Neste artigo de 2009, publicado pela Revisa Dental Press, pelos autores Paula Cabrini Scheibel, Paula Daniele Matheus, Cláudio Cordeiro Albino, Adilson Luiz Ramos; do departamento deOdontologia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) - Paraná; Mostra um estudo que avaliou a correlação da densidade mineral óssea (DMO) geral com aquela da região mandibular.
A osteoporose é uma patologia caracterizada pela diminuição de massa óssea e pela deterioração estrutural do tecido ósseo, causando fragilidade óssea e suscetibilidade acentuada a fraturas, especialmente da coluna, quadril e punho, embora qualquer osso possa ser afetado. O método mundialmente empregado para o diagnóstico dessa alteração é o uso do densitômetro duo-energético por raios X, também denominado DXA (Dual Energy X-Ray Absorptiometry), o qual pode ser empregado para avaliações de densidades ósseas em qualquer área do esqueleto.
Na Odontologia, considera-se a necessidade de reflexão sobre a morfologia dos ossos faciais e a definição de valores de densidade óssea, haja vista o envolvimento da qualidade óssea em áreas como Implantodontia, Ortodontia e Periodontia.
Em 1995, Scarparo propôs um método para avaliar a densidade óptica óssea mediante a utilização de penetrômetro de alumínio. Nesse mesmo ano, Garcia avaliou a densidade óptica alveolar na região entre incisivos laterais e caninos, com um método radiográfico semelhante. Entretanto, em 1996, Kannis observou que uma radiografia convencional só permite a visualização da alteração óssea quando ocorre a diminuição de massa óssea numa escala de 30 a 50%. E Horner et al. sugeriram que somente seria possível o diagnóstico de osteoporose por radiografias dentárias se o padrão ósseo dentoalveolar apresentasse correlação com outros sítios esqueléticos.
A comunidade científica vem, há muito tempo, preocupando-se em correlacionar as alterações morfofisiológicas dos ossos maxilomandibulares com alterações ósseas sistêmicas e aos fatores externos de componentes inflamatórios – como a doença periodontal –, esclarecendo os processos de reabsorção óssea alveolar transversal e horizontal nas cristas alveolares. Entretanto, ainda há dúvida quanto à correlação osteometabólica e do padrão morfofisiológico para os ossos de suporte dentário, bem como para os demais ossos do esqueleto humano.
O número de pacientes adultos nos consultórios de Ortodontia tem aumentado. Diante disso, aumentou também a preocupação dos ortodontistas e pesquisadores com relação às prováveis diferenças biológicas em resposta à movimentação ortodôntica. Estudos com populações hipertensas, diabéticas ou com osteoporose, entre outras alterações sistêmicas mais comuns nos adultos, têm sido realizados.
Consolaro relatou que alguns fatores podem influenciar na resposta biológica diante da movimentação ortodôntica. Entre eles, o formato das raízes dentárias e o formato da crista alveolar. Esses fatores estariam relacionados com o grau de concentração de forças nas regiões apicais radiculares. Raízes mais triangulares e cristas alveolares mais retangulares acarretariam maior concentração de força no ápice radicular, favorecendo o processo de reabsorção do cemento.
Horiuchu, Hotokezaka e Kobayashi observaram que a movimentação dentária contra uma área de maior densidade óssea, por exemplo a cortical óssea, relaciona-se à maior reabsorção dentária. Portanto, a osteoporose – ou simplesmente os diferentes níveis de densidade óssea, por estarem vinculados diretamente ao metabolismo ósseo – é particularmente instigante à comunidade ortodôntica, haja vista que uma perda mineral poderia influenciar o processo de reparação óssea alveolar; enquanto níveis de densidade maiores poderiam assemelhar-se ao efeito de corticais mais espessas, acarretando menores deflexões, maiores concentrações de forças nas raízes e, por consequência, maior probabilidade de reabsorções radiculares durante a movimentação ortodôntica. Entretanto, a literatura carece de publicações do gênero.
Diante da possibilidade de que as diferenças nas densidades alveolares mandibulares e maxilares
possam variar e interferir, de alguma forma, no prognóstico do ritmo e repercussão da movimentação ortodôntica, sugere-se que o exame densitométrico mandibular possa ser um instrumento de ampliação prognóstica. Para tanto, mais estudos contribuirão para a aplicabilidade desse exame.
possam variar e interferir, de alguma forma, no prognóstico do ritmo e repercussão da movimentação ortodôntica, sugere-se que o exame densitométrico mandibular possa ser um instrumento de ampliação prognóstica. Para tanto, mais estudos contribuirão para a aplicabilidade desse exame.
Não houve correlação significativa entre a densidade mandibular e as demais áreas estudadas.
Houve correlação significativa apenas entre a região cervical e a femural.
O valor médio DMO normal para a região mandibular foi de 0,983g/cm² (d.p. = 0,334), enquanto para a região cervical foi de 0,768g/cm² (d.p. = 0,102), e os valores médios para a região lombar e femural foram de, respectivamente, 1,127g/cm² (d.p. = 0,067), 0,925g/cm² (d.p. = 0,078), esses últimos semelhantes aos valores de referência da OMS.
O exame da área femural pode abranger o valor esperado para a área cervical, entretanto há necessidade do exame densitométrico particular para a área mandibular. Estudos adicionais são necessários para avaliar as variações locais e a eventual influência sobre a movimentação ortodôntica.
Link do artigo na integra via Scielo:
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