Neste artigo de 2007, publicado pela Revista Gaucha de Odontologia, pelos autores Frederico Andrade e Silva, Wilkens Aurélio Buarque e Silva, Alexandre Aparecida Valezin e Alexandre Bralt Landulpho; da Diciplina de Prótese Fixa da FO/Piracicaba-UNICAMP - São Paulo. Mostra um recurso muito útil para a reabilitação protética, a extrusão ortodontica em remanescentes radiculares.
A extrusão ortodôntica é um movimento induzido ou natural, realizado na mesma direção do movimento da erupção dentária, havendo como conseqüência um alongamento das fibras periodontais com depósito de novo osso nas zonas da crista alveolar. Esta terapia é considerada como um movimento ortodôntico de fácil execução, de múltiplas possibilidades técnicas (LANGLADE, 1993) que permite a restauração de dentes com fraturas horizontais, cuspideas ou basais, lesões cariosas, perfurações ocasionadas por tratamento endodôntico ou preparos de condutos e, com reabsorção interna ou externa do terço cervical da raiz.
VANARSDALL em 1990, recomendou a realização de exames radiográficos com intervalos pré determinados durante o curso do processo extrusional, para precocemente detectar alterações e conter efeitos iatrogênicos indesejáveis. A força induzida, para a extrusão, em pacientes adultos, deve possuir intensidade leve, variando entre 20 e 30 gramas e um controle de ativação a cada 3 ou 4 semanas. Também há a necessidade de considerar, o tipo de aparelho ortodôntico, os dentes apropriados para a ancoragem e, a realização de registros clínicos e radiográficos completos.
KAJIAMA et al. em 1993, avaliaram o movimento gengival durante a extrusão ortodôntica de incisivos superiores. A reação dos tecidos submetidos à força extrusional, foi avaliada histologicamente e, as seguintes observações foram feitas: a gengiva moveu-se na mesma direção do dente, não ocorrendo formação de bolsa ou reação inflamatória nos tecidos gengivais.
CIRUFFO et al. em 1997, utilizando a técnica de extrusão ortodôntica, obtiveram uma exposição radicular de 2,73mm, utilizando uma força de 20-30 gramas, em intervalos de 15dias, até o 60° dia, com um tempo médio de ativação de 45 dias. Em relação a crista óssea e a papila gengival, verificaram que as mesmas acompanharam o movimento extrusional forçado, sem haver necessidade de posterior regularização cirúrgica.
No que concerne a estabilização do movimento extrusivo, uma vez conseguido o posicionamento vertical necessário, o aparelho ortodôntico deve ser desativado e imediatamente providenciado a contenção, para prevenir a intrusão espontânea da raiz; o que se faz rapidamente, devido a desorganização do ligamento periodontal.
Para SIMON, um mínimo de 8 a 12 semanas é necessário para estabilizar a raiz em sua nova posição. Após complementar a estabilização no limite desejável, o dispositivo de contenção ("splintagem" com resina) deve ser removido.
Do ponto de vista do binômio custo-beneficio, a técnica de extrusão ortodôntica com finalidade protética, mostrou ser mais uma vez, um exemplo de integração interdisciplinar, através de procedimentos clínicos simples, no âmbito das áreas de endodontia, ortodontia, periodontia e prótese, que permitiram a restauração de dentes, que antes eram indicados à exodontia.
Quando comparamos a técnica utilizada com a cirurgia periodontal para a exposição radicular ou aumento da coroa clínica, fica evidente que a extrusão ortodôntica, do ponto de vista estético, é a melhor opção e com menor dano ao paciente, haja visto que, não há necessidade de correções cirúrgicas nos dentes contíguos para harmonizar o conjunto.
Link do artigo na integra via RGO:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Participe !