estabilidade após a finalização. Sendo assim, no tratamento ortodôntico, é fundamental manter-se a distância transversal intercaninos inferiores do arco original, como fator importante para se conseguir estabilidade em longo prazo. Esse fato pode ser exemplificado por um trabalho que avaliou mudanças nos arcos inferiores de pacientes com Classe I, II, divisões 1 e 2, que sofreram tratamento ortodôntico e – após análise de 80 modelos inferiores nas fases pré-tratamento, final de tratamento e 10 anos pós-tratamento – concluiu-se que as larguras intercaninos caminharam em direção às dimensões iniciais. Além disso, o comprimento do arco diminuiu em todos os pacientes e a largura intermolares apresentou uma redução maior nos casos tratados com extrações dentárias.



Em relação à forma dos arcos, essas parecem se comportar também como as dimensões transversais, ou seja, as mudanças introduzidas no tratamento não foram estáveis em cerca de 70% dos casos. Portanto, não se deve esperar que uma forma de arco se encaixe em todos os arcos dentários e que adaptações individuais são necessárias para que se obtenham resultados ortodônticos estáveis.



Na literatura ortodôntica, o estudo das formas e dimensões dos arcos dentários é um tema muito debatido e controverso, foram usados recursos matemáticos e/ou geométricos, simples ou complexos, procurando – por meio de curvas perfeitas – atingir a diversidade natural encontrada na anatomia e fisiologia humana, e suas adaptações morfológicas solicitadas pelas funções neurovegetativas e pela neuromusculatura. Portanto, os arcos ortodônticos fabricados oriundos dessa filosofia são representados por curvas simétricas, obtidas por meio de fórmulas matemáticas, as quais, na maioria dos casos não são coincidentes com a forma e com o tamanho dos arcos naturais, sendo que a utilização de tais arcos levaria à padronização de todos os arcos dentários durante o tratamento ortodôntico, não respeitando suas individualidades e provocando, portanto, instabilidade pós-tratamento.



O objetivo deste trabalho foi demonstrar um método de construção de arcos ortodônticos individualizados (“arcograma”) comparando-o a um método tradicionalmente usado na escolha de arcos ortodônticos pré-fabricados (“Tru-arch”).



O estudo foi desenvolvido em três etapas:


1) Obtenção da média da distância entre a ponta de cúspide e a região média incisal ao centro da canaleta/entrada do tubo de todos os dentes dos modelos.


2) Demonstração da construção do “arcograma”.

3) Comparação entre as dimensões transversais dos arcos ortodônticos construídos por meio dos “arcogramas” da amostra com uma marca comercial de arco ortodôntico tradicional pré-fabricado (“Tru-arch”).



Por mais de cem anos, estudos têm sido realizados para definir a forma ideal do arco dentário, frequentemente usando o conceito de que o arco natural é simétrico e pode ser representado por uma curva perfeita derivada de fórmulas geométricas, algébricas e aritméticas.



O objetivo desse método foi construir um diagrama ortodôntico, que recebeu o nome de “arcograma”, um método que por meio da distância entre as pontas de cúspides ou incisais e o fundo da canaleta dos braquetes ou tubos procura corrigir a forma do arco dentário, respeitando ao máximo as dimensões e a forma do osso basal. Para isso, foi desenvolvida uma metodologia que generalizou as distâncias anteriormente descritas (ponta de cúspide/incisal ao fundo das canaletas) para serem usadas em todos os pacientes, foi demonstrada passo a passo a técnica de confecção do “arcograma” e foi realizada uma comparação da adaptação desse com um método tradicionalmente utilizado, sendo o “arcograma” considerado melhor no quesito de adaptação aos arcos dentários naturais, pela diversidade, assimetria e individualidade desses últimos.


Este trabalho mostrou a viabilidade da utilização do “arcograma”, um método de individualização da construção de arcos ortodônticos para a manutenção das características dimensionais e anatômicas do arco dentário.





Link do Artigo a Integra via Scielo:



http://www.scielo.br/pdf/dpress/v14n2/v14n2a13.pdf

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