Neste artigo de 2009, publicado pela Revista Gaúcha Odontologia, pelos autores Cláudia Louise Vigatti COELHO, Paulo Roberto Aranha NOUER, Darcy Flávio NOUER, Ivana Uglik GARBUI; do Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic, Campinas e da Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Odontologia. Piracicaba - São Paulo. Avalia cefalometricamente a posição e estabilidade dos incisivos inferiores logo após a expansão rápida da maxila e após um período de cinco meses de contenção.
A expansão rápida da maxila emprega forças pesadas, com a finalidade de produzir máximo efeito esquelético com mínima movimentação dentária. A separação da sutura palatina mediana impulsiona inferiormente a maxila e dentes de ancoragem. Este fenômeno provoca a rotação mandibular póstero-inferior, com aumento da altura facial inferior.
O procedimento de expansão rápida da maxila, com a utilização de expansores bandados, ocasiona rotação inferior e posterior da mandíbula, aumentando a inclinação do plano mandibular devido às inclinações dentoalveolares, deslocamento inferior do plano palatino e extrusao dos dentes postero-superiores. O expansor maxilar encapsulado tem demonstrado promover pouca inclinação de dentes posteriores durante a expansão, devido ao rígido arcabouço do aparelho colado aos dentes posteriores.
Um estudo com trinta pacientes apresentando mordida cruzada posterior na dentadura mista avaliou os efeitos esqueléticos e dentários de três métodos de expansão. O grupo que recebeu expansão rápida da maxila com Hyrax mostrou resultados esqueléticos e dentários significantes nos planos transversal, sagital e vertical, verificados em telerradiografias em norma lateral, ântero-posterior e modelos de gesso.
O expansor rápido de maxila encapsulado promove maior controle da dimensão vertical da face, quando comparado com o expansor Hyrax, não provocando rotação do plano palatino e possibilitando intrusão dos primeiros molares permanentes superiores. Entretanto, o expansor encapsulado ocasiona rotação do plano mandibular no sentido horário. Os expansores levam à compressão do ligamento periodontal, inclinação lateral dos processos palatinos, vestibularização dos dentes de ancoragem e abertura da sutura palatina mediana. Alterações na largura maxilar, na distância intermolar superior e inferior, na distância entre os ápices dos incisivos centrais superiores e na largura internasal podem ser observadas.
O aumento na dimensão vertical da face, com aparelho Hyrax, pode ser reduzido ou mesmo anulado com a utilização do expansor colado. Inclinações dentárias não apresentam diferenças significativas. Assim, torna-se fundamental o estudo das alterações esqueléticas e dentárias durante a expansão rápida da maxila e o comportamento destas estruturas, após um período de contenção, avaliando o comportamento dos incisivos inferiores com relação a sua base óssea.
Os autores deste trabalho concluiram que, a expansão rápida da maxila, utilizando-se expansor encapsulado ou Hyrax, não provocou alteração significativa das grandezas /1.NB, /1-NB, /1-Linha I, IMPA, antes, após expansão rápida da maxila e após contenção. Entretanto, observou-se diferença na posição dos incisivos inferiores, com vestibularização destes, após expansão rápida da maxila nos grupos 1 e 2 (Hyrax e expansor colado), demonstrado pelo aumento nos valores das medidas incisais, apesar de estas mudanças não terem sido estatisticamente significativas. Houve um retorno à posição inicial dos incisivos inferiores após contenção e remoção dos aparelhos.
Link do artigo na integra via Revista RGO, depois é clicar em PDF:
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