Neste artigo de 2007, publicado pela Revista Dental Press, pelos autores Jorge Luiz Jacob Liporaci Junior, Paulo Stoppa, Hélcio Tadeu Ribeiro, Antônio José BorinNeto,Cássio Edvard Sverzut; do departamento de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da USP (FORP-USP) e do Centro Integrado de Estudo das Deformidades da Face da USP de Ribeirão Preto - São Paulo. Revisa a literatura sobre o assunto e relatar um caso de reabsorção condilar progressiva.
A reabsorção condilar progressiva (RCP) é definida como uma mudança na morfologia docôndilo, com perda óssea e diminuição da alturafacial posterior. Em pacientes submetidos a cirurgia ortognática, esta patologia afeta com maior frequência:gênero feminino, portadores de máoclusão esquelética de Classe II com mordida abertaou não, que possuem disfunção temporomandibular previamente ao tratamento orto-cirúrgico,com ângulo do plano mandibular alto, e que foram submetidos à cirurgia ortognática combinada com avanço mandibular acima de 5mm.A instabilidade oclusal pós-operatória também pode favorecer a RCP, sendo o preparo ortodôntico pré-cirúrgico adequado necessário para minimizaros efeitos de uma instabilidade oclusal.
Os autores sugerem um protocolo deatendimento para prevenção e tratamento da RCP em pacientes que serão submetidos ao tratamento ortodôntico-cirúrgico. Abaixo está descrito o protocolo para prevenção:
Pré-tratamento ortodôntico
1) Identificar os pacientes de risco: gênero feminino,Classe II e com DTM prévia (principalmentedor e desarranjos internos).
2) Tratar a DTM até eliminação da dor e restabelecimento da função,sendo interessante uma desprogramação neuromuscular.
3) Iniciar a Ortodontia pré-operatória e durantetodo esse curso monitorar as ATM’s. Em caso de recidivada DTM nesse período, tratá-la novamente. A Ortodontia pré-operatória deverá promover a melhor estabilidade oclusal possível no pós-operatório.
4) No planejamento cirúrgico, se o caso permitir,preferência por evitar grandes avanços mandibulares(maiores que 5mm) associados principalmente com osteotomias maxilares. Isso promoveum aumento maior da carga articular e maior risco de reabsorção condilar.
Procedimento cirúrgico
1) A cirurgia ortognática deverá ser realizada com o paciente assintomático, caso contrário a cirurgiadeverá ser adiada até a completa resoluçãoda DTM.
2) Deve-se minimizar o trauma articular durante a cirurgia. Atenção especial no posicionamento condilar durante a fixação dos cotos ósseos.
Pós-operatório
Pós-operatório
1) Evitar ao máximo o bloqueio maxilo-mandibular pós-operatório, mas caso seja necessáriodevido à dor articular, utilizar por curto períodode tempo (3 a 5 dias), pois ele diminui a circulaçãosinovial.
2) O pós-operatório deve permitir o retornoprecoce à função para possibilitar a remodelaçãoarticular e adaptação da mesma à nova carga,bem como acomodação e equilíbrio da musculatura supra-hióidea.
3) A Ortodontia pós-operatória, ao proporcionaro refinamento e estabilidade oclusal final, minimiza a ocorrência da reabsorção após a cirurgia ortognática.
Link do artigo na integra via Scielo:
Ótimo post, suscinto e informativo.
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