ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: ENXERTO ÓSSEO ALVEOLAR SECUNDÁRIO EM PACIENTES PORTADORES DE FISSURAS LÁBIO-PALATAIS: UM PROTOCOLO DE TRATAMENTO

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

ENXERTO ÓSSEO ALVEOLAR SECUNDÁRIO EM PACIENTES PORTADORES DE FISSURAS LÁBIO-PALATAIS: UM PROTOCOLO DE TRATAMENTO







Neste artigo de 2006, publicado pela Revita da Faculdade de Odontologia de Lins, pelos autores DANILO IBRAHIM; EDUARDO FRANCISCO DE SOUZA FACO; JOSÉ HENRIQUE GOMES DOS SANTOS FILHO; do Setor de Cirurgia Ortognática do Hospital de Reabilitação de Anomalias Cranifaciais da Universidade de São Paulo (HRAC/USP) Bauru - São Paulo. Mostra a importância e  aplicabilidade do enxerto ósseo da crista ilíaca e casos de fissuras labio-palatais.

Para que ocorra a completa reabilitação do paciente portador de fissura lábio palatal, é necessária a intervenção de uma equipe multidisciplinar constituída basicamente de cirurgiões plásticos, dentistas e fonoaudiólogos. Nos primeiros anos de vida, o paciente é submetido às cirurgias primárias de lábio (queiloplastia) e palato (palatoplastia), para que ocorra melhora dos aspectos funcionais, estéticos e psicológicos.

Em épocas em que a utilização do enxerto ósseo na região da fissura não era empregada, o tratamento ortodôntico era  limitado e o uso de próteses em pacientes jovens tornava-se a solução final. Os segmentos maxilares permaneciam instáveis, principalmente a pré-maxila em casos de fissuras bilaterais, e o suporte ósseo insuficiente na base alar trazia dificuldades para a correção de assimetrias da asa do nariz.

 O enxerto ósseo surgiu como uma solução de excelência para preencher uma lacuna no processo reabilitador. De acordo com a época em que é realizado, divide-se em enxerto ósseo primário, secundário e secundário tardio ou terciário. O primário é realizado precocemente nos primeiros anos de vida, trazendo, a nosso ver, grandes desvantagens ao paciente, sendo a principal delas o comprometimento do crescimento maxilar.  O enxerto ósseo alveolar secundário (EOAS) é realizado antes da irrupção do canino permanente e o secundário tardio, ou terciário, após essa irrupção. O secundário apresenta resultados superiores ao terciário por proporcionar melhores condições periodontais aos dentes adjacentes à fissura.

A incorporação do enxerto ósseo ao osso circundante foi avaliada por meio de diferentes metodologias. Boyne e Sands,5 em estudo realizado com seis macacos Rhesus jovens, utilizaram exames histológicos e verificaram trabeculado ósseo normal na área enxertada. Jhonson comprovou, após seis meses, por avaliação radiográfica, a integração óssea satisfatória em 80% de seus casos.

O EOAS realizado anteriormente à irrupção do canino permanente proporciona suporte ósseo para seu irrompimento espontâneo por meio do enxerto e, quando isto não ocorre, permite seu tracionamento ortodôntico (Silva Filho et al.). Muitos autores relatam que o enxerto facilita a irrupção dos dentes próximos à fissura, proporcionando, conseqüentemente, melhor posicionamento dentário, movimentos ortodônticos menores e mais seguros  e condições periodontais mais favoráveis.

Após 40 dias a três meses da cirurgia, é liberada a movimentação ortodôntica nos dentes adjacentes à fissura, dando-se a confirmação da perfeita incorporação óssea por meio de radiografias periapicais e oclusais da maxila durante o pósoperatório. Para se conseguir maior precisão no diagnóstico pós-operatório e auxílio ao exame clínico, são usadas tomografias computadorizadas, principalmente para analisar a presença óssea em espessura, ou seja, no sentido vestíbulo-palatino.

Os pacientes portadores de fissura lábiopalatal requerem um tratamento complexo e multidisciplinar desde a infância até a idade adulta.

O enxerto ósseo alveolar secundário, fazendo parte de um protocolo de tratamento, contribui sobremaneira no processo de reabilitação dos pacientes, pois permite o preenchimento do defeito ósseo residual causado pela fissura, favorecendo a erupção dentária nessa região, bem como um tratamento ortodôntico mais propício.


Link do artigo na integra via Unimep:

http://www.unimep.br/phpg/editora/revistaspdf/revfol16_2art02.pdf

9 comentários:

  1. Ola Marlos, era isso q eu procurava,,, ate q achei algo na bireme, mas nao consegui abrir os arquivos inteiros. valeu a força

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  2. este é um dos artigos q achei,, mas nao consigo abrir ,, tem ideia de como q faz pra ler ele na integra?

    The influence of alveolar bone grafting on the orthodontic and prosthodontic treatment of patients with cleft lip and palate.
    Semb G; Ramstad T

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  3. Oi Tbonatto, me fale a revista e o ano. Abraços!!!

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  4. a unica coisa q sei é q achei na bireme, mas este q vc colocou aí ja ajudou pra caramba,, vlw

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  5. Olá, Marlos,
    Não sei se é coincidência, mas já aconteceu algumas vezes que eu penso em certo assunto e depois de algumas horas vc posta um artigo sobre o tema!
    Obrigada!

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  6. RS... Tatilie, interessante que o Tbonatto que no inicio da semana me solicitou. E exatamente nesta sexta dia que programei a postagem do artigo, as 8:00 um paciente meu fissurado se submeteu a esta cirurgia de enxerto. Para vc ver que eu também me surpreendi com as coincidencias. Bom que pelo menos nos três aproveitamos as informações deste belo artigo. Abraços a vocês. Participem sempre !!!

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  7. Legal entao , nao deixe de postar os resultados do tratamento aí
    Marlos, flw abraços

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  8. Olá Marlos, o enxerto ósseo também pode ser indicado para dentes que foram perdidos a muito tempo?
    No caso de um primeiro molar perdido, onde ja ocorreu reabsorção, e se deseja mover o segundo e terceiro molar para mesial?

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  9. Milena já conversei com um buco sobre esta possiblidade e ele falou que o grande problema neste tipo de intervenção é o local onde o enxerto é colocado (Horizontal) ja na fissura ele é fica preso nas "paredes" desta. Então, o risco de perda do enxerto é menor.

    Abraços,
    Marlos Loiola

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