Neste artigo de 2009, publicado pela Revista Dental Press, pelos autores Adriano Dobranszki, José Henrique Vuolo, Flamínio Levy Neto, Hideo Suzuki, Jurandir Antônio Barbosa, Nara Pereira D´Abreu Cordeiro Dobranszki; do Especialização em Ortodontia do Instituto de Pesquisa, Ensino e Pós-graduação (IPESP / DF) - Distrito Federal, do Faculdade de Física da USP - São Paulo / SP, da Faculdade de Engenharia Mecânica da UnB - Brasília / Distrito Federal e do curso de especialização em Ortodontia da São Leopoldo Mandic - Campinas / São Paulo; Propôs-se a estudar o local onde a força é exercida, após a ativação do arco dupla chave, utilizando ativação na alça distal, ativação entre as alças e na alça distal, e ativação com Gurin®.
De maneira geral, existem três razões para a extração dentária em Ortodontia: (a) conseguir espaço para alinhar dentes apinhados, (b) diminuir a protrusão e (c) camuflar problemas moderados de Classes II ou III, quando a correção por modificação do crescimento não é mais possível. Muitas vezes, o espaço conseguido com as extrações não é completamente fechado com o alinhamento dos dentes, sendo necessária uma força adicional para esse fim.
O princípio da fotoelasticidade é baseado no fato de que a maior parte dos materiais claros se torna birrefringente (separação da luz em dois feixes com velocidade e índice de refração diferentes), quando submetidos a estresse mecânico. A birrefringência se manifesta pelo aparecimento de franjas coloridas em áreas de tensão induzida. Em Odontologia, o material reproduz a resiliência e a resistência do periodonto de sustentação, sendo utilizadas cores monocromáticas para análise da quantidade das forças, enquanto as franjas coloridas fornecem mais informações em relação à direção e distribuição das tensões (compressão ou tração).
Segundo Roth, o arco com alças duplas tipo buraco de fechadura, DKH ou DKL, poderia ser usado para: (a) permitir ao operador o fechamento completo de espaços com um jogo de arcos; (b) permitir maior controle sobre a inclinação na mecânica de deslizamento; e (c) permitir ao operador eleger como fechar o espaço – com retração anterior, protração posterior e quanto de cada, independente da cooperação do paciente.
Nesse trabalho, o espectro obtido nos padrões fotoelásticos foi somente até a primeira franja. Antes do aparecimento da franja, a superfície sob estresse adquire um aspecto esbranquiçado, característico da sobreposição de todas as cores. A área do esbranquiçamento aumenta proporcionalmente ao aumento da força aplicada, iniciando com um leve esbranquiçamento ao redor da superfície que transmite a força ao material fotoelástico, até um grande esbranquiçamento, pouco antes do aparecimento da primeira franja. Ultrapassado esse limiar, a sequência de cores das franjas é: primeira franja – amarela, magenta, ciano; segunda franja – amarela, magenta, verde.
A razão de incorporar uma dobra gable em um fio é produzir um momento, para que ocorra movimento em corpo do dente. Com a dobra gable, ocorre diminuição no índice de Carga/Deflexão, tornando os níveis de Momento/Força relativamente mais constantes. Na retração dos dentes anteriores, a alça distal do arco de dupla-chave pode ser amarrada na alça mesial8, resultando em um efeito semelhante ao gable de 15 ± 15º. Dessa forma, a força de retração não produziria o movimento indesejado de extrusão dos dentes anteriores.
Normalmente, a correção vertical deve ocorrer antes da anteroposterior, embora seja possível corrigir a sobremordida profunda simultaneamente com a retração, produzindo força intrusiva anterior e extrusiva posterior. Isso pode ser conseguido ativando-se as duas alças com amarrilho e unindo a alça distal à unidade de ancoragem, o que cria um momento para movimento distal de raiz nos dentes anteriores, que tem um componente extrusivo na região do pré-molar, observado, mas não mensurado, no presente trabalho.
A ativação das alças, unindo o Gurin® (distal à segunda alça) à unidade de ancoragem, resultaria
em retração com menor força intrusiva no segmento anterior, observado no teste fotoelástico. Teoricamente, o efeito colateral seria de intrusão do segundo pré-molar, observado, mas não mensurado, no modelo com gelatina. O mesmo efeito pode ser obtido puxando-se o fio e travando-o na distal do segundo molar, ativando as alças como sugerido por Roth.
em retração com menor força intrusiva no segmento anterior, observado no teste fotoelástico. Teoricamente, o efeito colateral seria de intrusão do segundo pré-molar, observado, mas não mensurado, no modelo com gelatina. O mesmo efeito pode ser obtido puxando-se o fio e travando-o na distal do segundo molar, ativando as alças como sugerido por Roth.
Conclusões
Após a revisão da literatura e o estudo dos resultados obtidos, pode-se concluir que a força aplicada no braquete por meio da ativação do arco DKL produz efeitos na raiz dentária do dentes, da seguinte forma:
Região de incisivos
• A ativação na alça distal (Suzuki´s tie) pode produzir movimento de retração sem intrusão, pois, funcionando como uma dobra gable, produziria uma força contrária à força extrusiva, inerente à contração da alça.
• A ativação entre as alças e Suzuki´s tie pode produzir movimento de retração com intrusão e momento (torção) distal das raízes.
• A ativação com Gurin® pode produzir movimento com o menor componente intrusivo entre as
diferentes mecânicas testadas, pois não há compensação para o efeito extrusivo inerente à contração da alça do fio de aço, como a dobra gable.
diferentes mecânicas testadas, pois não há compensação para o efeito extrusivo inerente à contração da alça do fio de aço, como a dobra gable.
Região de caninos
• A ativação com o Suzuki´s tie pode produzir movimento de retração sem intrusão, pois, funcionando como uma dobra gable, produziria uma força contrária à força extrusiva, inerente à contração da alça.
• A ativação das alças entre si e a ativação com Suzuki´s tie podem produzir movimento de retração com intrusão.
• A ativação com Gurin® pode produzir movimento de retração com o menor componente intrusivo entre as diferentes mecânicas testadas, pois não há compensação para o efeito extrusivo inerente à contração da alça, como a dobra gable.
Link do artigo na integra via Scielo:
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