Neste artigo de 2009, publicado pela Revista Dental Press, pelos autores Luciane Q. Closs, Betina Grehs, Dirceu Barnabé Raveli, Cassiano Kuchenbecker Rösing; da pós-graduação em Ortodontia - Faculdade de Odontologia de Araraquara (Unesp) - São Paulo. Fez uma investigação de alterações na posição vestibulolingual dos incisivos inferiores em adolescentes podem predispor ao desenvolvimento de recessões gengivais.
A posição ideal dos incisivos inferiores tem sido um desafio para a Ortodontia, no que se refere tanto à estabilidade quanto às condições periodontais. Quando dentes se movem através do osso alveolar, ocorre remodelamento dos tecidos duros e moles, envolvendo uma variedade de células e de reações teciduais, concomitante com um rearranjo de fibras periodontais.
Alguns estudos relatam que a movimentação dentária para fora do osso alveolar por inclinação excessiva dos incisivos predispõe a perda de inserção gengival por vestibular, levando à recessão gengival. Outros reportam que não há evidências associando o movimento dentário ao desenvolvimento de recessão gengival.
Estudos experimentais em macacos e cachorros demonstraram que fenestrações podem ser produzidas no osso alveolar quando incisivos inferiores são movidos no sentido vestibular. Entretanto, a remodelação óssea que ocorre após esse movimento parece não produzir nenhuma perda de tecido de inserção, levando-se em conta que o movimento dentário se dá dentro do arco dentário e que o tecido de suporte supracristal é mantido sem inflamação.
Engelking e Zachrisson, recolocando em suas posições originais incisivos de macacos que previamente haviam sido ortodonticamente projetados, demonstraram que houve reaposição óssea vestibular no sentido coronal. Essa observação demonstrou que pode haver uma melhora na fenestração óssea e na recessão gengival.
A posição de irrupção do dente tem também sido considerada como um fator local predisponente para a recessão gengival. Entretanto, a presença de trauma causado por escovação e de lesões gengivais associadas à placa deve ser considerada importante fator causal de recessão em pacientes ortodônticos.
No momento do planejamento de um tratamento ortodôntico, muito frequentemente, pacientes apresentam uma mandíbula retrusiva, com dentes que já se apresentam excessivamente inclinados. Para melhorar a estética e evitar procedimentos cirúrgicos, os dentes são mantidos ou
movidos para uma posição ainda mais proclinada. Além disso, a maioria dos estudos sobre o efeito da mudança na inclinação dentária e alterações da margem gengival foi realizada em grupos etários não específicos ou em pacientes adultos.
movidos para uma posição ainda mais proclinada. Além disso, a maioria dos estudos sobre o efeito da mudança na inclinação dentária e alterações da margem gengival foi realizada em grupos etários não específicos ou em pacientes adultos.
O alvo do presente estudo foi averiguar uma possível associação entre a alteração na inclinação vestibulolingual dos dentes anteroinferiores durante o tratamento ortodôntico e o desenvolvimento de recessões gengivais. Ainda que alguns autores afirmem que qualquer dente movido para fora do envelope dentoalveolar possui predisposição à fenestração óssea, seguida de recessão gengival, essa situação não foi detectada no presente estudo.
Ainda que adultos frequentemente procurem tratamento ortodôntico, esses ainda não são a maioria em clínicas ortodônticas. A população do presente estudo tinha a faixa etária semelhante à da maioria dos pacientes que procuram tratamento ortodôntico e que ainda têm potencial para crescimento. Os poucos estudos que avaliaram exclusivamente o efeito da inclinação dos incisivos
inferiores e a posição da margem gengival foram realizados em grupos etários não-específicos ou em adultos. Um estudo realizado por Ruf, Hansen e Pancherz, que avaliou as mesmas questões do presente trabalho, analisou o tratamento ortodôntico com um aparelho específico durante um período menor de tempo e com um número menor de indivíduos.
inferiores e a posição da margem gengival foram realizados em grupos etários não-específicos ou em adultos. Um estudo realizado por Ruf, Hansen e Pancherz, que avaliou as mesmas questões do presente trabalho, analisou o tratamento ortodôntico com um aparelho específico durante um período menor de tempo e com um número menor de indivíduos.
Os resultados do presente estudo indicam que não houve associação entre a inclinação dos incisivos inferiores e a recessão gengival.
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