ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: Retração rápida de caninos associada ao levantamento do seio maxilar

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Retração rápida de caninos associada ao levantamento do seio maxilar













Continuando o tema abordado nesta semana: Distração Osteogênica, iremos discutir um artigo de 2007, publicado na Revista Dental Press, pelos autores: Paulo Renato Carvalho Ribeiro, Silvia Regina de Souza Monteiro, Sérgio Henrique Casarim Fernandes, Gustavo Saggioro Oliveira. Profissionais ligados a UERJ, PUC-MG e USP-Bauru. Eles demosntraram um procedimento bem elaborado de retração de caninos com levantamento do seio maxilar e retação da bateria anterior realizado em 02 semanas, infelizmente muitos profissionais esqueçem de um avaliação detalhada da relação do seio maxilar com dentes a retrair e intruir(Atualmente manobra muito utilizada com mini implantes).

A distração osteogênica (DO) é um processo de crescimento de osso novo por estiramento mecânico de um tecido ósseo pré-existente. A DO foi popularizada pelos estudos de Ilizarov em Ortopedia. Alguns anos depois, os princípios por ele preconizados foram, então, aplicados ao esqueleto facial. Em 1992, McCarthy e colaboradores descreveram o alongamento mandibular em humanos através de distração osteogênica e, em 1997, Polley e Figueroa utilizaram um aparelho de distração extrabucal para estiramento da maxila no tratamento de crianças e adolescentes com deficiência maxilar severa.

Outra modalidade de distração osteogênica, já bastante conhecida pelos ortodontistas, é a expansão rápida da maxila através da separação (distração) da sutura palatina mediana. A sutura palatina se comporta da mesma forma que o ligamento periodontal durante a movimentação ortodôntica convencional, onde este é estirado no lado de tensão, e sofre um processo de osteogênese similar ao da sutura na expansão rápida.

A partir da idéia apresentada por Kinisci e colaboradores, de exposição do seio maxilar durante o ato cirúrgico, foi desenvolvida uma nova maneira de aplicação da distração dentária. Através do levantamento do seio maxilar, realizado de forma bastante simples, a possibilidade de injúrias a esta estrutura foi eliminada e, ao mesmo tempo, tornou mais fácil a realização do aprofundamento do alvéolo e das corticotomias necessárias, obtendo-se assim um maior controle do ato cirúrgico. Esta nova proposta foi apresentada neste artigo, por meio de um caso clínico de retração rápida de caninos, selecionado por manter proximidade das raízes de pré-molares e caninos com o seio maxilar.

O movimento dentário ortodôntico convencional é um processo no qual uma força é aplicada aos dentes para induzir reabsorção óssea no lado de pressão e deposição óssea no lado de tensão. Classicamente, o índice de movimento dentário depende, entre outros fatores, da magnitude e duração da força e consiste em cerca de 1mm por mês. Em casos de extração de pré-molares com necessidade de ancoragem máxima, a distalização dos caninos normalmente leva de 6 a 9 meses, contribuindo para um tempo total de tratamento de aproximadamente 2 anos. No entanto, pela técnica da retração rápida, os caninos são distalizados através de um aparelho distrator a um índice de 0,8mm por dia, completando o processo de fechamento do espaço num intervalo de tempo entre 8 e 14 dias. Este é o movimento dentário mais rápido demonstrado na literatura e diminui o tempo total do tratamento ortodôntico, sendo esta uma das maiores queixas dos pacientes, especialmente os adultos.

A distração osteogênica para o movimento dentário rápido é uma técnica promissora, que permite a retração completa dos caninos em tempo recorde, reduzindo consideravelmente a duração total do tratamento ortodôntico, sem perda de ancoragem e com ausência de complicações radiculares e periodontais. A utilização do levantamento do seio maxilar durante o ato cirúrgico imprimiu segurança ao procedimento e facilitou a execução e controle da técnica necessária para a realização da retração rápida dos caninos. O aparelho distrator e os procedimentos cirúrgicos e de ativação foram bem tolerados pelo paciente.


Link do Artigo na integra via Scielo:

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