Neste artigo 2006, publicado pela Revista Dental Press, pelos autores Eduardo César Almada Santos, Franscisco Antonio Bertoz, Lilian Maria Brisque Pignatta, Flávia de Moraes Arantes; da Disciplina de Ortodontia Preventiva da Faculdade de Odontologia de Araçatuba/UNESP; Avaliou a freqüência dos sinais e sintomas, dos hábitos parafuncionais e das características oclusais de 80 crianças.
A Disfunção Temporomandibular (DTM) consiste de um conjunto de sinais e sintomas que envolvem os músculos mastigatórios, as ATM e estruturas associadas. Ela pode ser caracterizada por dores musculares e articulares, limitação e desvio na trajetória mandibular, ruídos articulares durante a abertura e fechamento bucal, dores de cabeça, na nuca e pescoço e dores de ouvido.
Apesar da DTM não apresentar etiologia definida, acredita-se que fatores funcionais, estruturais
e psicológicos estejam reunidos, caracterizando multifatoriedade à origem da disfunção da ATM. Algumas condições, como más oclusões, parafunções e estado emocional estão presentes com determinada freqüência em pacientes com sinais de disfunção. Entretanto, não se pode afirmar até que ponto estes fatores são considerados predisponentes ou, apenas, coincidentes.
e psicológicos estejam reunidos, caracterizando multifatoriedade à origem da disfunção da ATM. Algumas condições, como más oclusões, parafunções e estado emocional estão presentes com determinada freqüência em pacientes com sinais de disfunção. Entretanto, não se pode afirmar até que ponto estes fatores são considerados predisponentes ou, apenas, coincidentes.
Devido à possibilidade das disfunções da ATM se originarem no início do crescimento craniofacial, há uma elevada porcentagem de crianças que apresentam sinais e sintomas associados com distúrbios temporomandibulares.
Considerando estudos relevantes em pacientes jovens, destaca-se o de Nilner e Lassing, que determinaram a prevalência de sinais e sintomas de distúrbios funcionais e doenças do sistema estomatognático em 440 crianças de 7 a 14 anos de idade, as quais foram entrevistadas e examinadas clinicamente. A entrevista revelou que 36% apresentavam sintomas, sendo 5% com dores de cabeça recorrentes e 13% relataram estalidos nas ATM. Setenta e sete por cento das crianças apresentaram ao menos uma parafunção oral.
Recentemente, Thilander et al. analisaram uma amostra de 4.724 crianças, de 5 a 17 anos de idade, agrupadas de acordo com a idade cronológica e o estágio de desenvolvimento dentário. Os registros incluíram a oclusão funcional, os desgastes dentários, a mobilidade mandibular e dor, à palpação, muscular e nas ATM. A dor de cabeça foi o único sintoma da DTM relatado pelas crianças. Os resultados mostraram que um ou mais sinais clínicos foram registrados em 25% dos indivíduos. As prevalências aumentaram durante os estágios de desenvolvimento dentários. Associações significantes foram encontradas entre diferentes sinais e a DTM foi associada com mordida cruzada posterior, mordida aberta anterior, má oclusão Classe III de Angle e trespasse horizontal excessivo.
Neste corrente estudo a freqüência de mordida aberta anterior, mordida cruzada posterior e mordida cruzada anterior foi maior quando comparada com os achados de Nilner, Lassing10; Bernal e Tsamtsouris. Egermark-Eriksson et al. e Thilander et al. afirmaram que mordida cruzada posterior, mordida aberta anterior e más oclusões Classe II e Classe III de Angle têm influência no desenvolvimento da DTM.
O hábito de apertar ou ranger os dentes, conhecido como bruxismo, foi o sinal mais encontrado (35%), sendo associado com a maioria dos sintomas dolorosos da DTM, juntamente com os hábitos de sucção digital e onicofagia, que em nosso estudo foram também muito freqüentes, com 21,2% e 47,5%, respectivamente. Vanderas afirma que os hábitos parafuncionais podem ser causas “suficientes” para o desenvolvimento da disfunção temporomandibular.
A dor de cabeça foi o sintoma mais freqüente, com 22,5%, aproximando-se do resultado encontrado por Bernal e Tsamtsouris, que obtiveram um percentual de 22%, e 19% de Nilner e Lassing, porém superior aos 11,4% obtidos por Thilander et al. Estes decréscimos nas porcentagens podem ser justificados pelo fato destes autores terem pesquisado crianças em faixas etárias mais elevadas. As crianças mais novas são mais cooperativas e podem responder às perguntas com falsa afirmativa.
O estalido durante o movimento da ATM foi observado em 8,7% dos pacientes estudados, valor semelhante ao encontrado por Nilner e Lassing (8%), mas inferior aos resultados de Almeida, Silva e Cardoso et al., que obtiveram 25%, e 18,13% de Sönmez et al., com crianças na dentadura mista. Thilander et al. associam o estalido com o deslocamento da mandíbula, sensibilidade muscular, capacidade de abertura bucal reduzida e interferências, contudo neste estudo tais sinais e sintomas não foram observados.
Os autores concluiram que os sinais e sintomas mais freqüentes foram o hábito de ranger os dentes, dores de cabeça e ruídos na ATM. A onicofagia e o bruxismo foram os hábitos parafuncionais mais prevalentes. Diante disto, eles aconselham que a avaliação de sinais e sintomas da disfunção da ATM em crianças seja adotada como rotina durante o exame clínico inicial. Eles ressaltaram que a freqüência de sinais e sintomas da Disfunção Temporomandibular pode ser verificada em crianças por meio da entrevista e exame clínico minucioso.
Link do artigo na integra via Scielo:
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