Neste artigo de 2010, publicado pelo Dental Press Journal of Orthodontics, pelos autores Aline Vettore Maydana, Ricardo de Souza Tesch, Odilon Vitor Porto Denardin, Weber José da Silva Ursi, Samuel Franklin Dworkin; do Departamento de DTM e Dor Orofacial da Faculdade de Medicina de Petrópolis - Rio de Janeiro; Departamento de Cabeça e Pescoço do Hospital Heliópolis; Departamento de Ortodontia da Universidade do Estado de São Paulo – São José dos Campos - São Paulo; Department of Oral Medicine School of Dentistry. Department of Psychiatric and Behavioral Sciences School of Medicine University of Washington; Mostra atraves de uma revisão os fatores envolvidos na etiologia, diagnóstico e tratamento das desordens temporomandibulares (DTM) de origem articular. Critérios específicos de inclusão e exclusão para o diagnóstico de DTM são essenciais, mas apresentam utilidade limitada. Atualmente, os Critérios Diagnósticos de Pesquisa para Desordem Temporomandibular (RDC/TMD) oferecem a melhor classificação baseada em evidências para os subgrupos mais comuns de DTM.
As desordens temporomandibulares (DTM)referem-se a um conjunto de condições que afetam os músculos da mastigação e/ou a articulação temporomandibular (ATM). Essas condições falharam em demonstrar uma etiologia comum ou base biológica clara para sinais e sintomas relacionados e, por isso, são consideradas como um grupo heterogêneo de problemas de saúde relacionados à dor crônica. Sintomas característicos — como dor muscular e/ou articular, dor à palpação, função mandibular limitada e ruídos articulares — podem ser prevalentes, isoladamente ou associados, em até 75% na população adulta. Apesar disso, o surgimento de alguns sintomas, como ruídos articulares, não parecere estar relacionado, na maioria da população, à dor ou outros fatores fisiopatológicos que requeiram tratamento.
Estudos epidemiológicos sugerem que a prevalência de sintomas como dor e restrição de ovimentos varia entre 5 e 15%, com a maioria dos casos ocorrendo em adultos jovens com idades entre 20 e 40 anos, especialmente no gênero feminino. A prevalência reduzida de DTM entre as faixas etárias mais avançadas, como vista em estudos transversais e longitudinais, está de acordo com a natureza tipicamente limitante de seus sintomas.
A classificação corrente é largamente descritiva, baseada mais na presença de sinais e sintomas do que em sua etiologia, devido principalmente à incompleta compreensão da relação entre os fatores etiológicos e os mecanismos fisiopatológicos. Contudo, do ponto de vista clínico, é provavelmente irrelevante estender-se à divisão dos chamados subgrupos diagnósticos se todas as desordens dentro de um mesmo subgrupo puderem ser controladas usando procedimentos terapêuticos similares.
O objetivo do presente trabalho foi abordar os possíveis fatores etiológicos para o desenvolvimento de desordens temporomandibulares de origem articular (grupos II e III de acordo com o RDC/TMD), sugerindo implicações para seu diagnóstico e tratamento.
Conclusões dos autores:
Apesar das más oclusões serem historicamente consideradas como fatores de risco para o desenvolvimento de DTM, incluindo as predominantemente articulares, em muitos casos a associação estabelecida entre essas variáveis parece ter direções opostas.
Assim, investigações clínicas prospectivas e laboratoriais direcionadas a aspectos relacionados à etiologia dessas condições, principalmente nos estágios iniciais do seu desenvolvimento, podem guiar os passos seguintes da terapia no futuro.
De acordo com Legrell e Isberg, os achados da indução de redução do ramo da mandíbula, secundários ao deslocamento anterior do disco articular, indicam que o reposicionamento do disco em crianças e adolescentes jovens pode ter mais sentido do que previamente se pensava.
Em vista disso, o uso de dispositivos ortopédicos para o avanço da mandíbula, como o aparelho de Herbst — que demonstrou eficiência em melhorar o posicionamento prévio do disco articular deslocado em estágios iniciais desse processo — deve ser testado por meio de estudos clínicos randomizados adequados. Enquanto o uso terapêutico dos suplementos alimentares, como o sulfato de glicosamina, parece ser uma alternativa segura ao uso de drogas antiinflamatórias normalmente usadas no controle da dor relacionada à osteoartrite da ATM, da mesma forma que para as placas estabilizadoras, a evidência da sua eficácia para a maioria dos pacientes com DTM ainda não foi completamente estabelecida.
Link do artigo na integra via Scielo:
http://www.scielo.br/pdf/dpjo/v15n3/10.pdf
As desordens temporomandibulares (DTM)referem-se a um conjunto de condições que afetam os músculos da mastigação e/ou a articulação temporomandibular (ATM). Essas condições falharam em demonstrar uma etiologia comum ou base biológica clara para sinais e sintomas relacionados e, por isso, são consideradas como um grupo heterogêneo de problemas de saúde relacionados à dor crônica. Sintomas característicos — como dor muscular e/ou articular, dor à palpação, função mandibular limitada e ruídos articulares — podem ser prevalentes, isoladamente ou associados, em até 75% na população adulta. Apesar disso, o surgimento de alguns sintomas, como ruídos articulares, não parecere estar relacionado, na maioria da população, à dor ou outros fatores fisiopatológicos que requeiram tratamento.
Estudos epidemiológicos sugerem que a prevalência de sintomas como dor e restrição de ovimentos varia entre 5 e 15%, com a maioria dos casos ocorrendo em adultos jovens com idades entre 20 e 40 anos, especialmente no gênero feminino. A prevalência reduzida de DTM entre as faixas etárias mais avançadas, como vista em estudos transversais e longitudinais, está de acordo com a natureza tipicamente limitante de seus sintomas.
A classificação corrente é largamente descritiva, baseada mais na presença de sinais e sintomas do que em sua etiologia, devido principalmente à incompleta compreensão da relação entre os fatores etiológicos e os mecanismos fisiopatológicos. Contudo, do ponto de vista clínico, é provavelmente irrelevante estender-se à divisão dos chamados subgrupos diagnósticos se todas as desordens dentro de um mesmo subgrupo puderem ser controladas usando procedimentos terapêuticos similares.
O objetivo do presente trabalho foi abordar os possíveis fatores etiológicos para o desenvolvimento de desordens temporomandibulares de origem articular (grupos II e III de acordo com o RDC/TMD), sugerindo implicações para seu diagnóstico e tratamento.
Conclusões dos autores:
Apesar das más oclusões serem historicamente consideradas como fatores de risco para o desenvolvimento de DTM, incluindo as predominantemente articulares, em muitos casos a associação estabelecida entre essas variáveis parece ter direções opostas.
Assim, investigações clínicas prospectivas e laboratoriais direcionadas a aspectos relacionados à etiologia dessas condições, principalmente nos estágios iniciais do seu desenvolvimento, podem guiar os passos seguintes da terapia no futuro.
De acordo com Legrell e Isberg, os achados da indução de redução do ramo da mandíbula, secundários ao deslocamento anterior do disco articular, indicam que o reposicionamento do disco em crianças e adolescentes jovens pode ter mais sentido do que previamente se pensava.
Em vista disso, o uso de dispositivos ortopédicos para o avanço da mandíbula, como o aparelho de Herbst — que demonstrou eficiência em melhorar o posicionamento prévio do disco articular deslocado em estágios iniciais desse processo — deve ser testado por meio de estudos clínicos randomizados adequados. Enquanto o uso terapêutico dos suplementos alimentares, como o sulfato de glicosamina, parece ser uma alternativa segura ao uso de drogas antiinflamatórias normalmente usadas no controle da dor relacionada à osteoartrite da ATM, da mesma forma que para as placas estabilizadoras, a evidência da sua eficácia para a maioria dos pacientes com DTM ainda não foi completamente estabelecida.
Link do artigo na integra via Scielo:
http://www.scielo.br/pdf/dpjo/v15n3/10.pdf
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Participe !