ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: Uso da tomografia multidirecional na visualização de dente impactado

quinta-feira, 14 de março de 2013

Uso da tomografia multidirecional na visualização de dente impactado







Neste artigo de 2009, publicado pela Revista Gaúcha de Odontologia, pelas autoras na Elizabeth Aguiar da SILVA, Mônica Almeida TOSTES; da Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Odontologia, Campus Valonguinho, Niterói, RJ, Brasil. Contém o relato clínico de um paciente do gênero masculino, leucoderma, oito anos de idade, que apresentava o dente 11 impactado.

Os dentes impactados são aqueles que perderam sua força irruptiva e não conseguem atingir sua posição na arcada dentária, dentro do tempo esperado, por algum impedimento. A impactação de dentes anteriores pode ter diversas etiologias, tais como: falta de espaço no arco dental, perda precoce de decíduo, rotação do germe dentário, presença de dentes supranumerários, odontomas, traumatismo ou qualquer outra obstrução. A maioria dos casos de impactação de dentes superiores pós-traumática acontece na infância, nas dentições decídua e mista.

O tratamento do dente impactado é bem variado e depende das circunstâncias nas quais está envolvido: ele pode ser mais conservador, bastando uma simples remoção de gengiva circundante para que o dente retorne ao seu curso normal de irrupção; pode ser tracionado ortodonticamente ou removido cirurgicamente, quando há impossibilidade de recolocação no seu sítio. O dente impactado pode causar reabsorção das raízes dos dentes vizinhos, dor, infecções, cisto dentígero com subsequente destruição óssea e aparecimento de ameloblastomas em suas paredes.

O diagnóstico da impactação é realizado através de exames clínico e radiográfico convencional. Existem várias técnicas radiográficas de localização dos dentes com impactação: radiografia periapical, radiografia oclusal, telerradiografia de perfil, tomadas com variações de angulações, como na técnica de Clark e as tomografias. As radiografias convencionais são empregadas na elaboração da fase inicial do plano de tratamento, pois apresentam vantagens, como o baixo custo e a facilidade de acesso.

No diagnóstico inicial de dentes impactados, as radiografias convencionais são utilizadas, porém, esses exames mostram uma imagem bidimensional de uma estrutura tridimensional, acarretando a sobreposição dos tecidos, imagem pouco nítida, com um contraste relativamente baixo, o que dificulta a visualização de detalhes importantes das estruturas anatômicas e a interpretação integral de determinadas patologias. Recentemente, são requeridos outros exames imagenológicos da região de cabeça e pescoço, como por exemplo, a tomografia multidirecional, que permite a observação minuciosa das regiões anatômicas a serem avaliadas. Apresenta como desvantagem um maior custo, porém, compensado pelo benefício de imagens com melhor definição, que assegura a correta evolução do plano de tratamento.

No caso em questão, as radiografias convencionais, apesar de propiciarem a verificação da existência da patologia, não permitiram a interpretação exata do posicionamento das estruturas envolvidas e da inclinação radicular. Tal fato gerou dúvidas quanto ao planejamento cirúrgico-ortodôntico, visto que, para se realizar um movimento ortodôntico forçado, o grau de ectopia sempre deve ser avaliado, bem como o desenvolvimento dentário. Com o resultado da tomografia multidirecional, o prognóstico do caso revelou-se desfavorável em relação aos dentes 11 e 12. O dente 11 encontrava-se impactado na porção superior da pré-maxila e com sua raiz dilacerada voltada para dentro da fossa nasal, comprometendo também a irrupção do dente 12.

Através da tomografia multidirecional, verificou-se a identificação precisa da patologia do dente em questão, guiando o tratamento cirúrgico, desde a etapa de seu planejamento, otimizando o tempo da cirurgia e, consequentemente, diminuindo as complicações pós-operatórias.


Link do artigo na integra via RGO:

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