ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: Efeito do laser de baixa intensidade na expansão rápida da maxila

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Efeito do laser de baixa intensidade na expansão rápida da maxila





Neste artigo de 2008, publicado pela Revista Ortodontia SPO; pelos autores Fernanda Cepera; Fernanda Angelieri; Silvana Bommarito; Danilo Furquim Siqueira; do Programa de Pós-Graduação em Odontologia (Mestrado) - Área de concentração em Ortodontia - Umesp - São Paulo; Relata os efeitos e as vantagens do laser na expansao rapida da maxila, por meio de revisao da literatura, resultando em informacoes de grande interesse ao ortodontista.
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O termo laser, procedente da lingua inglesa, e o acronimo de Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation (Amplificacao da Luz por Emissao Estimulada de Radiacao). E uma forma de energia que se transforma em energia luminosa, visivel ou nao, dependendo da materia que produz este tipo de radiacao. O laser é uma radiacao que se encontra no espectro de luz que varia do infravermelho ao ultravioleta, passando pelo espectro visivel. Esta radiacao e eletromagnetica, nao ionizante, com caracteristicas bastante distintas de uma luz fluorescente ou de uma lampada comum. Sao justamente essas condicoes especiais, tais como monocromaticidade, coerencia e unidirrecionalidade, que faz esse tipo de luz ter propriedades terapeuticas importantes.
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Os lasers sao divididos em dois grupos, de acordo com a potencia de emissao da radiacao: laser de alta intensidade ou Hilt (High-Intensity Laser Treatment), os quais emitem radiacao de alta potencia, o que propicia um potencial destrutivo normalmente utilizado em cirurgias, com funcao de cortar, coagular e vaporizar os tecidos; laser nao-cirurgico ou Lilt (Low-Intensity Laser Treatment), os quais emitem radiacao de baixa potencia, sem potencial destrutivo e promovem a bioestimulacao sobre os processos moleculares e bioquimicos, que normalmente ocorrem nos tecidos, alem de possuirem acao de analgesia e antiinflamatoria. Os principais lasers de baixa intensidade sao constituidos por um meio ativo gasoso (He-Ne) e semicondutor (Diodo – AsGa; AsGaAl).


De um modo geral, o Lilt tem uma serie de indicacoes, podendo ser usado isoladamente ou como coadjuvante de outros tratamentos, uma vez que estimula a microcirculacao, devido a um aumento da circulacao periferica, o que promove a bioestimulacao das celulas, melhorando a capacidade de regeneracao tecidual. Entretanto, observa-se que na Ortodontia, apesar de inumeras possibilidades de emprego do laser, este ainda nao e utilizado com tanta frequencia. Baseando-se nos processos de remodelacao ossea e tambem nas propriedades do laser, fica entao comprovada a necessidade de mais estudos nessa area para melhor definicao do protocolo de utilizacao deste dispositivo na ERM.


A energia luminosa do laser e depositada nos tecidos produzindo efeitos que estimulam a liberacao de substancias como histamina, serotonina e bradicinina. Alem disso, ativa a producao de acido araquidonico e transforma as prostaglandinas em prostaciclinas. A bioestimulacao aumenta a quantidade de ATP, acelera as mitoses, atua no reequilibrio do potencial de membrana, melhora a reparacao tecidual, estimula a reparacao ossea, equilibra a producao de fibroblastos, com normalizacao no deposito de fibras colagenas e elasticas no tecido em reparacao, aumenta a circulacao, melhorando a acao antiinflamatoria e a cicatrizacao dos tecidos.


Alguns autores avaliaram o efeito do Lilt na reparacao do tecido osseo, com resultados favoraveis na regeneracao ossea. Com o intuito de avaliar a regeneracao ossea com a utilizacao do laser de baixa intensidade, alguns autores avaliaram 60 ratos, que foram submetidos a uma fratura da tibia e irradiados com laser de baixa intensidade HeNe, com comprimento de onda de 632 nm, em uma potencia de 4 mW, aplicado em um unico ponto, de dois em dois dias, em uma densidade de 2,4 J/cm². Os autores concluiram que o laser aumenta a velocidade de formacao ossea, a vascularizacao e a densidade ossea, quando comparados ao grupo nao irradiado, mostrando-se entao com atraso na cronologia de reparo. Corroborando com estes resultados, outros autores afirmaram que a qualidade do osso neoformado em ratos e sua resistencia a tracao foi significante maior no grupo irradiado em relacao ao nao irradiado, no qual o tecido osseo apresentou-se mais volumoso, porem, mais fraco, apresentando fibrocartilagem e menos tecido ossificado, indicando que o laser pode ter efeito significativo na regeneracao ossea, principalmente quando utilizado no periodo inicial de cicatrizacao, seguindo um protocolo de aplicacao diaria por 14 dias, com potencia de 35 mW, com comprimento de onda de 632,8 nm por 30 minutos no local da fratura.


Sabe-se ainda que a recidiva consiste em um dos problemas mais comuns quando da realizacao da ERM. E no periodo de contencao pos-expansao que ocorre a neoformacao ossea e a remodelacao da sutura, devendo assim ser respeitado para evitar possiveis recidivas. Diferentes pesquisas tem mostrado que o laser de baixa intensidade pode tanto acelerar a regeneracao ossea da sutura palatina mediana, durante a ERM, quanto melhorar a qualidade do osso neoformado, alem de reduzir a sintomatologia dolorosa.



Conclusão


Em geral, todos os autores concordam que tanto o ortodontista quanto o paciente podem ser beneficiados com as vantagens que o laser pode adicionar no que diz respeito a neoformacao ossea apos a ERM. Porem, para a obtencao de resultados favoraveis, deve-se respeitar os principios e propriedades fisicas do laser, alem das caracteristicas biologicas do tecido a ser irradiado. Sendo assim, mais estudos devem ser realizados na area, para comprovar a eficacia do laser nos processos de expansao rapida da maxila e verificar com detalhes suas indicacoes e possiveis contra-indicacoes.



Link do artigo na Integra via Ortodontia SPO:


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