ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: Reabsorção condilar progressiva da articulaçãotemporomandibular após cirurgia ortognática

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Reabsorção condilar progressiva da articulaçãotemporomandibular após cirurgia ortognática



Neste artigo de 2007, publicado pela Revista Dental Press, pelos autores Jorge Luiz Jacob Liporaci Junior, Paulo Stoppa, Hélcio Tadeu Ribeiro, Antônio José BorinNeto,Cássio Edvard Sverzut; do departamento de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da USP (FORP-USP) e do Centro Integrado de Estudo das Deformidades da Face da USP de Ribeirão Preto - São Paulo. Revisa a literatura sobre o assunto e relatar um caso de reabsorção condilar progressiva.

A reabsorção condilar progressiva (RCP) é definida como uma mudança na morfologia docôndilo, com perda óssea e diminuição da alturafacial posterior. Em pacientes submetidos a cirurgia ortognática, esta patologia afeta com maior frequência:gênero feminino, portadores de máoclusão esquelética de Classe II com mordida abertaou não, que possuem disfunção temporomandibular previamente ao tratamento orto-cirúrgico,com ângulo do plano mandibular alto, e que foram submetidos à cirurgia ortognática combinada com avanço mandibular acima de 5mm.A instabilidade oclusal pós-operatória também pode favorecer a RCP, sendo o preparo ortodôntico pré-cirúrgico adequado necessário para minimizaros efeitos de uma instabilidade oclusal.

Os autores sugerem um protocolo deatendimento para prevenção e tratamento da RCP em pacientes que serão submetidos ao tratamento ortodôntico-cirúrgico. Abaixo está descrito o protocolo para prevenção:

Pré-tratamento ortodôntico

1) Identificar os pacientes de risco: gênero feminino,Classe II e com DTM prévia (principalmentedor e desarranjos internos).

2) Tratar a DTM até eliminação da dor e restabelecimento da função,sendo interessante uma desprogramação neuromuscular.

3) Iniciar a Ortodontia pré-operatória e durantetodo esse curso monitorar as ATM’s. Em caso de recidivada DTM nesse período, tratá-la novamente. A Ortodontia pré-operatória deverá promover a melhor estabilidade oclusal possível no pós-operatório.

4) No planejamento cirúrgico, se o caso permitir,preferência por evitar grandes avanços mandibulares(maiores que 5mm) associados principalmente com osteotomias maxilares. Isso promoveum aumento maior da carga articular e maior risco de reabsorção condilar.

Procedimento cirúrgico
1) A cirurgia ortognática deverá ser realizada com o paciente assintomático, caso contrário a cirurgiadeverá ser adiada até a completa resoluçãoda DTM.

2) Deve-se minimizar o trauma articular durante a cirurgia. Atenção especial no posicionamento condilar durante a fixação dos cotos ósseos.

Pós-operatório
1) Evitar ao máximo o bloqueio maxilo-mandibular pós-operatório, mas caso seja necessáriodevido à dor articular, utilizar por curto períodode tempo (3 a 5 dias), pois ele diminui a circulaçãosinovial.

2) O pós-operatório deve permitir o retornoprecoce à função para possibilitar a remodelaçãoarticular e adaptação da mesma à nova carga,bem como acomodação e equilíbrio da musculatura supra-hióidea.

3) A Ortodontia pós-operatória, ao proporcionaro refinamento e estabilidade oclusal final, minimiza a ocorrência da reabsorção após a cirurgia ortognática.


Link do artigo na integra via Scielo:

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