Nesta reportagem de 2009, publicada pelo JORNAL DA UNICAMP, pelos autores CÉSAR MAIA, RAQUEL DO CARMO SANTOS. Que mostra uma pesquisa que foi publicada como artigo na revista americana The Journal of Pain e compõe a tese de doutorado de Margarete Cristiane Ribeiro da Silva, com orientação da professora Célia Marisa Rizzatti-Barbosa, da Área de Prótese Parcial Removível e, co-orientação do professor Sérgio Roberto Peres Line, da Área de Histologia e Embriologia. O estudo também teve participação do professor Roger Benton Fillingim, do Departamento de Epidemiologia e Pesquisa de Saúde Pública, em Gainesville, Universidade da Florida, Estados Unidos.
Estudos recentes desenvolvidos na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) apontam maior propensão das mulheres em apresentar disfunção temporomandibular (DTM), caso ocorra uma alteração genética no receptor de estrógeno – hormônio predominantemente feminino.
O achado pode elucidar a diferença individual quanto à contribuição do hormônio no desenvolvimento da DTM e a influência da genética como fator de predisposição à disfunção. A descoberta contribui ainda como base para estudos em engenharia genética, o que possibilitaria melhores resultados no tratamento dos portadores da DTM.
A disfunção temporomandibular apresenta como sintoma uma dor intensa e desconforto auricular, podendo evoluir para uma completa incapacidade da mandíbula em realizar seus movimentos fisiológicos de mastigação, fala e deglutição.
O tema tem sido uma das linhas de pesquisa da área de Prótese Parcial Removível desde o ano de 1995, pois já é conhecida a grande prevalência da disfunção em mulheres. No entanto, existem diversos fatores que podem atuar na etiologia das disfunções temporomandibulares e, dentre eles, tem-se discutido o papel da oclusão dentária como fator predisponente, desencadeante e perpetuante destas disfunções. Há pessoas que apresentam oclusão totalmente alterada, inclusive pela falta de diversos dentes, e isto se confirma na prevalência de desdentados que são atendidos na clínica de graduação na área de Prótese Parcial Removível.
"Entretanto parece que, contrariando a tendência e o raciocínio etiológico, estes pacientes não apresentam qualquer alteração que admita diagnóstico de DTM. Esses motivos levaram à investigação dos polimorfismos genéticos – alterações em determinadas sequências genéticas que desenvolvem ou não alguma alteração fenotípica – em determinados genes, no caso relacionando-os às disfunções temporomandibulares", explica a professora Célia Marisa Rizzatti-Barbosa.
O fato de a prevalência da DTM ser muito maior nas mulheres direcionou os estudos ao receptor do estrógeno. "Começamos a verificar que parecem existir algumas correlações entre a presença de polimorfismos genéticos e a presença de DTM. Polimorfismos localizados no receptor de estrógeno parecem aumentar o risco das mulheres em desenvolver desordens na articulação temporomandibular", esclarece.
Link do artigo na integra via UNICAMP:
Não seria porque a mulher tem um limiar para a dor mais baixo que os homens?!
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