Os dentes impactados são aqueles que perderam sua força irruptiva e não conseguem atingir sua posição na arcada dentária, dentro do tempo esperado, por algum impedimento. A impactação de dentes anteriores pode ter diversas etiologias, tais como: falta de espaço no arco dental, perda precoce de decíduo, rotação do germe dentário, presença de dentes supranumerários, odontomas, traumatismo ou qualquer outra obstrução. A maioria dos casos de impactação de dentes superiores pós-traumática acontece na infância, nas dentições decídua e mista.
O tratamento do dente impactado é bem variado e depende das circunstâncias nas quais está envolvido: ele pode ser mais conservador, bastando uma simples remoção de gengiva circundante para que o dente retorne ao seu curso normal de irrupção; pode ser tracionado ortodonticamente ou removido cirurgicamente, quando há impossibilidade de recolocação no seu sítio. O dente impactado pode causar reabsorção das raízes dos dentes vizinhos, dor, infecções, cisto dentígero com subsequente destruição óssea e aparecimento de ameloblastomas em suas paredes.
O diagnóstico da impactação é realizado através de exames clínico e radiográfico convencional. Existem várias técnicas radiográficas de localização dos dentes com impactação: radiografia periapical, radiografia oclusal, telerradiografia de perfil, tomadas com variações de angulações, como na técnica de Clark e as tomografias. As radiografias convencionais são empregadas na elaboração da fase inicial do plano de tratamento, pois apresentam vantagens, como o baixo custo e a facilidade de acesso.
No diagnóstico inicial de dentes impactados, as radiografias convencionais são utilizadas, porém, esses exames mostram uma imagem bidimensional de uma estrutura tridimensional, acarretando a sobreposição dos tecidos, imagem pouco nítida, com um contraste relativamente baixo, o que dificulta a visualização de detalhes importantes das estruturas anatômicas e a interpretação integral de determinadas patologias. Recentemente, são requeridos outros exames imagenológicos da região de cabeça e pescoço, como por exemplo, a tomografia multidirecional, que permite a observação minuciosa das regiões anatômicas a serem avaliadas. Apresenta como desvantagem um maior custo, porém, compensado pelo benefício de imagens com melhor definição, que assegura a correta evolução do plano de tratamento.
No caso em questão, as radiografias convencionais, apesar de propiciarem a verificação da existência da patologia, não permitiram a interpretação exata do posicionamento das estruturas envolvidas e da inclinação radicular. Tal fato gerou dúvidas quanto ao planejamento cirúrgico-ortodôntico, visto que, para se realizar um movimento ortodôntico forçado, o grau de ectopia sempre deve ser avaliado, bem como o desenvolvimento dentário. Com o resultado da tomografia multidirecional, o prognóstico do caso revelou-se desfavorável em relação aos dentes 11 e 12. O dente 11 encontrava-se impactado na porção superior da pré-maxila e com sua raiz dilacerada voltada para dentro da fossa nasal, comprometendo também a irrupção do dente 12.
Através da tomografia multidirecional, verificou-se a identificação precisa da patologia do dente em questão, guiando o tratamento cirúrgico, desde a etapa de seu planejamento, otimizando o tempo da cirurgia e, consequentemente, diminuindo as complicações pós-operatórias.
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